

A XP Investimentos vê possibilidade de piora nas estimativas para o Banco do Brasil (BBAS3) após a empresa anunciar que não irá pagar os dividendos antecipados e anteriormente previstos, mostra relatório publicado nesta quinta-feira (21).
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A XP Investimentos vê possibilidade de piora nas estimativas para o Banco do Brasil (BBAS3) após a empresa anunciar que não irá pagar os dividendos antecipados e anteriormente previstos, mostra relatório publicado nesta quinta-feira (21).
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Segundo fato relevante da última quarta-feira (20), a remuneração dos acionistas do BB referente ao terceiro trimestre de 2025 será repassada integralmente em 11 de dezembro de 2025. Antes, a expectativa era que o valor fosse anunciado hoje e pago em 12 de setembro. A data estava presente no calendário de dividendos divulgado pela instituição no começo do ano.
A empresa explicou que a mudança ocorre pela necessidade de convergência ao payout (fatia do lucro distribuída em dividendos) de 30%, anunciado na última semana. Para 2025, a companhia esperava inicialmente repassar entre 40% a 45% do lucro via juros sobre capital próprio (JCP) ou dividendos.
A redução do payout foi decidida com base nos resultados do banco no segundo trimestre de 2025 (2T25), que vieram muito abaixo das expectativas do mercado. O Banco do Brasil (BBAS3) encerrou o segundo trimestre deste ano com lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões, queda de 60,2% em relação à igual período de 2024.
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A piora ocorreu em um trimestre de agravamento da inadimplência e disparada anual de 103,8% nas Provisões para Devedores Duvidosos (PDD), que foram de R$ 7,8 bilhões no segundo trimestre de 2024 para R$ 15,9 bilhões no segundo trimestre de 2025. Esse dinheiro é destinado a cobrir os calotes dos clientes.
Os analistas da XP Investimentos reforçam que essa deterioração aconteceu devido à inadimplência do agronegócio e que a companhia reiterou na teleconferência dos resultados que 2025 será um ano de ajuste nos resultados, com recuperação esperada a partir de 2026.
Os especialistas lembram ainda que a companhia mudou suas expectativas de ganhos. Agora, o lucro líquido esperado pelo Banco do Brasil é de R$ 21 a R$ 25 bilhões (ante R$ 37 e 41 bilhões) e a expectativa para o crescimento da carteira de crédito caiu para entre 3% e 6% (ante 5,5% a 9,5%). Em meio a esse ponto, eles não descartam a piora do desempenho da ação.
“Assumindo o ponto médio da projeção para o lucro líquido, o banco está sendo negociado a cerca de 4,8 vezes o Preço sobre Lucro (P/L), acima da sua média histórica, sugerindo espaço para revisões para baixo”, explicam Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Diana Cheng, que assinam o relatório da XP.
A XP tem recomendação neutra para o Banco do Brasil (BBAS3) com preço-alvo de R$ 32,00 para o fim de 2025, alta de 62,52% na comparação com o fechamento de quinta-feira (21), quando a ação encerrou o pregão a R$ 19,69. “Após mais uma leva de resultados significativamente abaixo do esperado no 2T25, corte no payout com adiamento de dividendos, reiteramos nossa recomendação neutra para BBAS3”, concluem os analistas.
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