Mercado precifica a manutenção dos juros na decisão do Copom desta Super Quarta. (Foto: Adobe Stock)
OIbovespa hoje ampliou ganhou após a abertura desta Superquarta (17), tocando nova máxima a 145.400,20 pontos. Às 12h10 (de Brasília), subia 0,72%, aos 145.095 pontos. As atenções do mercado estão nas decisões de política monetária do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Os mercados adotam certa cautela antes da decisão de juros nos Estados Unidos (15h) e no Brasil, no início da tarde, em meio a ruídos políticos. O Fed deve cortar os juros em 0,25 ponto porcentual, levando as taxas para o intervalo de 4,00% a 4,25%, diante de recentes sinais de fraqueza no mercado de trabalho dos EUA, apesar da inflação elevada.
A maior expectativa deve recair sobre as projeções econômicas do banco central norte-americano e sobre a entrevista do seu presidente,Jerome Powell (15h30), em meio a dúvidas sobre os próximos passos da política de juros, críticas ao Fed e pressão do governo dos EUA para mais cortes.
“O mais importante não é o corte, mas sim o que o Jerome Powell vai falar. A expectativa é por um direcionamento sobre se teremos corte em outubro ou em dezembro”, pontua Alison Correia, analista de investimentos e cofundador da Dom Investimentos.
Quanto ao Copom, espera-se a manutenção da taxa Selicem 15% ao ano, sem perspectivas de alteração no comunicado do colegiado do Banco Central (BC), que tem adotado postura cautelosa.
Ibovespa hoje: os assuntos que norteiam o mercado nesta Superquarta (17)
Copom e Fed: o que esperar das decisões de juros?
Mercado projeta manutenção da Selic em 15% ao ano. (Foto: Adobe Stock)
Investidores acompanham atentos a mais uma Superquarta, dia em que os bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil anunciam suas decisões de política monetária.
O Federal Reserve deve cortar os juros pela primeira vez desde dezembro de 2024. O mercado espera o BC americano reduza taxas de juros em 0,25 ponto porcentual, levando para o intervalo de 4% a 4,25%.
Enquanto isso, no mercado brasileiro, a expectativa é unânime: o Copom deve manter a Selic em 15% ao ano na reunião de hoje, segundo o Projeções Broadcast. O mercado leva em conta as sinalizações da autoridade monetária de que a taxa básica de juros deverá permanecer elevada por “período prolongado”. Mas o quão prolongado será esse período é objeto de discussão entre analistas.
No áudio a seguir, Fabricio Tonegutti, especialista em direito tributário pela Fundação Getulio Vargas (FGV), avalia a manutenção prevista da Selic nesta quarta-feira.
O Fed divulga sua decisão de juros nos EUA às 15h, seguida de coletiva de imprensa do presidente da instituição, Jerome Powell. No final da tarde, o Copom divulga sua decisão de política monetária.
Bolsas globais mostram cautela à espera do Fed
Os mercados operam com certa cautela, apesar da expectativa unânime de que o Fed cortará o juro básico norte-americano. O movimento ocorre diante de recentes sinais de fraqueza no mercado de trabalho dos EUA.
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A dúvida é se Jerome Powell dará pistas sobre os próximos passos da política monetária americana, em um momento de forte pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por reduções adicionais dos juros.
Na Europa, a expectativa está na decisão do Banco da Inglaterra, na quinta-feira (18). Por lá, a inflação ao consumidor se manteve em alta de 3,8% em agosto — em linha com o esperado, mas acima da meta de 2% do BOE.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) da zona do euro ficou em 2% no mês passado, exatamente na meta do Banco Central Europeu (BCE).
Popularidade do governo Lula ainda enfrenta desaprovação
A aprovação sobre o governo Lula ficou estável em setembro, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira. O levantamento aponta que 51% dos entrevistados desaprovam a gestão, enquanto 46% aprovam e 3% não souberam ou não responderam, patamares iguais aos registrados pela pesquisa em agosto.
A pesquisa também aponta que 50% dizem que o governo do presidente Lula está pior do que esperava em setembro, ante 45% em maio. Para 21%, está melhor, ante 16% no levantamento de maio. Não sabem ou não responderam 2%, ante 3%.
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Ainda, a amostra aponta que a maioria dos brasileiros apoia a postura do presidente Lula em temas de política internacional. De acordo com a pesquisa, 64% afirmam que o governo acerta ao defender a soberania nacional diante de Trump, em meio ao tarifaço imposto contra o Brasil. Para 26%, Lula erra, enquanto 10% não souberam ou não responderam.
Superquarta: o que mais esperar do Ibovespa hoje?
Os ativos brasileiros podem perder parte do otimismo recente, diante da expectativa de corte de juros nos EUA. Ainda ficam no radar a possível candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e a desaprovação do governo Lula.
O Índice Bovespa hoje ainda pode passar por uma realização de lucros. Ontem, o indicador da B3 renovou máxima e fechou aos 144.061,74 pontos, enquanto o dólar terminou abaixo de R$ 5,30, pressionando os juros futuros.
Apesar da correção, a queda dos rendimentos nos EUA pode instigar novo recuo das taxas futuras no Brasil. Ainda assim, os riscos políticos permanecem no radar, e o dólar em recuperação no exterior pode influenciar por aqui.
Agenda econômica do dia
O mercado financeiro acompanha as decisões de política monetária do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) nesta Superquarta (17). O Ibovespa hoje também concentra atenções na pesquisa eleitoral da Genial/Quaest, que trouxe novas pistas para as eleições de 2026 e sobre o terceiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Naagenda econômica desta quarta-feira (17), saem também os dados do Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de seminário sobre fiscal. O foco segue ainda na política, após a Câmara aprovar a Proposta de Emenda a Constituição (PEC) que blinda parlamentar de processo judicial, e no debate sobre a anistia aos condenados por tentativa de Golpe de Estado.
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No exterior, ainda serão informados o indicador de construções de moradias iniciadas e estoques de petróleo norte-americanos.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações de Maria Regina Silva e Paula Dias, do Broadcast