O objetivo das finanças pessoais é entender o fluxo de dinheiro para tomar decisões mais conscientes. (Foto: Adobe Stock)
A busca por apoio de profissionais para tomada de decisões na vida financeira ainda é baixa no Brasil, o que pode indicar um espaço potencial a ser ocupado por planejadores financeiros. Seis em cada dez brasileiros (57%) afirmam não contar com ajuda em suas finanças pessoais. A maior parte busca informação por conta própria (34%) e 23% nunca pensaram no assunto.
Os dados constam na primeira edição da pesquisa “O planejamento financeiro do brasileiro: da consciência à prática“, encomendada pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar) ao Datafolha e divulgada hoje.
Entre os brasileiros que procuram apoio profissional, 42% o fazem por estarem enfrentando problemas financeiros e 40% buscam mais conhecimento. A pesquisa revela também que os jovens de 18 a 24 anos são os mais abertos a buscar ajuda (58%), seguidos pelos de maior renda, especialmente das classes A e B.
Apenas 2% dos entrevistados já contrataram um planejador financeiro, enquanto 49% considerariam fazê-lo. Os principais motivos mencionados são a organização da vida financeira (24%), o esclarecimento de dúvidas (17%), a solução de burocracias (12%) e o controle de gastos (11%). Apenas 10% mencionam que o principal objetivo seria investir melhor.
“Essa situação evidencia a grande oportunidade para a atuação dos planejadores financeiros pessoais. Apoio especializado, nesse caso, pode encurtar o caminho para as pessoas que estão buscando esse equilíbrio na vida financeira. É nosso papel explicar que esse tipo de serviço é fundamental e acessível a grande parte da população”, afirma Ana Leoni, presidente executiva (CEO, na sigla em inglês), da Planejar.
Entre os que não pretendem contratar, 20% acreditam conseguir se planejar sozinhos, enquanto 16% alegam não ver necessidade e outros 16% acreditam não ter recursos para pagar pelo serviço.
Os dados mostram um potencial de crescimento expressivo para o setor, segundo a Planejar. Nas classes A e B, 72% e 55%, respectivamente, afirmam que contratariam um planejador, índice que cai para 35% entre pessoas com mais de 61 anos. “A pesquisa nos mostrou que a percepção de planejamento não garante resultado. É nesse espaço de contradição que o profissional CFP encontra oportunidade”, diz a CEO da Planejar.
A pesquisa sobre planejamento financeiro ouviu duas mil pessoas em todo o Brasil, em um universo de pessoas com mais de 18 anos, das classes A, B e C, e com acesso à internet. A coleta de dados foi realizada de 16 a 29 de julho. A margem de erro é de dois pontos porcentuais.