A Fitch rebaixou os ratings (nota de crédito) da Braskem (BRKM5) diante do perfil financeiro persistentemente fraco da petroquímica, especialmente após os resultados do segundo trimestre, levando a uma previsão de alavancagem líquida mais alta. Desafios da indústria e dependência de decisões governamentais também limitam a melhora do desempenho.
O ratings de emissor com probabilidade de inadimplência (IDRs, na sigla em inglês) da Braskem foi cortado de BB para BB-. A Fitch também rebaixou os ratings de dívida sem garantia sênior da Braskem America Finance Company de BB para BB- e as notas da unidade Netherlands Finance B.V. De BB para BB-. Os ratings foram colocados em Observação Negativa.
A observação negativa sinaliza uma liquidez mais restrita motivada pela queima recorrente de caixa e pelo baixo desempenho operacional que, combinados com riscos de eventos cada vez maiores, podem limitar a capacidade de a empresa acessar os mercados de capitais, juntamente com vencimentos de dívidas maiores no médio prazo.
O fluxo de caixa livre da Braskem antes dos desembolsos relacionados ao acidente geológico em Alagoas deverá permanecer negativo pelo menos até 2027, apesar dos esforços contínuos da administração para reduzir custos e preservar o caixa.
A Fitch projeta um Ebitda (lucro antes de juros, depreciação, amortização e impostos) de aproximadamente US$ 600 milhões em 2025 e US$ 700 milhões em 2026 da Braskem (BRKM5). Esses níveis permanecem insuficientes para compensar o aumento das necessidades de capital de giro líquido e os investimentos anuais em manutenção de USD 400 milhões, segundo a Fitch.