Fachada de escritório do Nubank (ROXO34). (Foto: Adobe Stock)
O Nubank (NU) alcançou um lucro líquido de US$ 637 milhões no segundo trimestre de 2025, alta de 42% na comparação com igual período do ano passado, livre de efeitos de câmbio. O Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) foi de 28%. Já o lucro líquido ajustado somou US$ 694,5 milhões, expansão anual de 23,4%.
O balanço foi bem recebido pelo mercado, com as ações da fintech disparando 9,08% a US$ 13,10 no fechamento da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). O lucro da empresa superou em 2%, 12% e 6% as estimativas de analistas da XP Investimentos, Itaú BBA e BTG Pactual, respectivamente. As casas concordam que os resultados do Nubank vieram sólidos – mas ainda não faz com que especialistas recomendam a compra dos papéis.
No trimestre, a instituição ganhou mais 4,1 milhões de clientes, um aumento de 17% em 12 meses. Com isso, chegou a 122,7 milhões de clientes nos três países em que opera – Brasil, México e Colômbia. Por aqui, a fintech já é a terceira maior instituição financeira em número de clientes, de acordo com o Banco Central. São 107,3 milhões no fechamento de junho, 60% da população adulta do País.
As receitas do Nubank no segundo trimestre de 2025 aumentaram 40%, na comparação anual, também sem considerar os efeitos do câmbio, atingindo o recorde de US$ 3,7 bilhões. Já a receita financeira líquida de juros, indicador conhecido como NII (na sigla em inglês) aumentou 33% em um ano, para US$ 2,1 bilhões, novo recorde. A margem financeira líquida (NIM, na sigla em inglês) aumentou 20 pontos-base, para 17,7%.
O índice de inadimplência do Nubank, considerando os atrasos de 15 a 90 dias, diminuiu 30 pontos base em relação ao trimestre anterior, para 4,4%. Já o índice para atrasos acima de 90 dias aumentou 10 pontos base para 6,6%. Na avaliação da XP, a qualidade do crédito da fintech permanece bem controlada, o que reflete uma “gestão de crédito sólida”.
O Itaú BBA, por sua vez, destaca que o resultado acima do esperado no trimestre foi impulsionado pela receita financeira líquida de juros mais forte, devido a margens financeiras líquidas melhores combinadas com volumes mais elevados.
Por que “bancões” ainda não recomendam compra?
A XP mantém recomendação neutra para o Brazilian Depositary Receipt (BDR) do Nubank, cujo ticker é ROXO34, com preço-alvo de R$ 11,30. “Embora os resultados reforcem a capacidade da empresa de monetizar e escalar operações de forma eficiente, acreditamos que a ação já precifica o crescimento acelerado em outros segmentos, levando a uma relação risco-retorno desfavorável nos níveis atuais”, destaca a corretora.
O UBS BB tem a mesma recomendação para a ação NU, negociada em NY, com preço-alvo de US$ 14,30. Apesar de os ganhos no trimestre terem superado as expectativas, existem algumas preocupações sobre a maturação do negócio de cartões de crédito do Nubank no Brasil, na visão do banco.
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O BTG vai na mesma linha para o papel NU, mas mantém preço-alvo um pouco mais baixo, de US$ 14. Com os últimos resultados, no entanto, o banco pontua que o otimismo em relação à fintech aumentou. “Dada a recente performance dos papéis abaixo do esperado, não nos surpreenderíamos se as ações subissem entre 10% e 15% no curtíssimo prazo”, ressalta.
Na visão do banco, reacender o crescimento da receita, especialmente em cartões de crédito no Brasil, e ter um bom desempenho no México são etapas essenciais para o Nubank reconstruir a confiança dos investidores de que os lucros futuros irão reacelerar, permitindo, em última instância, que a ação seja reavaliada.