Turbina eólica da Auren (AURE3) em unidade de geração de energia. (Foto: Auren Energia)
A Auren Energia (AURE3) reportou prejuízo líquido de R$ 403,7 milhões no terceiro trimestre deste ano (3T25), revertendo lucro de R$ 197,2 milhões em comparação ao mesmo período de 2024. Ainda assim, o BTG Pactual (BPAC11) e o Citi recomendam compra das ações da geradora de energia que operam no campo negativo na bolsa de valores.
Como mostramos nesta reportagem, o resultado ruim refletiu fatores conjunturais do setor elétrico, principalmente os altos níveis de corte de geração por restrições sistêmicas, o chamado curtailment, e do risco hidrológico (GSF, da sigla em inglês), que reduziram a geração efetiva e pressionaram margens.
No entanto, o Citi ressalta que a empresa registrou ganhos de sinergias interessantes. Segundo o banco, a Auren capturou R$ 58 milhões em sinergias nos custos de PMSO (Pessoal, Material, Serviços de Terceiros e Outras Depesas) apenas no terceiro trimestre, totalizando R$212 milhões desde a aquisição da AES Brasil.
“A disponibilidade eólica dos ativos incorporados atingiu 93,3% de disponibilidade, enquanto a frota eólica total alcançou 94,8%. Esses ganhos refletem programas de manutenção contínuos e otimização de inventário”, escreveram.
O banco também destaca que a Auren deve ser uma das empresas mais beneficiadas com a Medida Provisória 1.304, que estabelece novas regras para o setor elétrico. O texto já foi aprovado pelo Congresso, mas aguarda sanção presidencial.
“Se uma solução para futuros cortes for apresentada na versão final do MP, a Auren é o nome entre nossa cobertura que mais se beneficiaria. Em uma nota positiva, a MP permite a renovação das concessões hidrelétricas, o que é relevante, dado que 2,6 GW da capacidade hidrelétrica da Auren expiram em 2032”, concluíram.
Com base nisso, o Citi sustenta recomendação de compra para as ações da Auren e mantém preço-alvo de R$ 12 por ação, o que representa um potencial de ganhos de 4,8% em comparação ao fechamento de quarta-feira (12).
Já o BTG Pactual reconhece que os fatores conjunturais devem criar um ambiente desafiador para Auren até 2027, mas avalia que a empresa irá conseguir reduzir a sua alavancagem e elevar o seu EBTIDA. “A história de longo prazo é promissora, mas envolve uma transição complexa até 2027, marcada por falta de impulso e de geração de resultados”, diz em relatório.
O banco destaca também que a companhia demonstra ter a capacidade de alcançar resultados interessantes com os recursos disponíveis. “As sinergias operacionais e financeiras continuam a melhorar, a estrutura corporativa (e as economias tributárias) estão em desenvolvimento, a disponibilidade dos ativos vem aumentando e o portfólio continua a gerar ganhos modulares sólidos”, disseram os analistas Antônio Junqueira, Gisele Gushiken e Maria Shutz.
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Com a recomendação de compra, o BTG Pactual estima um preço-alvo de R$ 12,30 para as ações da Auren, o que representa um potencial de apreciação de 7,4% em comparação ao pregão de quarta-feira (12).
Por volta das 16h (de Brasília), as ações da Auren Energia (AURE3) caem 1,40%, sendo negociadas a R$ 11,29.