Payroll dos EUA e Nvidia ficam no foco na semana; IBC-BR é destaque local (Foto: Adobe Stock)
A retomada das publicações de indicadores nos Estados Unidos, após o fim da paralisação do governo, coloca o relatório de emprego — o payroll — em destaque. A semana traz ainda a ata do Fed e o balanço da Nvidia. No Brasil, Ibovespa hoje acompanha o IBC-Br, conhecido como prévia do PIB, e o relatório Focus.
A agenda econômica local traz ainda o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em palestra no Fórum Internacional de Equidade Racial Empresarial. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, lança a consulta pública sobre a Estratégia Nacional de Descarbonização Industrial (ENDI), durante a COP30, em Belém (PA). A agenda é calma ao longo da semana e não há indicadores previsto para quinta-feira (20), quando os mercados estão fechados pelo feriado de Consciência Negra.
No exterior, o relatório oficial de emprego dos EUA, o payroll, será divulgado na quinta-feira, com a retomada de publicações após o fim da paralisação do governo.
Hoje, nos EUA, serão divulgados o índice de atividade industrial Empire State de novembro, dados de investimentos em construção de agosto, além de serem esperados os discursos do presidente do Fed de NY, John Williams, do Vice-presidente do Fed, Philip Jefferson, do presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, e do diretor do Fed Christopher Waller.
Na terça-feira (18), saem a produção industrial dos EUA, encomendas à indústria, confiança das construtoras, e balanço da Home Depot. Na quarta-feira (19), são esperados o CPI do Reino Unido e da zona do euro, a ata da última reunião do Fed, e balanço da Nvidia.
Na quinta-feira, nos EUA, serão conhecidos também os pedidos de auxílio-desemprego, vendas de moradias usadas e balanço do Walmart. Sexta-feira é dia de vendas no varejo do Reino Unido, índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, além de PMIs compostos da zona do euro e EUA.
Ibovespa hoje: os destaques do mercado de ações nesta segunda-feira (17)
Bolsas globais operam mistas com expectativas por dados dos EUA
Os futuros de Nova York avançam em meio à expectativa pelos indicadores dos EUA, especialmente o payroll, além do balanço da Nvidia, em um ambiente de temor recente sobre uma possível bolha em ações ligadas à inteligência artificial (IA).
O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou que os dados atuais são ambíguos e dificultam decisões consistentes, ressaltando que as incertezas exigem cautela — embora tenha apoiado os dois cortes de juros recentes.
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Na Europa, as principais bolsas recuam. O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, disse que as ameaças à estabilidade financeira da zona do euro permanecem “elevadas”.
IBC-Br deve recuar em setembro após alta em agosto
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) deve voltar ao campo negativo em setembro, de acordo com a maioria (11 de 19) das instituições consultadas pelo Projeções Broadcast.
A mediana das estimativas do mercado indica queda de 0,10% do IBC-Br de setembro, após alta de 0,40% em agosto. As estimativas variam de recuo de 0,50% a alta de 0,30%.
O economista Heliezer Jacob, do C6 Bank, projeta recuo de 0,5% na margem para o IBC-Br em setembro. Segundo ele, o dado reflete o desempenho mais fraco da produção industrial (-0,4%) e das vendas do varejo (-0,3%) no período, a despeito da expansão do volume de serviços (0,6%).
“Vemos que a política monetária tem restringido a atividade, principalmente nos setores mais sensíveis ao crédito, enquanto os mais sensíveis à renda ainda apresentam certa resiliência”, afirma Jacob.
Para o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre ante os três meses anteriores, o C6 projeta recuo de 0,1%.
Commodities hoje: minério avança, petróleo opera estável
O petróleo opera perto da estabilidade após o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmar que o país “poderá ter discussões” com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, indicando uma possível via diplomática, ao mesmo tempo em que Washington reforça sua presença militar no Caribe. Nesta manhã, o barril do petróleo WTI para dezembro recuava 0,03%, a US$ 60,08, enquanto o do Brent para janeiro cedia 0,03%, a US$ 64,37.
Entre as commodities hoje, o minério de ferro negociado na bolsa de Dalian, na China, teve alta de 1,81% no contrato futuro para entrega em janeiro de 2026, cotado a 788,5 yuans, o equivalente a US$ 111,05 a tonelada.
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Os American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de empresas não americanas) da Vale (VALE3) caíam 0,57% no pré-mercado de Nova York nesta manhã. Já os ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4) cediam 0,15%.
O que esperar do Ibovespa hoje
O mercado repercute a decisão do governo Trump de retirar a tarifa básica de 10% sobre importações de produtos agropecuários, como carne bovina, banana, café e tomate, mas manter a sobretaxa adicional de 40% imposta por motivação política.
O EWZ, principal ETF brasileiro negociado em NY, operava em leve queda no pré-mercado, e o Ibovespa pode sentir mais pressão.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na sexta-feira que há “vários projetos importantes” sobre segurança pública tramitando na Câmara e citou como exemplo o texto do devedor contumaz, em análise há oito anos. “O projeto já foi votado por unanimidade no Senado, falta só a Câmara dar a palavra final”, ressaltou.
Esses e outros dados do dia ficam no radar de investidores e podem impactar as negociações na bolsa de valores brasileira, influenciando o índice Ibovespa hoje.
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*Com informações de Luciana Xavier e Silvana Rocha, do Broadcast