Investidor espera Copom e exterior fica na defensiva com maior shutdown dos EUA. (Foto: Adobe Stock)
Após abrir em queda, o Ibovespa hoje passou a subir e renovou nova máxima histórica aos 152.210,43 pontos, em alta de 1,00%, às 12h08 (de Brasília) desta quarta-feira (5). Trata-se do 11ª pregão em alta, após bater ontem o seu sétimo recorde de fechamento seguido. O índice já subiu quase 2.000 pontos desde a abertura dos negócios, quando marcava 150.709 pontos.
A valorização do principal índice da B3 hoje ocorre em meio a balanços de empresas brasileiras considerados fortes e diante da expectativa por outros, como o da Petrobras (PETR3; PETR4), que sairá amanhã. A petroleira agora avança 1,20% (PETR4) e 1,22% (PETR3).
Além disso, as atenções do mercado estão na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) e na votação do projeto de lei que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil. No exterior, ganha destaque o recorde de paralisação do governo americano.
Quanto ao Copom, espera-se manutenção da Selic em 15% ao ano, com um comunicado conservador, embora alguns analistas aguardem avaliação do Banco Central sobre o quadro de desinflação, mas sem mudar a ideia de juro alto por período bastante prolongado.
Segundo Álvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil, mesmo com os recordes recentes, o Índice Bovespa ainda pode subir mais. Para isso, diz em nota, é necessário mais fluxo de recursos, o que depende em parte de “paz” política e redução das incertezas na economia. “O Copom pode ajudar com sinal em relação ao futuro da política monetária”, afirma, sugerindo algum indício de quando o BC pode começar a cortar a Selic.
Nesta quarta-feira, os investidores avaliam balanços enquanto esperam a divulgação da decisão do Copom, no início da noite. Também há possibilidade de análise e eventual votação do projeto de lei que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil por mês na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
No exterior, o foco fica na pesquisa ADP de emprego no setor privado dos Estados Unidos, em meio à paralisação do governo de Donald Trump, que hoje completa 36 dias. Por lá, os índices acionários passaram a subir após a divulgação de que o setor privado dos Estados Unidos criou 42 mil empregos em outubro, segundo a ADP, e de que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços dos EUA subiu de 54,2 em setembro a 54,8 em outubro.
No âmbito das commodities hoje, o petróleo recua em torno de 0,63% no WTI e 0,35% no Brent, e o minério de ferro fechou em queda de 0,26% na China. A mineradora Vale (VALE3), porém, avança 1,11% nesta tarde.
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Entre as ações individuais, os papéis da GPA (PCAR3)sobem 8,44%, liderando as altas do Ibovespa após reverter prejuízo com lucro de R$ 137 milhões no terceiro trimestre deste ano. Já do lado negativo, as ações da Yduqs (YDUQ3) caem 5,46%.
No câmbio, odólar hoje sobe levemente em relação a outras moedas de economias desenvolvidas, mas cai ante o real. Às 12h11 (de Brasília), a moeda americana cedia 0,42%, a R$ 5,37 na venda.
Ibovespa hoje: tudo o que você deve acompanhar nesta quarta (5)
Bolsas globais operam atentas à paralisação recorde nos EUA e tarifas
Os mercados internacionais reagem ao shutdown nos EUA, dados de atividade na Europa e preocupações sobre a valorização excessiva das ações de tecnologia. A previsão média do mercado é de 43,4 dias de duração da paralisação, o que indica pelo menos mais uma semana, segundo a plataforma de apostas Kalshi.
Os mercados também repercutem as vitórias do Partido Democrata nas eleições regionais dos EUA, com destaque para a escolha de mulheres nos governos de Nova Jersey e da Virgínia, além da eleição de Zohran Mamdani como prefeito de Nova York — o primeiro muçulmano a ocupar o cargo.
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A China prorrogará por um ano a suspensão da sobretaxa de 24% imposta a produtos importados dos Estados Unidos. Já a Casa Branca formalizou a redução da tarifa sobre produtos chineses, de 20% para 10%, válida a partir de 10 de novembro.
Na Europa, as encomendas à indústria da Alemanha ficaram acima do previsto. Os índices de gerentes de compras (PMIs) de serviços do Reino Unido, da zona do euro e da Alemanha superaram as prévias.
Copom define taxa Selic hoje
Mercado precifica a manutenção dos juros na decisão do Copom desta Super Quarta. (Foto: Adobe Stock)
A agenda desta quarta-feira tem como destaque a decisão de política monetária do Copom. A expectativa é de que o comitê mantenha a Selic em 15% e sustente um tom conservador, deixando no comunicado a menção de manter o juro no nível atual “por período bastante prolongado”. Ao mesmo tempo, o BC pode reconhecer melhora nas expectativas de inflação, ainda que sigam desancoradas.
Comissão do Senado deve votar projeto da isenção do IR
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) adiou para esta quarta-feira a votação do projeto de lei que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil mensais e aumenta a taxação sobre altas rendas.
Com a perspectiva de votação do projeto de lei do IR, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, decidiu permanecer em Brasília nesta quarta-feira.
A Câmara dos Deputados aprovou, por votação simbólica, o projeto que amplia o direito à licença-paternidade para 20 dias e institui o salário-paternidade no âmbito da Previdência Social. O texto segue agora para o Senado. A estimativa é de impacto fiscal de R$ 5,4 bilhões anuais.
Agenda econômica do dia
A quarta-feira (5) marca o 36º dia de paralisação do governo americano, que se tornou a mais longa da história e segue sem perspectiva de término. No Brasil, o Ibovespa hoje acompanha a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).
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Em paralelo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumpre agenda de encontros bilaterais em Belém. Ele está na capital paraense para a COP30, que começa na próxima semana. A Axia Energia (ex-Eletrobras) divulga balanço do 3º trimestre após o fechamento dos mercados.
No exterior, as atenções se voltam para o relatório ADP de empregos no setor privado americano e índices de gerentes de compras (PMIs) dos Estados Unidos.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações de Maria Regina Silva, Luciana Xavier e Silvana Rocha, do Broadcast