O Ibovespa recuou 0,47% nesta segunda-feira, em sessão marcada pela cautela global e expectativa pelo payroll de setembro nos EUA, enquanto o dólar avançou frente ao real. (Imagem: Adobe Stock)
O Ibovespahoje fechou em queda em meio ao ambiente de cautela predominante no exterior. A principal referência da B3 terminou a sessão de segunda-feira (17) com queda de 0,47%, aos 156.992,93 pontos, com volume negociado de R$ 26,7 bilhões. Na máxima, chegou aos 157.900,51 pontos.
O desempenho da bolsa brasileira acompanhou a performance das principais bolsas de Nova York que operaram no campo negativo ao longo do pregão. O índice Dow Jones fechou com queda de 1,18%, aos 46.590,24 pontos. Já o S&P 500 recuou 0,91%, aos 6.672,41 pontos, enquanto o Nasdaq cedeu 0,84%, aos 22.708,07 pontos. O VIX – espécie de “termômetro do medo” – saltou 12,86%, a 22,38 pontos.
A queda acentuada no exterior reflete o ambiente de cautela dos investidores com a valorização exagerada das teses de investimento ligados ao setor de Inteligência Artificial (IA). Segundo informações da agência Reuters, os maiores fundos hedge dos EUA reduziram exposição às ações das sete maiores companhias de tecnologia, também conhecidas como as ‘Sete Magníficas.
O movimento também reflete às incertezas dos investidores quanto aos próximos passos da política monetária nos Estados Unidos. Na agenda econômica dos EUA, na terça-feira (18), saem a produção industrial dos EUA, encomendas à indústria, confiança das construtoras, e balanço da Home Depot. Na quarta-feira (19), são esperados o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) do Reino Unido e da zona do euro, a ata da última reunião do Fed, e balanço da Nvidia.
“Após a resolução da paralisação do governo dos EUA, os mercados enfrentam uma agenda repleta de divulgações adiadas e programadas para esta semana. Embora talvez o evento mais importante seja a divulgação dos resultados da Nvidia após o fechamento do mercado na quarta-feira”, diz o Deutsche Bank em relatório matutino.
Na quinta-feira, nos EUA, serão conhecidos também os pedidos de auxílio-desemprego, vendas de moradias usadas e balanço do Walmart. Sexta-feira é dia de vendas no varejo do Reino Unido, índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, além de Índices de Gerentes de Compras (PMIs) compostos da zona do euro e EUA.
No mercado doméstico de câmbio, o dólar hojefechou nesta segunda-feira (17) com alta de 0,64%, cotado R$ 5,3310. “O dólar se fortalece hoje respaldado pela valorização global da divisa norte-americana, num cenário de dúvidas sobre os indicadores dos EUA atrasados pelo shutdown de 43 dias, mantendo os investidores mais cautelosos”, diz Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
As ações da MBRF (MBRF3) registraram pelo segundo pregão consecutivo a maior alta do Ibovespa e avançaram 4,92%, sendo negociadas a R$ 25,60 – maior preço desde a incorporação das ações da BRF pela Marfrig. Os ganhos refletem a recomendação do J.P. Morgan que passou a classificar a companhia como “overweight”, recomendação equivalente à compra. Segundo o banco, o mercado ainda não incorporou totalmente o potencial de crescimento do segmento de alimentos processados e ganhos de eficiência esperados.
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A MBRF3 está em alta de 43,26% no mês. No ano, acumula uma valorização de 68,09%.
CVC (CVCB3) : +3,31%, a R$ 1,87
Outo destaque foi a CVC (CVCB3) que subiu 3,31%, a R$ 1,87, cravando a segunda maior alta do dia.
Em novembro, a agencia de turismo cai 0,53%, mas acumula uma alta de 35,51% no ano.
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Assaí (ASAI3): +2,63%; R$ 9,74
Ainda entre as maiores altas do dia, estiveram as ações da Assaí (ASAI3), que subiram 2,63%, a R$ 9,74.
As ações da Assaí (ASAI3) avançam 13,26% no mês e 75,81% no acumulado do ano.
As maiores quedas do Ibovespa hoje
As três ações que mais desvalorizaram no dia foram Rumo (RAIL3), Vamos (VAMO3) e Magazine Luíza (MGLU3).
Rumo (RAIL3): -9,08%, R$ 15,02
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As ações da Rumo (RAIL3) lideraram as perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (17). A depreciação ocorre após a transportadora ferroviária divulgar seus resultados financeiros referente ao terceiro trimestre de 2025, na última sexta-feira (14). No período, as receitas líquidas da Rumo subiram 2% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto o lucro líquido ajustado caiu 7,6% na base anual.
Para a XP, os números vieram mistos. Do lado positivo, a corretora destaca o volume fortes de carga que cresceu 8% em um ano e a expansão de margem de lucro de 1,5%, impulsionado por custos fixos menores e melhoria contínua na eficiência do combustível. No entanto, os preços ferroviários 6% mais baixos em comparação ao terceiro trimestre de 2024 trouxeram uma pressão adicional para os resultados da companhia.
“Vemos a fraqueza nos preços como um risco para a projeção de EBITDA (ucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) entre R$ 8,1 bilhões e R$ 8,7 bilhões para 2025 , já que o quarto trimestre é sazonalmente mais fraco”, avalia a corretora.
As ações da Rumo (RAIL3) acumulam perdas 5,65% no mês e de 12,16% no ano.
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Vamos (VAMO3): -6,67%, R$ 3,50
Outro destaque negativo foi a Vamos (VAMO3). Na sessão de segunda-feira (17), as ações recuam 6,67%, sendo negociadas a R$ 3,50. A queda reflete a alta no mercado de juros que penaliza os ativos mais sensíveis ao ciclo econômico.
As ações da Vamos (VAMO3) sobem 8,02% no mês, mas recuam 26,32% no acumulado de 2025.
Magazine Luíza (MGLU3): -4,80%, R$ 9,13
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As ações da Magazine Luíza (MGLU3) estiveram entre as maiores quedas do Ibovespa hoje. Assim como a Vamos (VAMO3), a varejista foi penalizada com a alta no mercado de juros que pesa sobre as companhias que dependem de crédito mais barato para crescer.
Apesar do desempenho de hoje, os papéis da Magazine Luíza avançam 7,79% em novembro. No acumulado do ano, os ganhos chegam a 44,69%.