

A Braskem (BRKM5) lidera as baixas do Ibovespa nesta segunda-feira (29), em meio a um cenário de crescente desconfiança do mercado. Às 14h25, os papéis recuavam 2,14%, cotados a R$ 6,87.
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A Braskem (BRKM5) lidera as baixas do Ibovespa nesta segunda-feira (29), em meio a um cenário de crescente desconfiança do mercado. Às 14h25, os papéis recuavam 2,14%, cotados a R$ 6,87.
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O BTG Pactual avalia que a petroquímica segue em uma posição delicada, com spreads (diferença entre o preço de compra e de venda) sem sinais de recuperação e despesas financeiras em alta.
O banco destacou que a decisão da companhia de contratar consultores financeiros e jurídicos, anunciada na última sexta-feira (3), adiciona preocupação ao mercado, já que “uma conversão de dívida em ações ou estruturas alternativas não pode ser descartada”.
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Apesar disso, os analistas Luiz Carvalho, Gustavo Cunha, Thomas Tenyi e Renan Tiburcio afirmaram em relatório que há um caminho possível para recuperação.
“Embora delineemos neste relatório um caminho potencial para a Braskem alcançar uma recuperação sustentável, enfatizamos que a incerteza permanece alta, particularmente dados os sinais mistos em processos de desinvestimento anteriores (por exemplo, ativos nos EUA), o que poderia, em última análise, limitar o escopo de qualquer negociação”, dizem.
Mesmo com os riscos, o BTG mantém recomendação neutra para as ações, com preço-alvo de R$ 11 – potencial de valorização de 56,7% em relação ao fechamento da última sexta-feira (26).
O cenário, contudo, piorou com os rebaixamentos de agências de rating. A S&P Global Ratings reduziu a classificação global da Braskem de “B+” para “CCC-”, rebaixando também suas notas seniores não garantidas para “CCC-” e as subordinadas de “CCC+” para “C”.
A perspectiva é negativa. “Considerando as condições desafiadoras da indústria e o alto endividamento da empresa, há uma probabilidade aumentada de uma reestruturação da dívida nos próximos seis meses”, afirmou a agência.
Segundo a S&P, a liquidez da Braskem (BRKM5) pode se deteriorar rapidamente, dependendo da queima de caixa e da capacidade de renovar sua linha de crédito rotativo de R$ 5,5 bilhões, com vencimento em 2026.
Já a Fitch rebaixou todos os ratings da petroquímica, citando deterioração significativa da liquidez e risco maior de reestruturação.
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De acordo com a Fitch, a Braskem deve registrar fluxo de caixa livre negativo de R$ 3,5 bilhões em 2025 e de R$ 2 bilhões em 2026, além de desembolsos relacionados ao caso de Alagoas de R$ 1,7 bilhão e R$ 1,4 bilhão nesses anos.
Mesmo com expectativa de fluxo neutro em 2026, a liquidez seria insuficiente para cobrir os vencimentos de 2028. A alavancagem líquida deve superar 10 vezes nos próximos dois anos, patamar compatível com notas na faixa “B/CCC”.
No pregão desta segunda (29), os papéis preferenciais da Braskem chegaram a subir 0,57%, após leilão por oscilação máxima em operação envolvendo 300 ações, a R$ 6,90, entre Ágora (compra) e UBS Brasil (venda). O movimento ocorreu em dia de bom humor na bolsa, com o Ibovespa em alta de 073%, aos 146.505 pontos.
*Com informações do Broadcast
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