Banco do Brasil: entenda as oportunidades de longo prazo em meio a volatilidade das ações. (Foto: Adobe Stock)
Investir em ações é, antes de tudo, assumir a posição de acionista. Não estamos comprando apenas um código de quatro letras na tela do home broker, mas nos tornando sócios de empresas que movem a economia brasileira. Essa visão de longo prazo é o que separa especulação de investimento. No caso do Banco do Brasil (BBAS3), a pergunta que paira é: será que os resultados mais fracos no curto prazo já estão refletidos no preço das ações?
A instituição projeta para 2025 um lucro líquido entre R$ 21 e 25 bilhões, o que colocaria o papel negociado a aproximadamente 5,5 vezes o lucro ajustado. Esse múltiplo sugere que boa parte das incertezas atuais já foi incorporada pelo mercado, revelando pouco potencial de valorização numa visão mais curta.
Não é nenhuma novidade, mas convém lembrar: historicamente, as ações do Banco do Brasil carregam um desconto em relação ao Ibovespa, reflexo da percepção de risco político e de sua natureza estatal.
O investidor de longo prazo precisa ir além do curto prazo. Se o banco retomar, em 2026 ou 2027, um patamar de lucro líquido entre R$ 36 e 40 bilhões (algo próximo ao que foi entregue em 2024), a relação Preço/Lucro cairia para impressionantes 3,48x a 3,26x. Trata-se de um desconto expressivo frente aos pares privados e até mesmo ao setor bancário internacional.
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E há mais: se o payout (porcentagem de lucro líquido distribuído aos acionistas) voltar ao nível histórico de 40%, o acionista poderia contar com um dividend yield (rendimento de dividendo) projetado entre 11% e 12% ao ano. Em outras palavras, em meio a um cenário de juros em queda e busca crescente por renda passiva, o Banco do Brasil poderia oferecer um fluxo de dividendos extremamente competitivo ao longo dos próximos dois anos.
É claro que existem riscos — a influência política e a volatilidade macroeconômica sempre acompanharão o papel. Mas é justamente nesses momentos de maior cautela que surgem as melhores oportunidades. O investidor que consegue enxergar além do próximo trimestre pode se beneficiar de um valuation (valor do ativo) atrativo, que combina fundamentos sólidos com um desconto que parece exagerado, olhando para o longo prazo.
Assim, a provocação que fica é: você prefere olhar para os desafios do presente ou para o potencial de valorização e dividendos dos próximos anos? O verdadeiro acionista não se guia apenas pelos ruídos de curto prazo, mas pela capacidade das empresas de gerar valor no longo prazo.
E, nesse sentido, talvez seja hora de revisitar com mais atenção as ações do Banco do Brasil (BBAS3).