Raízen (RAIZ4) dispara na B3 após Petrobras avaliar investimento no setor de etanol. (Foto: Adobe Stock)
As ações da Raízen (RAIZ4) disparam nesta segunda-feira (18), em alta de 10,58%, cotadas a R$ 1,15. Mesmo com a forte valorização, os papéis ainda permanecem no patamar de um real, após semanas de forte pressão negativa. A disparada ocorre em reação à notícia de que a Petrobras(PETR4) estuda fazer investimentos na companhia, seja tornando-se sócia ou adquirindo ativos, como parte de sua estratégia de retorno ao setor de etanol.
Segundo apuração de O Globo no fim de semana, a estatal avalia alternativas para se tornar um ator relevante no mercado de etanol ainda em 2025. A discussão interna envolve como estruturar a entrada na Raízen sem ferir a cláusula de não competição firmada com a Vibra (antiga BR Distribuidora), válida até 2029 para o segmento de distribuição.
O movimento colocou a Raízen na liderança das altas do Ibovespa, enquanto sua controladora, a Cosan (CSAN3), avançou 5,47%, para R$ 5,78.
O principal índice da Bolsa de Valores subiu 0,72%, aos 137.321 pontos, com apenas 12 papéis em queda entre os 84 que o compõem. A Vibra (VBBR3), que também entrou no radar dos investidores por causa da cláusula de não competição, registrou desvalorização de 0,19%.
Análise do mercado sobre a negociação com a Petrobras?
Para analistas, a perspectiva de ter a Petrobras como sócia abre espaço para uma guinada na percepção de crédito e no horizonte operacional da Raízen.
“Ainda que o desenho final não esteja definido, a sinalização mostra que a companhia tem alternativas para reforçar sua estrutura de capital e buscar uma virada operacional”, avaliou a Ativa Investimentos em comentário a clientes.
A corretora ponderou, no entanto, que a estatal petroleira deveria dar prioridade a exploração e produção, mas reconheceu que a associação com um player líder em biocombustíveis faz sentido dentro do atual plano estratégico.
Gustavo Bertotti, head de Renda Variável da Fami Capital, ressaltou que a ação também tinha espaço para recuperação técnica após o tombo recente. A Raízen foi um dos principais destaques de queda após a temporada de balanços do segundo trimestre de 2025 (2T25). A notícia da Petrobras serviu como catalisador para esse movimento.
A forte valorização da Raízen (RAIZ4) nesta segunda-feira combina fatores conjunturais, como a sinalização estratégica de investimentos da Petrobras, com pontos técnicos relacionados à recente pressão sobre os papéis. Ainda assim, analistas alertam que a decisão final da estatal só deve ser tomada até o fim do ano, o que pode manter oscilação elevada para a ação nos próximos meses.