

O Ibovespa hoje opera em alta de 0,64%, aos 147.279 pontos nesta terça-feira (30). As atenções do mercado estão em dados de emprego no Brasil e nos Estados Unidos. Por lá, paira o temor de paralisação do governo.
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O Ibovespa hoje opera em alta de 0,64%, aos 147.279 pontos nesta terça-feira (30). As atenções do mercado estão em dados de emprego no Brasil e nos Estados Unidos. Por lá, paira o temor de paralisação do governo.
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O ambiente cauteloso no exterior somado à parcimônia interna com o fiscal pode empurrar o Índice Bovespa para baixo, que ainda se depara com o recuo das commodities hoje – com o minério de ferro (0,64%) e o petróleo (1,05%). Já o dólar hoje cai 0,21% ante o real, a R$ 5,3126.
Além disso, investidores avaliam dados do mercado de brasileiro e dos Estados Unidos, onde há risco de paralisação da máquina pública.
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A despeito de ter marcado nova máxima inédita intradia na véspera, aos 147.558,22 pontos, em alta de 1,45%, o principal indicador da B3 ainda tem espaço para avançar mais, na visão de Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil.
“O índice pode ter melhor desempenho com propensão a riscos dos investidores no exterior, mas depende do minério, do petróleo e das commodities agrícolas, que estão pressionando os mercados para baixo”, pontua.
Desta forma, o índice caminha para fechar setembro com a melhor marca para o mês em seis anos. O entusiasmo reflete principalmente perspectivas de mais dois cortes de juros nos Estados Unidos em 2025, o que tem atraído investidores do exterior, que passam a direcionar recursos para países emergentes como o Brasil.
Na seara macroeconômica, as atenções recaem sobre o fiscal e nos dados de emprego informados nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desemprego no trimestre finalizado até agosto repetiu o nível do verificado antes e ficou igual à mediana das estimativas. Isso pode levar à leitura de algum enfraquecimento do mercado de trabalho, reforçando apostas de queda da Selic no início de 2026.
A cautela predomina nos mercados internacionais diante do risco de shutdown (paralisação) da máquina pública nos EUA, o que poderia atrasar a coleta de dados econômicos e levar a Casa Branca a anunciar demissões em massa de funcionários públicos.
O vice-presidente do Fed, Philip Jefferson, disse nesta manhã que as incertezas para a perspectiva econômica são particularmente elevadas e que o mercado de trabalho nos EUA se enfraquece e, sem apoio, pode enfrentar dificuldades.
Na Europa, as bolsas recuam após o presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçar aplicar tarifas adicionais sobre móveis produzidos fora do país. Ele também anunciou que pretende impor uma taxa de 100% a filmes estrangeiros.
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Ainda na Europa, a economia do Reino Unido cresceu 0,3% no segundo trimestre, e as vendas do setor varejista alemão tiveram queda inesperada em agosto. Já na China, os últimos números de atividade manufatureira revelados pelo PMI industrial oficial e o medido pela S&P Global foram um pouco mais animadores.
Nesta manhã, os contratos futuros do ouro passaram a cair, depois de renovarem máxima intraday histórica mais cedo, diante do risco de que um impasse orçamentário em Washington leve o governo dos EUA a uma paralisação a partir de quarta-feira (1º). Já os futuros de Nova York mostram perdas.
A taxa de desocupação no Brasil ficou estável em 5,6% no trimestre encerrado em agosto, de acordo com os dados mensais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em igual período de 2024, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 6,6%. No trimestre móvel até julho, a taxa de desocupação também estava em 5,6%.
Para André Valério, economista sênior do Inter, o resultado da Pnad continua a indicar um mercado de trabalho extremamente robusto, com ganhos na renda real e manutenção do nível de ocupação em patamar recorde.
“Os dados da Pnad, em conjunto com os do Caged divulgados ontem, sugerem a manutenção da robustez do mercado de trabalho brasileiro. No entanto, o Caged aponta para uma perda de dinamismo no ritmo de contratações, sem maiores pressões nas demissões, enquanto a Pnad indica estabilidade na taxa de desocupação”, diz Valério.
O tom defensivo no exterior, pelo risco de paralisação nos EUA, tende a afetar o apetite a risco. O cenário fiscal no Brasil também pode ser fator de cautela.
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Técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) emitiram ontem um alerta ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apontando perda de credibilidade fiscal com “práticas reiteradas” de gastos fora da meta. O tema pode pressionar para cima os juros futuros, enquanto o dólar deve ter um dia volátil em função da formação da Ptax (taxa de referência para as operações de câmbio no mercado financeiro) do mês.
No Congresso, o senador Oriovisto Guimarães (PSDB-PR) apresentou seu novo relatório ao projeto que estabelece um teto para a dívida consolidada da União, que deve ser lido hoje na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O Plenário deve votar, a partir das 14h, o projeto de lei complementar que regulamenta a segunda parte da reforma tributária..
O último pregão de setembro traz como destaques o relatório de emprego (JOLTS) dos Estados Unidos e o prazo para evitar a paralisação das agências governamentais americanas a partir de quarta-feira (1º). No Brasil, o Ibovespa hoje acompanha a taxa de desemprego pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.
Ainda na agenda econômica desta terça-feira (30), saem os números do setor público consolidado, o Relatório Mensal da Dívida Pública (RMD) e o Plano Anual de Financiamento (PAF) 2025.
Enquanto isso, o Tesouro faz leilões de Notas do Tesouro Nacional – Série B (NTN-B, títulos públicos com rendimento atrelado à inflação) e Letra Financeira do Tesouro (LFT, título pós-fixado com rentabilidade atrelada à taxa de juros).
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No exterior, os dados de maior relevância são o relatório JOLTS de abertura de vagas e a confiança do consumidor nos Estados Unidos, além do Índice de Gerentes de Compras (PMI) do ISM de Chicago.
Além disso, são esperados discursos da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, da presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Boston, Susan Collins, do presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, e de Lorie Logan, do Fed de Dallas. Há também o discurso do representante comercial dos EUA (USTR), Jamieson Greer.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações de Luciana Xavier e Silvana Rocha, do Broadcast
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