Movida reporta resultado acima das expectativas e vê melhora nos indicadores de rentabilidade e alavancagem (Foto: Adobe Stock)
As ações da Movida (MOVI3) registraram forte valorização nesta terça-feira (11), subindo 12,42%, cotadas a R$ 10,23 às 14h53, após a divulgação de resultados acima das expectativas para o terceiro trimestre de 2025. O otimismo do mercado foi impulsionado pela percepção de que a companhia começa a colher os frutos de um ciclo de ajustes operacionais e disciplina financeira.
Segundo a XP Investimentos, o lucro líquido de R$ 70 milhões veio acima da projeção da corretora, que estimava R$ 64 milhões, embora ainda represente uma queda de 10% na comparação anual. De acordo com os analistas Pedro Bruno e João Ramiro, a retração do lucro em relação a 2024 se deve ao aumento das despesas financeiras, em meio a um ambiente macroeconômico desafiador e a um nível elevado de endividamento, além de uma maior depreciação por carro nos segmentos de aluguel de carros (RaC) e gestão de frotas.
Mesmo com esses fatores, o desempenho operacional foi considerado sólido. A XP destacou o forte avanço nos segmentos de locação, impulsionado por aumentos contínuos de preços e melhorias nos custos, o que sustentou margens mais elevadas. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 1,478 bilhão, um aumento de 18,5% na comparação anual, refletindo eficiência e controle operacional. Já a receita líquida totalizou R$ 3,765 bilhões, leve retração de 0,3% frente ao mesmo período do ano passado.
Na composição da receita, o destaque ficou para o negócio de locação, que somou R$ 2,010 bilhões, avanço de 15,3%. Em contrapartida, a venda de ativos (seminovos) recuou 13,6%, para R$ 1,755 bilhão, movimento atribuído à normalização do mercado de usados após anos de alta demanda. Ainda assim, o segmento manteve margem Ebitda de 1,1%, o que a XP classificou como “desempenho estável”.
O diretor-presidente da Movida, Gustavo Moscatelli, avaliou o trimestre como um marco para a companhia.
“Foi um terceiro trimestre bastante emblemático para a gente, porque evidenciou, através dos números, as iniciativas de melhorias que estamos implementando na companhia ao longo dos anos”, afirmou.
Ele reforçou que a empresa segue focada em rentabilidade e disciplina de capital, pilares da atual estratégia de gestão.
A alavancagem também mostrou melhora, caindo para 2,7 vezes dívida líquida/Ebitda, ante 3,1 vezes um ano antes, e ficando dentro do intervalo projetado pela própria empresa. A dívida líquida totalizou R$ 15,456 bilhões, com posição de caixa de R$ 3,3 bilhões ao fim de setembro. Para o quarto trimestre, a companhia divulgou guidanceotimista, projetando lucro líquido entre R$ 75 milhões e R$ 90 milhões e alavancagem entre 2,6x e 2,8x, o que, segundo a XP, “indica potencial de alta frente às expectativas do mercado”.
Do ponto de vista operacional, o tíquete médio do aluguel de carros (RaC) foi de R$ 159, avanço de 12% sobre o mesmo período de 2024, enquanto a frota média operacional cresceu 5,9%, alcançando 92 mil veículos. No segmento de seminovos, as vendas aumentaram 1%, totalizando 24.472 automóveis, com preço médio de R$ 73,4 mil, alta de 8,4% em relação ao ano anterior.
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Diante dos resultados, a XP reiterou sua recomendação de compra para MOVI3, destacando o equilíbrio entre rentabilidade, geração de caixa e redução de alavancagem. A corretora vê a companhia “em trajetória positiva, com fundamentos cada vez mais sólidos”. O desempenho das ações no pregão – que chegou a levar o papel a entrar em leilão por oscilação máxima permitida – reflete o entusiasmo dos investidores com o novo ciclo da Movida.