As ações da C&A (CEAB3) tombam na B3 nesta quinta-feira (7), entre as principais baixas do mercado. Fora do Ibovespa, os papéis da varejista derretem 7,25% a R$ 17,28 às 15h10. O movimento, porém, é uma correção do movimento registrado na véspera, quando os ativos saltaram 7,01%, em meio às expectativas positivas para o balanço da companhia no segundo trimestre.
As projeções otimistas se confirmaram e os números foram consolidados “sólidos” pelo mercado. Entre abril e junho, a empresa reportou lucro líquido de R$ 200,3 milhões, crescimento de 138,9% em relação ao mesmo período de 2024. Além do desempenho ter sido impulsionado por aumento de vendas e controle de despesas, a C&A também atribuiu o resultado à alienação da carteira referente à parceria com o Bradescard.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado alcançou R$ 315,9 milhões no intervalo, uma alta anual de 29,8%. Já a receita líquida da C&A consolidada somou R$ 2,058 bilhões, avanço de 12,4% ante um ano antes.
Na avaliação do Santander, o resultado foi impulsionado principalmente pelo crescimento anual de 17% de vendas nas mesmas lojas (SSS) na categoria de vestuário. “O avanço foi apoiado por um sortimento atrativo de produtos e condições climáticas favoráveis. O inverno mais frio ajudou a manter o ritmo de crescimento, mesmo após um aumento de 13% no segundo trimestre de 2024”, destacou o banco, que mantém recomendação de compra para CEAB3 com preço-alvo de R$ 23,30.
Para a XP Investimentos, entre os destaques positivos, estão a notícia de que a empresa iniciou a implementação gradual da sua “Estratégia Logística”, projetada para apoiar o crescimento até 2030, com a construção de uma rede mais ágil, próxima aos principais centros consumidores. O controle da alavancagem é outro ponto tido como interessante pela corretora. A dívida líquida/Ebitda caiu 0,2 vez no trimestre, para 0,3 vez. A casa tem recomendação de compra para o papel com preço-alvo de R$ 22.
Quem também mantém uma visão positiva para a C&A é o BTG Pactual. O banco avalia que a empresa tem conseguido aumentar a produtividade das lojas e a rentabilidade das operações, e mesmo no braço de crédito – que continua sendo importante para fomentar as vendas – adotou uma postura mais conservadora, o que reduz riscos em um cenário de juros ainda elevados no Brasil, com a Selic a 15% ao ano.
Desde que o BTG atualizou sua recomendação de CEAB3 para compra em março, as ações da varejista já subiram 93%. Mesmo após essa forte valorização, a casa continua enxergando os mesmos sinais positivos que a levou a adotar uma postura mais construtiva em relação ao papel, impulsionando revisões para cima nos lucros.
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“Reconhecemos que o consumo deve perder fôlego no segundo semestre de 2025 e que a base comparativa do terceiro trimestre para a C&A será mais difícil. No entanto, com a ação ainda negociando a um múltiplo atraente de 11 vezes o lucro estimado para 2026, mantemos nossa recomendação de compra”, destacou em relatório.