O Ibovespa caiu 2,44% na semana, passando de 144.200,65 pontos para os 140.680,34 pontos. No período, a maior fonte de pressão para o índice veio do exterior, com a retomada dos conflitos entre Estados Unidos e China. O governo americano divulgas novas taxas sobre os produtos chineses, anunciou novas tarifas sobre produtos chineses em resposta às limitações impostas por Pequim às exportações de terras-raras, essenciais para o desenvolvimento de tecnologia de ponta.
Essas tensões entre EUA e China aumentaram a aversão a risco nos mercados, penalizando especialmente economias emergentes, como o Brasil. No cenário doméstico, causou volatilidade a não-aprovação da MP 1.303/2025 (“MP dos Investimentos”) pela Câmara dos Deputados, considerada pelo Governo como essencial para tentar equilibrar o orçamento. A proposta tentava rever benefícios tributários e taxas sobre investimentos.
“O governo teve uma perda importante nesta semana já que não conseguiu aprovar a MP dos investimentos. É preciso ver como irá suprir o rombo fiscal”, diz Alison Correia, analista de investimentos e co-fundador da Dom Investimentos. “Está todo mundo aguardando para ver onde o Governo vai conseguir cortar (gastos) para suprir o rombo. O dinheiro vai ter que sair de algum lugar.”
No acumulado da semana, apenas oito ações ficaram no terreno positivo no Ibovespa (GPA, Auren, Ultrapar, Weg, Embraer, Vale, Engie e Gerdau Metalúrgica). Em Nova York, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq caíram 2,43%, 2,73% e 2,53%, respectivamente. O dólar e o euro subiram 3,13% e 2,01% frente ao real na semana, atingindo os R$ 5,50 e R$ 6,39, respectivamente.
Maiores altas da semana
As três ações que mais valorizaram na semana foram GPA (PCAR3), Auren (AURE3) e Ultrapar (UGPA3).
GPA (PCAR3): 2,86%, R$ 3,96
Entre as poucas altas da semana, as ações do GPA foram o maior destaque. O papel da varejista teve uma valorização de 2,86% e cotação de R$ 3,96. As mudanças no conselho de administração da companhia chamaram a atenção do mercado e empurraram o ativo pro terreno positivo.
A PCAR3 está em baixa de -0,5% no mês. No ano, acumula uma valorização de 55,29%.
Auren (AURE3): 2,7%, R$ 10,65
Os papéis da Auren subiram 2,7%, para R$ 10,65. Uma recomendação de compra feita pelo Goldman Sachs alimentou o fluxo comprador.
A AURE3 está em alta de 3,7% no mês. No ano, acumula uma valorização de 22,27%.
Ultrapar (UGPA3): 1,34%, R$ 21,25
Por um movimento mais técnico do que por fundamentos, as ações da Ultrapar subiram 1,34% na semana, para R$ 21,25.
A UGPA3 está em baixa de -3,28% no mês. No ano, acumula uma valorização de 40,08%.
Maiores baixas da semana
As três ações que mais desvalorizaram na semana foram Raízen (RAIZ4), MRV (MRVE3) e Brava (BRAV3).
Raízen (RAIZ4): -13,86%, R$ 0,87
A percepção de que a empresa está queimando caixa rapidamente fez com que os investidores ficassem cautelosos com o papel, que cedeu 13,86% na semana, para R$ 0,87.
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A RAIZ4 está em baixa de -14,71% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -59,72%.
MRV (MRVE3): -13,77%, R$ 6,26
A divulgação de uma prévia operacional com números abaixo do esperado penalizou os papéis na semana. A queda foi de 13,77%, para R$ 6,26.
A MRVE3 está em baixa de -15,97% no mês. No ano, acumula uma valorização de 17,89%.
Brava (BRAV3): -11,64%, R$ 15,63
A queda do petróleo e uma auditoria programa pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nas Bacias de Potiguar pressionaram os papéis da Brava, que caíram 11,64%, aos R$ 15,63.
A BRAV3 está em baixa de -13,07% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de -33,55%.