Algumas ações quase viraram desapareceram na bolsa de valores com a reação dos investidores (Foto: Adobe Stock)
A operadora de saúdeHapvida (HAPV3) perdeu mais de R$ 7 bilhões em valor de mercado após as suas ações derraparem 42% na sessão de quinta-feira (13). Como mostramos nesta reportagem, o tombo refletiu a reação do mercado com o balanço corporativo da companhia referente ao terceiro trimestre de 2025. No entanto, perdas dessa magnitude não são casos isolados na bolsa de valores. Dados da Elos Ayta Consultoria mostram que outras cinco empresas também registraram depreciações superiores a 40% em um único pregão ao longo de 2025.
O caso mais recente envolve ações da Oi (OIBR4). Na segunda-feira (10), os papéis da companhia despencaram 47,85% após a justiça decretar a falência da companhia e colocar um fim um ciclo de quase uma década em recuperação judicial. No entanto, são as ações da PDG Realty (PDGR3) que lideram o ranking das companhias mais penalizadas pelos investidores. Nos dias 19 e 28 de fevereiro, os papéis da companhia caíram 50% e 43,20%, respectivamente. Em outubro, a PDG Realty foi protagonista de outro show de horrores: em três pregões consecutivos, as ações tombaram 46,15%, 42,86% e 75%.
Como mostramos nesta reportagem, a construtora está em recuperação judicial e acumula patrimônio líquido negativo superior a R$ 3 bilhões. Para preservar sua listagem, recorre a sucessivos grupamentos de ações (reverse splits). Esse tipo de medida busca evitar o delisting, que é o processo de exclusão das ações da Bolsa — um temor real para investidores, pois significa perda de liquidez e possibilidade de liquidação forçada em mercado secundário.
Logo depois, aparecem as ações da Gol (GOLL54). A companhia aérea derreteu 70% na B3 na sessão do dia 16 de junho. A depreciação reflete um movimento de correção do mercado após a companhia disparar 1.886% com a estreia do seu novo ticker (código de negociação do ativo na bolsa e com um lote padrão de 1 mil ações, o que mexeu em suas cotações, como detalhamos nesta reportagem.
Na época, o BTG Pactual destacou a distorção do movimento, já que a Gol havia deixado o Chapter 11 (plano de recuperação judicial nos Estados Unidos). Para o banco, “algo claramente estava fora do lugar” e a forte oscilação dos papéis poderia estar relacionada ao volume baixo de negociação das ações da empresa, o que teria impedido o mercado de fazer uma avaliação adequada da companhia. Já em julho, o papel caiu 61,44% e 42,21% em dois pregões da mesma semana. A queda refletiu a decepção do mercado com o aumento de capital da Gol, relembre o caso nesta reportagem.
O caso Ambipar (AMBP3) também integra o grupo das empresas com as maiores depreciações da bolsa. Dados da Elos Ayta mostram que, nos dias 2 e 3 de outubro, os papéis da companhia derreteram 61,48% e 49,09%, respectivamente. A queda refletiu a preocupação dos investidores após a empresa de gestão de ambiental informar que conseguiu uma tutela cautelar na 3.ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. A notícia, na época, acendeu um alerta ao mercado sobre a possibilidade da companhia entrar com um pedido de Recuperação Judicial (RJ) que se concretizou no dia 20 de outubro.
As ações da RDVC City (CCTY3) e da Teka (TEKA4) também tiveram seus dias de terror e sofreram perdas de 49,99% e 40,97%, respectivamente, ao longo de 2025.