Reunião na OMC ainda não tem data, mas Brasil já procura novos mercados de exportação para além dos EUA (Foto: Adobe Stock)
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, confirmou, na tarde desta segunda-feira (4), que o Brasil fará consulta na Organização Mundial do Comércio (OMC) em reação ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
“O Conselho de Ministros da Camex aprovou o Brasil entrar com a consulta na OMC”, informou Alckmin a jornalistas há pouco. “O presidente Lula agora vai decidir quando fazê-lo e como fazê-lo”.
Terminou nesta segunda-feira, às 14h, o prazo para votação eletrônica dos membros do Conselho Estratégico da Camex (CEC/Camex) da proposta para autorizar o Ministério das Relações Exteriores a acionar a OMC sobre o tarifaço dos Estados Unidos. A votação foi aberta na última sexta-feira, 1º, e revelada com exclusividade pela Broadcast.
A proposta prevê aval para o Itamaraty “acionar o mecanismo de solução de controvérsias da OMC sobre as medidas tarifárias impostas pelos Estados Unidos da América a produtos brasileiros”.
A medida, contudo, tende a ter caráter simbólico, dado que o órgão de apelação da OMC está inativo pela falta de indicação do membro americano.
398 novos mercados, com União Europeia como destaque
Alckmin afirmou, também nesta tarde, que o governo brasileiro está avaliando novos mercados para escoamento dos produtos exportados para os Estados Unidos, em face da sobretaxa confirmada por aquele país na semana passada.
Alckmin e o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniram com representantes do agronegócio brasileiro, na sede do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Ele explicou que a mesa diminuiu de tamanho, porque alguns setores, como o do suco de laranja, já foram excluídos da sobretaxa.
Além da redução da alíquota e/ou da ampliação da lista de isenção, Alckmin disse ter conversado com os setores sobre a possibilidade de abertura de novos mercados. “A Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) vai se concentrar também neste mercado”, disse o vice-presidente, ao lado do ministro da Agricultura.
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“Nós temos uma possibilidade muito boa com União Europeia e Reino Unido, porque lá atrás houve bloqueio por questão sanitária, que pode ser superada”, completou.
O ministro Fávaro, por sua vez, disse que há 398 novos mercados. “A gente, então, enxerga algumas oportunidades para ampliar isto neste momento. São mercados importantes que estão gradativamente na fila de finalizar o protocolo sanitário”, afirmou. Ele citou como exemplo a retomada da exportação de pescado para o Reino Unido e para a comunidade europeia.
“É um processo que a gente vai intensificar para minimizar os impactos e isso é estruturante, porque coloca o Brasil, cada vez mais, nas oportunidades internacionais”, defendeu o titular da Agricultura.