Por que o Itaú Unibanco segue apostando na queda do dólar
O dólar à vista acumula queda acima de 12% contra o real este ano; na visão do banco, trata-se de um movimento global de enfraquecimento da moeda americana, que deve continuar
Dólar está em uma trajetória de desvalorização global este ano. (Foto: Adobe Stock)
A queda do dólar contra moedas emergentes vista em 2025 pode ser apenas o início de um movimento que veio para ficar. Inclusive contra o real: a cotação à vista da moeda americana acumula uma queda de mais de 12% contra a brasileira este ano, saindo de R$ 6,18 para os atuais R$ 5,4.
Este tem sido um pilar na alocação do Itaú Unibanco, que permanece no radar para setembro, mostra a carta mensal de gestão da instituição. O banco manteve a posição vendida em dólar versus uma cesta de moedas de países desenvolvidos, tanto na carteira internacional, quanto na carteira de Brasil.
“Seguimos vendidos em dólar, entendendo que um menor protagonismo dos Estados Unidos no crescimento global deverá incentivar que investidores continuem a diversificar seus investimentos, de modo a reduzir a parcela de ativos denominados em dólar em seus portfólios, imprimindo uma tendência baixista à moeda”, diz o estrategista-chefe de investimentos, Nicholas McCarthy no documento.
O banco não realizou nenhuma grande mudança na alocação em relação ao mês passado. Como mostramos em detalhes aqui, o fio-condutor da estratégia é o macro.
Na carteira internacional, os destaques são uma posição menor em títulos do Tesouro americano, os Treasuries, de longo prazo, com um posicionamento maior em crédito privado high yield. Na renda variável, a preferência é por mercados emergentes e bolsa global, que se beneficiam do movimento de saída de capital dos EUA que vem acontecendo desde o início do ano.
Na carteira de Brasil, o Itaú está sobrealocado em renda fixa prefixada e em juro real. A posições em Bolsa é neutra, com preferência para a alocação no S&P 500 em reais, para capturar a valorização do índice sem a interferência do câmbio.