As ações da Cosan (CSAN3) registram a quinta sessão seguida de ganhos e lideram as altas do Ibovespa nesta terça-feira (2). Às 16h20 (de Brasília), os papéis saltavam 3,97%, a R$ 6,29, depois de terem oscilado entre máxima a R$ 6,35 e mínima a R$ 5,95. No pregão anterior, já haviam subido 3,42%.
Em relatório divulgado na segunda-feira (1º), o Bank of America (BofA) sinalizou que a empresa é uma história única de recuperação e desalavancagem na América Latina. O banco tem recomendação de compra para o papel com preço-alvo de R$ 11, o que representa um potencial de valorização em torno de 86%.
Na avaliação do BofA, a Cosan vem atuando na redução de sua alavancagem. Um dos reflexos disso foi a empresa ter zerado a sua posição na Vale (VALE3) no começo de 2025. Questões operacionais também têm sido trabalhadas, especialmente na Raízen (RAIZ4), com a venda de ativos.
Os juros elevados, porém, ainda são um desafio e a ação da Cosan acumula queda de 22% no ano. “Apesar disso, acreditamos que o cenário está prestes a mudar. Um possível aumento de capital na Raízen poderia destravar valor, ao mesmo tempo em que traria um novo acionista estratégico para a Cosan, o que poderia resultar em geração de valor”, avalia o BofA.
De acordo com os cálculos do banco, caso seja realizado um aumento de capital na Raízen entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões, a diluição para a Cosan seria de 2%, para R$ 5,6 bilhões. “Mas, mesmo considerando essa diluição, caso a Raízen fosse precificada dentro da Cosan, o potencial de valorização poderia chegar a até 50%”, destaca.
Nos últimos dias, as ações RAIZ4 também se saíram bem e subiram por quatro sessões seguidas, embalando o desempenho da Cosan. Nesta terça-feira, porém, os papéis corrigem parte dos ganhos e recuam 1,6%. Como mostramos aqui, a empresa pode ser uma das beneficiadas da Operação Carbono Oculto, deflagrada para combater esquemas de fraudes e de lavagem de dinheiro no setor de combustíveis. A expectativa é que o aperto sobre elos irregulares da cadeia deve trazer maior disciplina de preços, menor participação de produtos fora de especificação e abertura de espaço competitivo.