BofA eleva preço-alvo da JBS (JBSS32) e vê potencial de alta de 58% após resultados do 3T25
Banco reforça recomendação de compra ao destacar impulso dos lucros em 2026, margens melhores e valuation atrativo, apesar do capital de giro mais elevado
BofA eleva preço-alvo da JBS para US$ 21 e mantém recomendação de compra, citando lucros mais fortes em 2026, valuation atrativo e projeções mais altas de Ebitda e EPS. (Imagem: Adobe Stock)
O Bank of America (BofA) aumentou suas estimativas para a JBS (JBSS32) após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2025 e elevou o preço-alvo — a projeção de quanto a ação pode valer no futuro — de US$ 20,00 (R$ 110,00) para US$ 21,00 (R$ 114,00). O novo valor implica um potencial de alta de 58,3% em relação ao fechamento do papel na sexta-feira, ou seja, é o ganho estimado caso a ação chegue ao patamar projetado pelo banco.
A recomendação de Compra foi mantida, movimento que reflete a visão do BofA de que os lucros devem ganhar força em 2026, com oportunidades de crescimento tanto orgânico quanto por aquisições. O banco também destaca que as ações seguem baratas na comparação com pares globais: a JBS negocia a 6,0 vezes EV/Ebitda — métrica que relaciona o valor econômico total da empresa ao seu lucro operacional — enquanto a concorrente americana Tyson negocia a 7,9 vezes. Além disso, a companhia tem sinalizado confiança na geração de caixa ao mencionar a expectativa de distribuir US$ 1 bilhão em dividendos em 2026.
Segundo o BofA, a empresa elevou suas projeções de Ebitda de equilíbrio, isto é, o nível mínimo de resultado operacional necessário para manter a operação saudável. Agora, a estimativa é de US$ 6,0 bilhões e US$ 5,0 bilhões para 2025 e 2026, respectivamente. O banco também notou reações mistas do mercado ao aumento previsto para o capital de giro (Working Capital) nesses anos — o dinheiro necessário para financiar estoques, pagamentos e recebimentos do dia a dia, que quando cresce, exige mais caixa.
“Embora isso represente um resultado ligeiramente negativo, esperamos que o aumento do WC seja parcialmente compensado por resultados operacionais mais fortes. Também notamos que a administração afirmou que as estimativas para 2026 são baseadas no ciclo de caixa observado nos últimos anos e, portanto, estão sujeitas a muitas variáveis”, afirmam as analistas Isabella Simonato e Peter T. Galbo em relatório. O ciclo de caixa representa o tempo entre pagar fornecedores e receber dos clientes; quanto maior, mais recursos ficam temporariamente imobilizados.
O BofA aumentou sua projeção de Ebitda para 2025 (US GAAP — padrão contábil americano) em 7% e para 2026 em 2,5%, para US$ 3,76 bilhões e US$ 5,5 bilhões, respectivamente. A revisão considera crescimento mais forte de receita em todas as divisões, preços mais altos das proteínas, demanda melhor que a esperada em algumas operações e margens maiores na Pilgrim’s Pride, controlada da JBS nos EUA.
O relatório também mostra aumento na projeção de lucro por ação (EPS, métrica que divide o lucro total pelo número de ações) em 6,8% para 2025 e 3,5% para 2026. A estimativa de fluxo de caixa livre (FCF) — o dinheiro que sobra após todos os gastos e investimentos — agora é de US$ 697 milhões para o próximo ano, com base nos números informados pela administração para as principais contas de caixa.
“Estimamos um ciclo de caixa de 20 dias, estável em relação ao ano anterior, visto que a JBS (JBSS32) continua a se expandir organicamente, mas observamos que o ciclo teve uma média de 15 dias entre 2021 e 2024″, completam.