Veja detalhes sobre a cotação do dólar hoje. (Foto: Adobe Stock)
O dólar hoje opera em forte queda, nesta sexta-feira (12), diante da ausência de sanções imediatas dos Estados Unidos ao Brasil pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No mercado à vista, a moeda chegou à faixa dos R$ 5,35, menor nível desde junho de 2024. O movimento contrasta com o observado no exterior, onde o dólar sobe pelo aumento das tensões geopolíticas e pela defesa reiterada do tarifaço por Donald Trump.
Por volta das 13h (de Brasília), o dólar caía 0,61% sobre o real, cotado a R$ 5,357 na venda. Ontem, o STF condenou Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão, além de declarar inelegibilidade de oito anos para ele e outros sete réus, no primeiro julgamento de um ex-presidente por tentativa de golpe de Estado. O governo americano classificou a decisão como “caça às bruxas”, enquanto Trump chamou a condenação de “terrível”.
O Itamaraty respondeu que os EUA “não intimidarão” o Brasil, e o presidente Lula afirmou que tomará medidas em resposta. No entanto, o governo americano apenas ameaçou e não tomou nenhuma medida concreta até o momento, o que fez operadores do mercado financeiro desfazerem de suas posições defensivas, dando espaço para a queda da moeda americana.
Para o economista André Perfeito, “no day after da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro o mercado parece reagir à perspectiva de que o candidato da direita deve ser mesmo o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas”. Segundo ele, ontem esse sinal não estava claro, já que todas as moedas subiam contra o dólar, mas hoje, “o real ganha sozinho contra a moeda americana”. Por volta das 13h, o índice dólar, que mede a moeda americana em relação às divisas dos países desenvolvidos, subia 0,21%.
Dados da economia americana também puxam a queda o dólar hoje
No campo político americano, repercute a notícia de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, solicitou a um tribunal a remoção da diretora do Fed Lisa Cook antes da reunião da próxima semana, além da pressão do Senado para confirmar Stephen Miran como novo diretor da autoridade monetária.
Segundo Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora, a moeda dos EUA também foi pressionada pelo resultado do índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, que caiu de 58,2 em agosto para 55,4 em setembro, abaixo da previsão de 59,3 pelos analistas consultados pela FactSet. “A confiança veio ruim, abaixo da expectativa, e a inflação, dentro das perspectivas. Isso ratifica o corte de juros pelo Fed na semana que vem. Esse cenário ajudou internamente para a queda do dólar”, afirmou.
O levantamento evidenciou que as expectativas de inflação em 12 meses se mantiveram em 4,8%, enquanto para cinco anos subiram de 3,5% para 3,9%. Para Rugik, além do fluxo exportador, esses dados estimularam a leitura de que a autoridade monetária americana tem espaço para reduzir juros já na reunião de política monetária da próxima semana.
Ontem, o dólar fechou em queda de 0,27%, a R$ 5,3922. A baixa da moeda americana ocorreu após dados da inflação americana reforçarem a necessidade de um corte de juros na reunião do banco central dos EUA na próxima semana. Para mais informações sobre o dólar hoje, clique aqui.