O impacto do Bolsa Família é ainda mais expressivo entre mulheres com filhos entre 3 e 6 anos. Imagem: Adobe Stock.
O Bolsa Família, além de atuar no enfrentamento à pobreza, tem promovido um efeito positivo no acesso de mulheres ao mercado de trabalho com carteira assinada. Dados recentes do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) apontam que o programa contribui diretamente para o aumento da formalização entre mães que recebem o benefício, especialmente aquelas com filhos pequenos.
O que explica a inserção de mães beneficiárias do Bolsa Família no mercado de trabalho formal?
De acordo com o estudo “Transferência de renda e participação feminina no mercado laboral: o caso do Programa Bolsa Família”, publicado na 40ª edição dos Cadernos de Estudos do MDS, houve um avanço de 1,13 ponto percentual na taxa de formalização de mães beneficiárias. Esse número representa um crescimento de 7,4% em comparação com os dados anteriores ao recebimento do auxílio, indicando que o programa atua como um suporte à inclusão produtiva.
Esse novo cenário entre mães beneficiárias do Bolsa Família e trabalho formal podem ser explicados por dois fatores principais.
1. Redução das barreiras para trabalhar
Outro ponto de destaque é a diminuição da taxa de mulheres que se autodeclaram indisponíveis para o trabalho, que caiu em 4,2 pontos percentuais entre as beneficiárias, aponta o governo federal. Esse dado revela que o auxílio financeiro tem oferecido uma base mínima de segurança, permitindo que muitas mães possam procurar emprego sem abrir mão do cuidado com os filhos.
Crianças na escola, mães no trabalho
A exigência de frequência escolar para os filhos é outro fator que colabora para a autonomia feminina. Com os filhos em sala de aula, mães ganham tempo e disponibilidade para buscar oportunidades formais. A condicionalidade de educação, que exige presença mínima de 60% a 75%, a depender da faixa etária, acaba funcionando como um apoio indireto à empregabilidade dessas mulheres.
O impacto do Bolsa Família é ainda mais expressivo entre mulheres com filhos entre 3 e 6 anos. Nessa fase, a combinação entre o auxílio financeiro e a exigência de matrícula escolar garante que as mães tenham maior liberdade para investir na própria trajetória profissional.
Mais do que uma simples transferência de renda, o Bolsa Família se consolida como um instrumento de emancipação econômica para mulheres em situação de vulnerabilidade.