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Os resultados financeiros da Petrobras (PETR4), divulgados após o fechamento do pregão desta quinta-feira (7), eram bastante aguardados pelo mercado diante do recuo da cotação do petróleo Brent. Os números, por sua vez, vieram em linha com as estimativas dos agentes do mercado, mas a companhia decepcionou ao anunciar dividendos abaixo das expectativas dos analistas e aumento dos recursos destinados a investimentos.
Nos meses de abril a junho, a petroleira alcançou um lucro líquido de R$ 26,6 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 2,6 bilhões no mesmo trimestre do ano passado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida, na sigla em inglês), que mede a capacidade da empresa em gerar caixa, foi R$ 52,2 bilhões. O volume é 5,1% superior ao do segundo trimestre de 2024 e 14,5% em comparação aos meses de janeiro a março deste ano.
Para João Daronco, analista da Suno Research, a queda é aceitável visto que o preço médio do Brent ficou em US$ 62,82, uma queda de 20,2% na comparação anual e de 10% em relação ao primeiro trimestre de 2025.
“Também houve impacto da variação cambial, com o dólar contribuindo para a queda na receita, EBITDA, lucro bruto e geração de caixa operacional”, informou o especialista.
A surpresa negativa, na avaliação dos agentes, foi o aumento dos investimentos que pressionaram o fluxo de caixa livre da companhia. No 2º trimestre do ano, a Petrobras reportou um Capex (recursos para investimentos) de US$ 4,4 bilhões, uma alta de 9% em comparação ao trimestre anterior. Segundo a Genial, cerca de 84% desses recursos foram destinados para o segmento de exploração e produção.
“Se por um lado o foco no segmento de exploração e produção agrada, por outro, maiores desembolsos com investimentos pressionam a geração de caixa da empresa e, consequentemente, a sua capacidade de distribuir dividendos”, informou a corretora.
Dado esse resultado, a Petrobras anunciou o pagamento de R$ 8,7 bilhões em dividendos, equivalente a R$ 0,67 por ação. O volume veio R$ 1 bilhão a menos em relação à expectativa da Genial Investimentos. A cifra também veio abaixo das projeções da XP que esperavam um pagamento de US$ 2,2 bilhões (R$ 11,9 bilhões ao considerar a cotação do dólar no pregão de quinta). Já a Ativa Investimentos aguardava uma distribuição de R$ 1 por ação, o que representa em um dividend yield de 2,1% para o trimestre.
Com os dividendos menores, as corretoras e bancos têm sido unânimes na recomendação: neutra para as ações da Petrobras (PETR4). A Ativa Investimentos justifica a sua recomendação devido ao “panorama setorial ainda desafiador para o petróleo”, ao próximo plano estratégico da companhia, que pode aumentar os gastos com investimentos, e à relação risco retorno do papel que avalia como menos atrativa frente a outros players do setor.
Contudo, a corretora ainda enxerga um potencial de valorização de 35,3% para as ações preferenciais (PETR4) ao estabelecer um preço-alvo de R$ 44 para o papel. A Genial Investimentos tem a mesma recomendação para as ações da companhia. Para eles, o rendimento em dividendos da companhia deve permanecer em 8% ao ano devido ao novo patamar de investimentos e ao preço do brent no mercado internacional.
“Somado isso, a empresa oficializou via fato relevante o interesse em ingressar no segmento de distribuição. Apesar dos resultados sólidos, somos céticos quanto a uma resposta positiva do mercado a tese da empresa como um todo tendo em vista o cenário de preços do brent pressionado e maiores investimentos”, disseram Victor Sousa e Ricardo Bello.
O Citi também sustenta uma recomendação neutra para os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas). O preço-alvo é de US$ 12,50, o que representa um espaço de valorização de apenas 4,4% em comparação ao último fechamento do papel.
Com informações do Broadcast
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