BB Investimentos tem preço-alvo de R$ 9,8 para o Magazine Luiza (MGLU3) ao final de 2026. Foto: Felipe Rau/Estadão
O BB Investimentos aumentou o seu preço-alvo para as ações do Magazine Luiza (MGLU3). Antes em R$ 9, a projeção agora é de R$ 9,8 para o final de 2026, o que representa um potencial de valorização de 9,4% frente ao preço de fechamento dos papéis na segunda-feira (6). A revisão leva em conta os resultados apresentados pela companhia no primeiro semestre de 2025, bem como o atual cenário macroeconômico.
O banco manteve recomendação neutra, sinalizando que o ambiente macroeconômico segue desafiador para as varejistas no segundo semestre, com os juros em patamares elevados impactando o consumo e o custo financeiro das empresas.
“A desaceleração da atividade econômica, que era esperada para acontecer no primeiro semestre, está ocorrendo nesta segunda metade do ano e deve persistir até a economia começar a sentir as consequências do início do ciclo de afrouxamento monetário previsto para ocorrer somente em 2026”, destaca o BB.
Para o final do ano, a casa espera uma performance melhor do Magalu com as vendas realizadas durante a Black Friday, em novembro, e o Natal, em dezembro. Os juros altos, no entanto, devem pressionar o crescimento das vendas, com a expectativa de que uma melhora mais consistente venha só a partir do primeiro trimestre de 2026, em linha com a projeção de flexibilização monetária gradual.
Em 2025, as ações do Magazine Luiza acumulam alta de 42%, superando o Ibovespa e o Índice de Consumo (ICON), que registraram ganhos de 19,4% e 19,3%, respectivamente, no mesmo período. Na opinião do BB, esse movimento reflete uma percepção mais otimista dos investidores em relação ao setor de varejo. “Além disso, o papel foi beneficiado pelo fechamento da curva de juros, especialmente em setembro”, acrescenta.
No último mês, o Magalu foi o grande campeão de altas do Ibovespa, após disparar 17,22% no intervalo. Na sequência, estiveram os papéis ordinários da Eletrobras (ELET3), que subiram 16,66%, enquanto os preferenciais (ELET6) registraram alta de 16,24%. Veja os detalhes aqui.
Como pontos positivos para a varejista, o BB aponta que a companhia tem realizado investimentos em áreas importantes, como tecnologia e inteligência artificial (IA), e diversificado seu portfólio com o objetivo de atingir um segmento de produtos menos suscetível às taxas de juros e à concessão e crédito.
O banco continua considerando o crescimento de receita mais sólido para as lojas físicas do que para as operações on-line do Magazine Luiza, e uma melhora gradual de rentabilidade. “Em relação ao nível de endividamento, a companhia tem apresentado bons números, sendo que, no último trimestre, apresentou caixa líquido de 0,2 vezes o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) dos últimos 12 meses”, finaliza.