Golpes no Lollapalooza 2026: como cibercriminosos atacam fãs e ingressos falsos circulam online
Festival de música mais aguardado do Brasil volta a atrair também criminosos digitais, que se aproveitam da alta demanda por ingressos para aplicar fraudes via Pix, QR Code e sites falsos
As vendas começaram oficialmente no dia 14 de agosto. Imagem: Adobe Stock.
O Lollapalooza 2026, um dos festivais de música mais aguardados do Brasil, anunciou oficialmente seu line-up e abriu a venda de ingressos. Como acontece todos os anos, milhares de fãs correm para garantir sua entrada, criando uma enorme demanda online – cenário que também atrai a atenção de cibercriminosos em busca de vítimas.
Um dos fatores que aumentam a vulnerabilidade dos usuários é o hábito de salvar dados bancários em aplicativos ou sites de compra de ingressos. Apesar de tornar as transações mais rápidas, essa prática transforma as informações financeiras em alvos valiosos para criminosos.
Caso uma plataforma seja comprometida, os dados podem ser expostos e revendidos em fóruns clandestinos.
A revenda em redes sociais e canais não oficiais também potencializa os golpes.
Muitos criminosos oferecem ingressos com preços atrativos e entrega imediata, mas que na realidade são falsos. Em geral, a vítima só descobre o engano na hora do evento. Nesses casos, o pagamento costuma ser feito por Pix, QR Code ou contas em fintechs, sem possibilidade de reembolso ou acesso ao festival.
A falta de preparo digital torna esse cenário ainda mais preocupante. Um estudo da Kaspersky mostra que 14% dos brasileiros não sabem identificar e-mails ou mensagens fraudulentas e 27% não conseguem reconhecer sites falsos. Esses números evidenciam como a empolgação em assegurar um lugar no evento pode ser facilmente explorada por criminosos.
“Os cibercriminosos se aproveitam da expectativa em torno dos grandes festivais para aplicar diferentes tipos de golpes”, alerta Fabio Assolini, diretor da Equipe Global de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina. Ele ainda completa:
Eles não apenas atacam plataformas de venda, mas também criam páginas falsas que imitam sites oficiais ou perfis enganosos em redes sociais para oferecer supostas revendas.
Diante desse cenário, a combinação entre educação digital e soluções de cibersegurançaé a melhor defesa. Cautela nas transações e o uso de tecnologias de proteção permitem que os fãs aproveitem o festival sem preocupações com fraudes ou prejuízos financeiros.
O que fazer para evitar golpes?
1. Não salve seu cartão em sites de venda de ingressos
Embora prático, isso pode expor seus dados em caso de invasão. Prefira inserir as informações a cada compra.
Para facilitar, utilize gerenciadores de senhas que armazenam e preenchem os dados de forma segura.
2. Ative alertas de consumo no banco
Receber notificações por SMS ou e-mail ajuda a monitorar cada transação e detectar rapidamente cobranças não autorizadas.
3. Desconfie de promoções inesperadas
E-mails, mensagens ou anúncios que prometem descontos especiais geralmente são tentativas de golpe. Sempre confirme nos canais oficiais do festival ou da empresa responsável pela venda.
Use cartões virtuais e evite pagar via Pix
O cartão virtual gera um código de segurança temporário, reduzindo o risco de fraudes. Já no Pix, a recuperação do dinheiro é quase impossível em caso de golpe.
Invista em proteção de cibersegurança
Existem diversas empresas de cibersegurança que oferecem soluções de defesa contra roubo de dados, fraudes em pagamentos online, conexões não autorizadas e até tentativas de usurpação de identidade.