Saiba como identificar a taxa do seu crédito consignado, comparar com o teto do INSS e avaliar o Custo Efetivo Total (CET) para renegociar ou fazer portabilidade e pagar menos juros. (Foto: Adobe Stock)
O crédito consignado tem parcelas descontadas diretamente do salário ou do benefício (INSS), por isso costuma cobrar juros menores que empréstimo pessoal ou cheque especial. Ainda assim, as taxas variam entre instituições e muitos tomadores pagam mais do que deveriam. Veja de forma prática como checar se há espaço para economizar, e entenda como entender melhor o seu contrato.
No extrato do empréstimo, disponível no app do banco ou no demonstrativo da agência, procure a taxa nominal indicada como “taxa de juros” ou “juros contratados”, que é a porcentagem aplicada sobre o saldo. Se o consignado estiver vinculado ao benefício do INSS, consulte o extrato de empréstimos no Meu INSS, onde constam também número do contrato, prazo e saldo. Além disso, solicite o Custo Efetivo Total (CET), que reúne juros, tarifas, seguro prestamista e outros encargos, pois é o indicador mais confiável para comparar propostas.
Compare com o teto e com o mercado
Para novos contratos do INSS, o teto vigente (março/2025) é 1,85% ao mês, ou seja, 1,85% a.m. (taxa mensal). Esse “teto” é o limite máximo legal aplicado a contratos novos – documentos assinados antes da mudança podem seguir regras diferentes, então primeiro confirme a data do seu contrato.
Use comparadores e pesquisas (apps como Meutudo, Konsi, e levantamentos do Procon) para ver a faixa praticada no mercado: em 2025 as ofertas de entrada estiveram, em geral, entre 1,5% e 1,8% ao mês. Para entender a ordem de grandeza, isso significa algo em torno de 19,6% a 23,9% ao ano, enquanto 1,85% a.m. equivale a cerca de 24,6% ao ano, números que ajudam a dimensionar o impacto na sua carteira.
Se sua taxa nominal estiver perto do teto ou acima da média de mercado, confirme se o contrato é “novo” (após a data da mudança) e considere procurar um contrato que lhe garanta maior economia.
Custos além dos juros
Além da taxa nominal, verifique todos os itens que entram no Custo Efetivo Total (CET). Os principais são:
Tarifas administrativas: como taxa de cadastro ou avaliação.
Seguro prestamista: cobre saldo em caso de morte ou invalidez, em alguns contratos é uma cobrança opcional.
Multas e juros de mora: aplicados em caso de atraso do pagamento.
Esses custos podem elevar bastante o CET e transformar um empréstimo aparentemente barato em algo caro. Sempre peça o CET discriminado e a planilha de amortização para saber quanto vai para juros e quanto para tarifas.
Você tem margem consignável sobrando (percentual do salário/benefício que pode ser comprometido) e outros bancos oferecem condições melhores;
Quer antecipar ou quitar parcelas, às vezes renegociar reduz encargos.
Portabilidade significa transferir o saldo para outro banco sem quitar o empréstimo: o novo credor paga o saldo ao anterior e você passa a pagar parcelas ao novo banco. Compare o novo CET e cheque eventuais tarifas de transferência antes de aceitar.
Checklist prático; faça agora mesmo
Pegue o extrato/Meu INSS e anote: taxa nominal, CET, prazo e saldo devedor.
Compare a taxa com o teto (1,85% a.m.) e com ofertas em comparadores (Meutudo, Konsi, Procon).
Peça a planilha de amortização ao banco (detalha quanto de cada parcela são juros contra amortização).
Simule portabilidade: compare novas parcelas e novos CET’s.
Se houver economia real, solicite a portabilidade formal.
Em caso de cobrança abusiva ou erro no desconto, registre reclamação no Procon e guarde todos os protocolos.
Cuidados e quando procurar ajuda
Desconfie de promoções que anunciam taxas baixas para o empréstimo consignado sem detalhar o CET. Prefira instituições reguladas, exija documentação escrita e guarde protocolos de atendimento. Para cobranças abusivas ou dúvidas legais, procure um advogado especializado e, para decisões financeiras complexas, considere um consultor.