Na noite de quarta-feira (8), a Câmara dos Deputados retirou da pauta a Medida Provisória (MP) 1.303, que alterava regras de tributação de investimentos a partir de 2026. Com a decisão, a medida caducou e a atual regra de tributação sobre as aplicações financeiras continua sendo válida para 2026.
“Em tese, o resultado representa uma vitória do mercado de capitais, já que a MP previa tributar aplicações que têm condições fiscais mais favoráveis. Para investidores e agentes financeiros, o veto foi bem recebido”, diz Tatiana Guedes, gerente de produtos da InvestSmart XP.
O destaque da agenda econômica foi o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que fechou setembro com alta de 0,48%, resultado abaixo da mediana das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast, de 0,52%, com intervalo entre 0,46% e 0,58%.
Para André Valério, economista sênior do Inter, o resultado, apesar do qualitativo positivo, não deve alterar a condução da política monetária no curto prazo. “O Comitê de Política Monetária (Copom) ainda se mostra cauteloso com os ganhos na inflação e deverá optar por uma abordagem restritiva por mais tempo até ganhar ainda mais confiança de que o aperto monetário esteja sendo transmitido à economia, especialmente nos dados de atividade”, afirma.
No mercado hoje, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) terminaram no campo negativo, acompanhando a baixa dos contratos futuros de petróleo no exterior: as ordinárias (PETR3) recuaram 1,35% e as preferenciais (PETR4), 1,44%. A Vale (VALE3), por sua vez, cedeu 0,15%, mesmo com o minério de ferro registrando alta de 0,96% na volta de feriado na China.
Em Nova York, S&P 500, Nasdaq e Dow Jones caíram 0,28%, 0,08% e 0,52%, respectivamente. Entre as ações que mais se movimentaram, Pepsico (PEP) ganhou 4,23%, após anunciar balanço que superou expectativas do mercado. O papel da companhia aérea norte-americana Delta Air Lines (DAL) avançou 4,29%, depois da publicação dos resultados trimestrais. A American Airlines (AAL) caiu 1,61% enquanto a United Airlines (UAL) subiu 3,31%
O dólar hoje fechou em alta de 0,58% cotado a R$ 5,3750, acompanhando a valorização global da moeda americana. “No cenário doméstico, houve algum ruído político após a rejeição da MP que tratava de fontes de arrecadação alternativas ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), aumentando a incerteza sobre o equilíbrio das contas públicas”, diz Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
As maiores altas do Ibovespa hoje
As três ações que mais valorizaram no dia foram Weg (WEGE3), Auren (AURE3) e Porto Seguro (PSSA3).
Weg (WEGE3): 4,79%, R$ 37,2
As ações da Weg (WEGE3) registraram a maior alta do Ibovespa hoje e subiram 4,79% a R$ 37,2. Em relatório, o Bradesco BBI avaliou que os planos da Light (LIGT3) para ampliar seus investimentos tendem a ser positivod também para a Weg: caso a renovação da concessão da elétrica seja aprovada, o programa de investimentos pode aumentar a demanda por soluções de geração, transmissão e distribuição da empresa nos próximos anos.
A WEGE3 está em alta de 1,67% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 28,3%.
Auren (AURE3): 3,47%, R$ 10,73
Quem também se saiu bem foi a Auren (AURE3), que avançou 3,47% a R$ 10,73.
A AURE3 está em alta de 4,48% no mês. No ano, acumula uma valorização de 23,19%.
Porto Seguro (PSSA3): 1,73%, R$ 46,37
Outro destaque positivo foi a Porto Seguro (PSSA3). As ações da empresa subiram 1,73%, terminando o dia cotadas a R$ 46,37.
A PSSA3 está em baixa de 7% no mês. No ano, acumula uma valorização de 33,44%.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Brava Energia (BRAV3), Raízen (RAIZ4) e MBRF (MBRF3).
Brava Energia (BRAV3): -5,09%, R$ 16,03
Os papéis da Brava Energia (BRAV3) tiveram a pior queda do Ibovespa hoje e tombaram 5,09% a R$ 16,03, estendendo as perdas da véspera, quando já haviam recuado 3,1%.
A BRAV3 está em baixa de 10,85% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 31,85%.
Raízen (RAIZ4): -4,35%, R$ 0,88
As ações da Raízen (RAIZ4) foram outras que se saíram mal e derreteram 4,35% a R$ 0,88. Os papéis já tinham derretido 3,96% na segunda-feira (6).
A RAIZ4 está em baixa de 13,73% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 59,26%.
MBRF (MBRF3): -4,27%, R$ 16,81
Completando os destaques negativos do Ibovespa hoje, os papéis da MBRF (MBRF3), fruto da fusão entre Marfrig e BRF, afundaram 4,27% a R$ 16,81.
A MBRF3 está em baixa de 13,44% no mês. No ano, acumula uma valorização de 10,37%.
*Com Estadão Conteúdo