“Decepcionante” e “pior do que o esperado”: por que as ações da Hapvida (HAPV3) despencam 40% após balanço
Bancos mantiveram a recomendação de compra para HAPV3, mas esperam que trimestre abaixo das expectativas leve consenso a reduzir estimativas para a companhia
“Decepcionante” para o Citi, “fraco” para a Ativa e “pior do que o esperado” para o BTG. A avaliação negativa do mercado sobre o balanço do terceiro trimestre da Hapvida (HAPV3) está fazendo os papéis da companhia despencarem nesta quinta-feira (13).
A empresa reportou um lucro líquido de R$ 338 milhões no terceiro trimestre, uma alta de 4,1% frente ao mesmo período de 2024. Sem ajuste, no entanto, teve um prejuízo de R$ 57 milhões – a expectativa do mercado era por um número perto de R$ 482 mi.
Pela manhã, os papéis chegaram a entrar em leilão por oscilação máxima permitida. Às 11h24, a HAPV3 caía 42,83%, a R$ 19,62.
Na avaliação da Ativa, os resultados foram impactos pelo aumento da sinistralidade acima do efeito sazonal médio da companhia. O balanço também sofreu graças aos efeitos da competitividade, demanda e inadimplência sobre as adições de beneficiários e o efeito mix nos tíquetes.
Já para o Citi, os resultados decepcionantes do 3T25 vem na esteira de uma receita 3% abaixo das expectativas, impactada pela desaceleração das adições líquidas – o banco esperava por 44 mil novas vidas, frente a 12,6 mil do resultado – e pela desaceleração do tíquete.
Para os analistas Leandro Bastos, Renan Prata e Luis Felipe Terzariol, o balanço justifica uma reação negativa após “grande decepção com Ebitda, KPIs operacionais mais fracos e fluxo de caixa negativo, o que provavelmente alimentará revisões negativas e desancorará expectativas”, disseram em relatório.
O BTG Pactual seguiu a mesma linha e acha que chegou a hora de “um grande corte” nas estimativas para a Hapvida. Em relatório, analistas do banco destacam que a companhia mostrou sinais encorajadores de estabilização nas questões judiciais, que vinham sendo um dos principais detratores das expectativas do mercado no ano passado. Mas que havia a percepção de que a empresa enfrentaria outros desafios para conseguir se recuperar plenamente; algo que, segundo o BTG, o 3T25 provou.
“Ao contrário do que o consenso vinha assumindo, acreditamos ser difícil esperar que as margens do próximo ano fiquem muito acima dos níveis atuais, já que boa parte dos desafios observados no 3T deve persistir por algum tempo — como os custos relacionados à abertura recente de hospitais e o aumento das despesas operacionais”, diz o documento do BTG. Por isso, o banco reduziu as estimativas de Ebitda para o próximo ano em 20%.
As três instituições mantiveram a recomendação de compra para HAPV3. O preço-alvo da Ativa é de R$ 64,80, enquanto o do Citi é de R$ 57. O BTG reduziu a estimativa, de R$ R$ 67 para R$ 50.