O Itaú BBA reforçou hoje, em relatório, a visão de que a Minerva (BEEF3) segue como uma das apostas mais interessantes do mercado de proteína animal. Para o banco, a combinação de oferta global apertada, posicionamento geográfico favorável e execução consistente sustenta um cenário de margens mais largas e de redução da alavancagem nos próximos trimestres.
O documento recorda que o rebanho bovino de corte nos Estados Unidos está no menor patamar em 70 anos, enquanto China e União Europeia também atravessam uma fase de recuo na produção. Diante desse quadro, cresce a dependência de proteína bovina vinda da América do Sul, região onde a Minerva atua de forma diversificada – Brasil, Paraguai, Argentina e Colômbia -, o que permite diluir riscos e capturar prêmios de preço em diferentes mercados.
Segundo o Itaú BBA, o processo de integração das 11 unidades de abate compradas da Marfrig (MRFG3) avança acima do esperado: as unidades já apresentam ganhos de produtividade e novas licenças de exportação que elevam o preço médio de venda.
Além disso, as tarifas impostas pelos EUA sobre a carne brasileira, ao encarecer o produto no mercado norte-americano, criaram uma janela para a Minerva valorizar estoques e ampliar margens. Caso Washington e Brasília cheguem a um acordo para reduzir essas barreiras, o banco avalia que o frigorífico ainda poderá acelerar a rotação dos estoques e capturar valor antes que os preços normalizem.
Outro ponto destacado pelo Itaú BBA no relatório é a agenda de sustentabilidade e tecnologia. A companhia monitora 100% dos fornecedores diretos contra desmatamento há seis anos e pretende estender o controle a toda a cadeia, direta e indireta.
No front digital, já estão em operação 41 projetos de Inteligência Artificial (IA), que vão de classificação de carcaças à otimização logística. Juntos, esses programas têm potencial de gerar R$ 288 milhões em ganhos de eficiência; cerca de R$ 40 milhões já foram contabilizados.
Do lado financeiro, o Itaú BBA prevê que a forte geração de caixa operacional permitirá à Minerva reduzir a alavancagem para 2,5 vezes dívida líquida/Ebitda até o primeiro semestre de 2026. A venda de ativos não estratégicos, como uma usina de biodiesel e imóveis, pode acelerar esse processo e abrir espaço para que a empresa adote uma política formal de dividendos já no primeiro trimestre de 2026.
“A Minerva (BEEF3) continua sendo nosso principal ‘play’ de momentum em proteína animal. O pano de fundo macro e as iniciativas micro criam uma combinação rara de crescimento, desalavancagem e valuation atrativo”, conclui o banco.