Resultado trimestral foi impulsionado por reajustes tarifários e queda de 37% na inadimplência; segmento de geração segue impactado por cortes do ONS.
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O Grupo CPFL Energia (CPFE3) anotou lucro líquido consolidado de R$ 1,186 bilhão no segundo trimestre deste de 2025, alta de 7,8% na comparação com mesmo período do ano passado. Com isso, na primeira metade do ano a companhia acumula ganho de R$ 2,8 bilhões, 1,9% abaixo do verificado em igual etapa de 2024.
A receita operacional líquida totalizou R$ 10,549 bilhões entre abril e junho, montante 9,2% maior que o registrado nos mesmos meses de 2024. No semestre, a receita somou 21,2 bilhões, crescimento de 6,9% na comparação anual.
O desempenho da CPFL Energia elétrica foi impulsionado, principalmente, pelo segmento de Distribuição, que registrou crescimento de 22,2% no Ebitda trimestral, para R$ 2,066 bilhões, enquanto o segmento de geração teve Ebitda 5,9% menor, de R$ 806 milhões, e a Transmissão diminuiu seu Ebitda em 26,8%, para R$ 171 milhões.
O presidente da companhia Gustavo Estrella salientou que a distribuição foi favorecida pelos reajustes tarifários e pela redução de 37% da inadimplência. A carga na área de concessão, líquida de perdas, recuou 2,2% no segundo trimestre, na comparação anual, para 14,34 mil gigawatts-hora (GWh), em parte devido às temperaturas mais baixas registradas nesse ano, que reduzem o uso de equipamentos de climatização principalmente no segmento residencial (-4,8%) e comercial (-4,2%).
Com isso, houve uma retração de 1,6% na venda total de energia no segundo trimestre. Já o consumo industrial cresceu 1,9% no período, com destaque para o aumento da demanda da indústria alimentícia (+5,0%).
No entanto, o menor tíquete médio, associado a um impulso renovado no programa de cortes, fez a CPFL melhorar seu indicador de inadimplência, com Provisão para Devedores Duvidosos (PDD)/Receita de Fornecimento recuando para 0,82% em um ano, retomando patamares históricos, antes os anteriores 1,18%.
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“Crescemos 21% o volume de cortes nesse trimestre em relação ao mesmo trimestre do ano passado, temos um programa de corte mais forte e que tem trazido resultado positivo para a inadimplência”, disse Estrella, indicando que a perspectiva é reduzir um pouco mais nos próximos trimestres.
No segmento de Geração, a CPFL seguiu penalizada pelos cortes (curtailment) promovidos pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A geração eólica da companhia registrou aumento de 11,9% em relação ao segundo trimestre do ano passado, devido aos ventos mais intensos. Caso fosse desconsiderado o curtailment, o resultado teria sido de um aumento de 28% na geração.
Investimento e dívida
Entre os meses de abril e junho, a CPFL realizou investimentos de R$ 1,4 bilhão, o que corresponde a um aumento de 5,1% em relação aos mesmos três meses do ano passado. Desse montante, 84% foram direcionados aos negócios de Distribuição, visando à expansão e modernização das redes das quatro concessionárias do grupo. Outros R$ 166 milhões foram destinados aos ativos de Transmissão.
Já a dívida líquida cresceu 4% em um ano e alcançou R$ 27,287 bilhões ao fim de junho. A alavancagem, medida pela relação Dívida Líquida/Ebitda, aumentou de 2,01 vezes para 2,07 vezes, dentro dos limites dos covenants financeiros.
Estrella salientou, porém, que no segundo trimestre, a CPFL Energia (CPFE3) realizou R$ 2,5 bilhões de captações, com prazo médio de oito anos. “A gente conseguiu acessar o mercado em ótimas condições, rolamos praticamente todos os principais vencimentos de curto prazo, com dívida longa, o que traz uma estabilidade de fluxo de caixa importante para a companhia nos próximos anos”, disse.