O principal fator que jogou contra o IBOV foi o desempenho da Petrobras (PETR3;PETR4), que tem grande peso na carteira do índice. Os papéis ordinários (PETR3) tombaram 7,95%, enquanto os preferenciais (PETR4) derreteram 6,15%, ambos terminando o pregão na mínima do dia. O mercado repercutiu o balanço do segundo trimestre da companhia, assim como o anúncio da distribuição de R$ 8,66 bilhões em dividendos.
“Esse desempenho negativo da Petrobras pesou sobre o Ibovespa. Por outro lado, ações do setor financeiro e de commodities metálicas subiram e ajudaram a conter a pressão negativa”, afirma Christian Iarussi, economista e sócio da The Hill Capital.
A petroleira alcançou um lucro líquido de R$ 26,6 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 2,6 bilhões no mesmo período do ano passado. O que frustrou o mercado foi o valor dos dividendos anunciados. Os proventos foram impactados pela queda anual de 39,6% no Fluxo de Caixa Livre (FCL), que atingiu R$ 19,2 bilhões no trimestre. O indicador, muito acompanhado por investidores que buscam dividendos, representa o saldo de caixa disponível após uma empresa realizar os pagamentos necessários para manter suas operações e investimentos. Explicamos os detalhes aqui.
Arthur Barbosa, analista da Aware Investments, vê um ambiente “menos favorável” para a petroleira. “A estratégia da empresa tende a ser mais conservadora, priorizando investimentos e medidas de contenção de custos para enfrentar a volatilidade dos preços do petróleo, em detrimento da remuneração adicional aos acionistas”, avalia.
Para Iarussi, da The Hill Capital, fora a temporada de balanços, a agenda econômica foi esvaziada, tanto no Brasil quanto no exterior, o que contribuiu para um clima mais morno nos mercados. “Na minha opinião, o movimento de hoje é mais uma realização de lucros, natural após a sequência de altas dos últimos dias”, destaca.
Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq subiram 2,43%, 1,35%, 3,87%, respectivamente. Na semana, houve altas de 2,43%, 1,35% e 3,87%, nesta ordem. A Apple (AAPL) foi destaque, subindo 4,24% na sessão e 13,33% na semana, no maior ganho semanal desde 2020, com notícias sobre novos investimentos de US$ 100 bilhões nos Estados Unidos.
O dólar hoje fechou em alta de 0,25% a R$ 5,4361. De acordo com Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, o movimento foi marcado por ajustes técnicos diante da baixa acumulada de quase 3% no mês. “Houve uma pressão negativa vinda da queda do minério de ferro, da instabilidade do preço do petróleo e das incertezas nas negociações sobre o tarifaço de até 50% imposto pelos EUA a produtos brasileiros”, acrescenta.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Braskem (BRKM5), Eletrobras (ELET3;ELET6) e Cogna (COGN3).
Braskem (BRKM5): 4,41%, R$ 8,76
As ações da Braskem (BRKM5) registraram a maior alta do Ibovespa hoje, subindo 4,41% a R$ 8,76. A empresa confirmou que iniciou conversas com a Unipar Carbocloro sobre potenciais oportunidades envolvendo ativos e/ou participações societárias da companhia e de suas subsidiárias.
A BRKM5 está em alta de 0,46% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 24,35%.
Eletrobras On (ELET3): 3,53%, R$ 44,28
Eletrobras Pn (ELET6): 3,41%, R$ 47,6
Depois de lideraram os ganhos do Ibovespa na véspera, as ações da Eletrobras (ELET3;ELET6) voltaram a subir na B3. Os papéis ordinários tiveram alta de 3,53% a R$ 44,28, enquanto os preferenciais (ELET6) avançaram 3,41% a R$ 47,6, com investidores ainda repercutindo o balanço do segundo trimestre e o anúncio do pagamento de R$ 4 bilhões em dividendos intermediários.
A ELET3 está em alta de 17,11% no mês. No ano, acumula uma valorização de 32,46%.
A ELET6 está em alta de 16,38% no mês. No ano, acumula uma valorização de 26,09%.
Cogna (COGN3): 3,37%, R$ 3,07
Quem também se saiu bem foi a Cogna (COGN3), que avançou 3,37% a R$ 3,07, ampliando os ganhos de 5,32% registrados na quinta-feira (7).
A COGN3 está em alta de 11,23% no mês. No ano, acumula uma valorização de 189,62%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Rumo (RAIL3), Petrobras (PETR3) e Lojas Renner (LREN3).
Rumo (RAIL3): -9,5%, R$ 15,34
Os papéis da Rumo (RAIL3) sofreram a pior queda do Ibovespa hoje, recuando 9,5% a R$ 15,34. A empresa reportou lucro líquido ajustado de R$ 731 milhões no segundo trimestre de 2025, alta de 1,4% ante igual intervalo de 2024.
A RAIL3 está em baixa de 7,26% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 10,29%.
Petrobras On (PETR3): -7,95%, R$ 32,78
As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) cederam 7,95% a R$ 32,78, no pior desempenho desde 8 de março de 2024, quando o recuo foi de 10,37%.
A PETR3 está em baixa de 8,41% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 12,8%.
Lojas Renner (LREN3): -7,26%, R$ 16,73
Outro destaque negativo foi a Lojas Renner (LREN3), que tombou 7,26% a R$ 16,73. A varejista registrou lucro líquido de R$ 404,5 milhões no segundo trimestre de 2025, resultado 28,4% superior ao obtido em igual período de 2024. Veja o balanço em detalhes aqui.
A LREN3 está em alta de 2,83% no mês. No ano, acumula uma valorização de 41,06%.
*Com Estadão Conteúdo