O Ibovespa é o principal índice da B3.
Foto: Divulgação/B3
Após abrir em queda, o Ibovespa hoje inverteu o sinal e renovou nova máxima histórica aos 153.583,19 pontos no final da tarde. Nesta quarta-feira (5), o índice fechou em valorização de 1,72% aos 153.294,44 pontos, batendo recorde de encerramento pelo oitavo pregão seguido. Foi também a sua 11ª sessão consecutiva de alta.
A valorização da principal referência da B3 hoje ocorreu em meio a balanços de empresas brasileiras considerados fortes e diante da expectativa por outros, como o da Petrobras (PETR3; PETR4), que sairá na quinta-feira (6). A petroleira avançou 1,98% (PETR4) e 1,81% (PETR3).
Além disso, as atenções do mercado estiveram na decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que saiu após o fechamento do mercado. A Selic foi mantida em 15% ao ano.
Segundo Álvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil, mesmo com os recordes recentes, o índice Ibovespa ainda pode subir mais. Para isso, diz em nota, é necessário mais fluxo de recursos, o que depende em parte de “paz” política e de redução das incertezas na economia.
No exterior, o foco ficou na pesquisa ADP de emprego no setor privado dos Estados Unidos, em meio à paralisação do governo de Donald Trump, que hoje completa 36 dias. Por lá, os índices acionários passaram a subir após a divulgação de que o setor privado dos Estados Unidos criou 42 mil empregos em outubro, segundo a ADP, e de que o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços dos EUA subiu de 54,2 em setembro a 54,8 em outubro.
No âmbito das commodities hoje, o petróleo recuou em torno de 1,59% no WTI e 1,43% no Brent, e o minério de ferro fechou em queda de 0,26% na China. A mineradora Vale (VALE3), porém, avançou 1,72% nesta tarde.
Entre as ações individuais, os papéis do GPA (PCAR3) fecharam estáveis, invertendo o movimento observado mais cedo, quando subiram 8%, após a empresa reverter prejuízo com lucro de R$ 137 milhões no terceiro trimestre deste ano. Já do lado negativo, as ações da Yduqs (YDUQ3) cederam 2,37%.
No câmbio, odólar hoje recuou levemente em relação a outras moedas de economias desenvolvidas e ao real. A moeda americana terminou o dia em queda de 0,69% cotada a R$ 5,3614, depois de oscilar entre máxima a R$ 5,406 e mínima a R$ 5,354.
Ibovespa hoje: os principais assuntos desta quarta (5)
Bolsas de NY fecham em alta atentas à paralisação recorde nos EUA e tarifas
Os mercados internacionais reagiram ao shutdown nos EUA, dados de atividade na Europa e preocupações sobre a valorização excessiva das ações de tecnologia. A previsão média do mercado é de 43,4 dias de duração da paralisação, o que indica pelo menos mais uma semana, segundo a plataforma de apostas Kalshi.
Os mercados também repercutiram as vitórias do Partido Democrata nas eleições regionais dos EUA, com destaque para a escolha de mulheres nos governos de Nova Jersey e da Virgínia, além da eleição de Zohran Mamdani como prefeito de Nova York — o primeiro muçulmano a ocupar o cargo.
A China prorrogará por um ano a suspensão da sobretaxa de 24% imposta a produtos importados dos Estados Unidos. Já a Casa Branca formalizou a redução da tarifa sobre produtos chineses, de 20% para 10%, válida a partir de 10 de novembro.
Na Europa, as encomendas à indústria da Alemanha ficaram acima do previsto. Os índices de gerentes de compras (PMIs) de serviços do Reino Unido, da zona do euro e da Alemanha superaram as prévias.
Copom define taxa Selic hoje
Mercado precifica a manutenção dos juros na decisão do Copom desta Super Quarta. (Foto: Adobe Stock)
A agenda desta quarta-feira teve como destaque a decisão de política monetária do Copom, com a manutenção da Selic em 15% ao ano.
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Em comunicado, o BC destacou que o cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. “O Comitê avalia que a estratégia de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, afirmou.
Agenda econômica do dia
A quarta-feira (5) marcou o 36º dia de paralisação do governo americano, que se tornou a mais longa da história e segue sem perspectiva de término. No Brasil, o Ibovespa hoje acompanhou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).
Em paralelo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumpriu agenda de encontros bilaterais em Belém. Ele está na capital paraense para a COP30, que começa na próxima semana. A Axia Energia (ex-Eletrobras) divulga balanço do 3º trimestre após o fechamento dos mercados.
Esses e outros dados do dia ficaram no radar de investidores e impactaram as negociações na Bolsa de Valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
*Com informações de Maria Regina Silva, Luciana Xavier e Silvana Rocha, do Broadcast