Na véspera da Super Quarta, investidor monitora dados e movimentos políticos. (Foto: Adobe Stock)
O Ibovespa hoje reduziu alta para 0,20%, aos 143.831 pontos, às 12h45 (de Brasília), após alcançar nova máxima de 144.584 pontos. As atenções do mercado estão no primeiro dia de reunião dos comitês de política monetária do Banco Central do Brasil (BC) e do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), além de dados de desemprego em junho.
O tom positivo do exterior e das commodities – com petróleoem torno de 1,00% e minério de ferro em alta de 0,82% – estimulam o principal índice da B3 hoje, apesar dos recordes alcançados na véspera, que ainda podem gerar correção.
Ontem, no melhor momento da sessão, o Índice Bovespa teve alta de 1,35%, a 144.193,58 pontos – nova marca inédita intraday. Fechou com valorização de 0,90%, aos 143.546,58 pontos, novo nível histórico de fechamento.
No câmbio, odólar hoje reduziu perdas após tocar o patamar de R$ 5,2977, menor nível desde 7 de junho de 2024, nesta manhã. Por volta das 12h45, o dólar à vista caía 0,30%, a R$ 5,3030 – acompanhe o noticiário sobre dólar.
Investidores mantêm otimismo com o primeiro corte de juros nos Estados Unidos, esperado para amanhã, enquanto monitoram novas ameaças do governo norte-americano ao Brasil, em meio a renovadas críticas ao Judiciário brasileiro.
No foco hoje estão a taxa de desemprego do Brasil referente ao trimestre finalizado em julho, além de dados do varejo e da produção industrial dos EUA. O nível de desocupação no País atingiu 5,6% no trimestre encerrado em julho, no piso das projeções. O dado reforça que o mercado de trabalho brasileiro segue resiliente, o que pode inibir um início imediato de queda da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Amanhã, o juro básico deve ser mantido em 15% ao ano.
Segundo o economista André Perfeito, os dados de desemprego limitam a perspectiva de corte de juros. Isso porque, explica em nota, os salários em alta mantém o custo de serviços em alta e esta é a “variável-chave” da análise da maioria dos economistas e do Banco Central para avaliar os componentes subjacentes da inflação.
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Sobre as novas ameaças norte-americanas, ontem Marco Rubio, chefe da diplomacia e conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, afirmou que o governo Donald Trump deve anunciar novas medidas contra o Brasil na próxima semana, em resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Mercado monitora também possíveis novas sanções dos EUA contra a Rússia pela guerra na Ucrânia.
Ibovespa hoje: o que você deve acompanhar nesta terça-feira (16)
Bolsas globais operam sem direção única à espera do Fed
Na véspera da decisão de política monetária do Federal Reserve, os juros dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) dão continuidade à queda de segunda-feira (15), antecipando o provável início do afrouxamento monetário nos Estados Unidos, esperado para amanhã.
As bolsas asiáticas fecharam em alta, refletindo o bom humor da véspera, mas as europeias abriram em baixa, devolvendo parte dos ganhos recentes e à espera dos dados de vendas no varejo e produção industrial dos EUA.
As bolsas de Nova Yorkoperam sem direção única nesta terça-feira (16), após ganhos generalizados e recordes em Wall Street ontem.
Entre os indicadores europeus, a produção industrial na zona do euro subiu 0,3% em julho, um pouco abaixo das previsões (0,4%). O Índice ZEW de expectativas econômicas na Alemanha avançou para 37,3 em setembro, bem acima das estimativas (27,6).
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No Reino Unido, a taxa de desemprego se manteve em 4,7% no trimestre terminado em julho, com avanço de 4,8% nos salários.
A taxa de desocupação no Brasil ficou em 5,6% no trimestre encerrado em julho, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado foi equivalente ao piso das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast. O intervalo das previsões ia de 5,6% a 6,0%, com mediana em 5,7%.
O dado reforça que o mercado de trabalho brasileiro segue resiliente, o que pode inibir um início imediato de queda da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Véspera da Super Quarta atrai atenções no mercado
Copom tem 1º dia de reunião para decidir o rumo da Selic no País. (Foto: Adobe Stock)
Os comitês de política monetária do Banco Central do Brasil (BC) e do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) iniciam nesta terça-feira (16) suas reuniões, que antecedem as decisões sobre os rumos dos juros, na chamada “Super Quarta“.
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Nesse sentido, devido ao período de silêncio, não há previsão de manifestações de diretores que compõem os comitês de política monetária dos dois BCs.
Dados da CME mostram que os investidores precificaram em zero a chance de manutenção, à medida que números fracos do mercado de trabalho e uma inflação mais branda alimentam apostas — leia mais nesta matéria. Enquanto isso, no Brasil, espera-se que a taxa básica de juros, Selic, permaneça em 15% ao ano.
A queda nos juros dos EUA deixa menos atraente o rendimento dos Treasuries, os títulos públicos americanos, ainda considerados um dos investimentos mais seguros do mundo. Isso faz com que investidores estrangeiros busquem aplicar pelo menos parte de seus recursos em mercados com um “prêmio de risco” (juro) maior, como o Brasil. E uma entrada maior de dólares por aqui aumenta a oferta da divisa no mercado nacional e tende a reduzir sua cotação em relação ao real.
Agenda econômica do dia
Na política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem reuniões com ministros e, segundo fontes, articula com o presidente da Câmara, Hugo Mota (Republicanos-PB), uma estratégia para barrar o avanço da proposta de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em paralelo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no J.Safra Investment Conference 2025. Enquanto isso, o Tesouro Nacional promove o tradicional leilão de títulos públicos, com oferta de Letras Financeiras do Tesouro (LFT) e Notas do Tesouro Nacional da série B (NTN-B).
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Nos EUA, serão conhecidos os números de vendas no varejo e produção industrial em agosto.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações de Paula Dias e Maria Regina Silva, do Broadcast