- A Atom está em dois segmentos de negócios: a área educacional e a mesa de traders.
- Recentemente, os irmãos Paiffer venderam metade das ações que pertenciam a eles para o Grupo Exame, com cada um ficando com pouco mais de 7,2 milhões de papéis
Neste episódio da websérie “Me convença a investir na sua empresa”, Guilherme Cunha, diretor de relações com investidores da Atom Participações, vai apresentar os diferenciais da empresa.
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A Atom está em dois segmentos de negócios: a área educacional e a mesa de traders.
Com o código de negociação ATOM3, a empresa tem como sócios-fundadores os irmãos Carol e Joaquim Paiffer, que acumulam uma experiência superior a 16 anos no mercado financeiro.
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Com quase 21 milhões de ações emitidas, 32,5% estão em livre circulação na bolsa de valores.
Recentemente, os irmãos Paiffer venderam metade das ações que pertenciam a eles para o Grupo Exame, com cada um ficando com pouco mais de 7,2 milhões de papéis.
Acompanhe, a seguir, a entrevista com Guilherme Cunha, diretor de RI da ATOM3:
E-Investidor – Quais as maiores oportunidades que o seu setor oferece?
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Guilherme Cunha – Quando falamos do nosso setor, falamos de um educacional diferente do que aquele dos concorrentes do ensino superior ou médio, que tiveram um declínio muito forte com a pandemia. Na contramão desse movimento, a Atom, com um educacional de bolsa de valores, teve uma procura por esse tipo de conhecimento muito além do que havíamos imaginado. E como nós já estávamos nesse formato digital, com as franquias espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, a Atom já utilizava canais de videoconferências. Por isso, quando começou a pandemia e as pessoas foram buscar alternativas para a renda, esse educacional de bolsa de valores ficou evidente e a Atom saiu disparadamente à frente de seus concorrentes. Então, diferente de outras áreas educacionais, que tiveram um impacto muito agressivo, foi o melhor ano da Atom no que diz respeito ao resultado e à captura de todas essas pessoas.
E-Investidor – Quais são os maiores problemas que uma empresa do seu setor enfrenta?
Cunha – Hoje, quando se começa a falar de educacional de Bolsa, a gente ouve muito sobre a porcentagem de pessoas que não deram certo. No final das contas, ‘é difícil’, ‘será que as pessoas realmente conseguem’, e o lance dos vendedores de curso. Somos muito atingidos por esse tipo de mídia. Quando a gente fala das oportunidades, poxa, temos apenas uma pequena porcentagem da população brasileira que está ingressando na educação financeira e uma outra menor ainda buscando bolsa. E tudo isso já começa a ir por água abaixo porque traz um sentimento de medo e as pessoas acabam fugindo desse movimento. Quando fala de day trade, então, isso se eleva 10 vezes. As grandes mídias batem no que diz respeito às pessoas que não conseguem. Outra situação que pega muito também é o lance da pirataria. Formamos alunos, mas temos um dado que mais da metade das pessoas que estão na bolsa de valores têm menos de um ano, ou seja, elas acabam fazendo um educacional com a gente ou com qualquer outra companhia e replicam isso por meio de um formato meio que irresponsável. As pessoas falam que custa caro o educacional, então elas vão buscar outras alternativas e acabam achando conteúdos na internet que às vezes inserem essas pessoas em um formato ruim. Esse movimento é a maior dificuldade que a gente tem, realmente. Além de driblar toda essa publicidade negativa, o lance da pirataria e dos novos entrantes que acabam não tendo a vivência de bolsa, mas querem aproveitar esse momento de as pessoas buscarem informação.
E-Investidor – Quais os seus grandes diferenciais em relação à concorrência?
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Cunha – Essa pergunta traz uma facilidade para mim porque não vendemos só um educacional de bolsa de valores, mas trazemos uma vivência: desde os seus fundadores até o Guilherme, que além de diretor de RI é um dos mentores. Sou o mais novo aqui com 9 anos de bolsa de valores. O Joaquim e a Carol têm mais de 15 anos de experiência no mercado. O que favorece muito quando a gente fala de bolsa, de educacional de bolsa de valores. Não é simplesmente o ‘comprar barato e vender caro’ que algumas pessoas acabam replicando só nesse tipo de formato, e sim toda essa nossa experiência. Neste momento eu tenho uma comunidade com a qual eu converso diariamente, que recebe informações para que seja um modelo construtivo e realmente rentável. Então, facilita bastante esse lance da experiência dos fundadores e o nosso propósito de levar educação financeira de qualidade para esse pessoal.
E-Investidor – Qual a política de pagamento de dividendos da companhia?
Cunha – A gente segue a regra da B3, de distribuição de dividendos: 25% da parte do lucro do caixa da companhia é distribuído. A Atom veio agora nesse último resultado trimestral [referente ao 4º trimestre de 2020] fazer o seu primeiro pagamento de dividendos. Fomos a primeira startup da bolsa que distribuiu dividendos aos seus acionistas.
E-Investidor – Quais eventos extraordinários a empresa está exposta, tanto de riscos para um eventual prejuízo como de ganhos para um lucro além do operacional?
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Cunha – Quando a gente fala de uma empresa de bolsa e de possibilidade de prejuízos, as pessoas imaginam a mesa proprietária sendo uma parte mais arriscada, ou seja, os traders boletando e fazendo parte dessa porcentagem que não prospera. Mas, no final das contas, a nossa mesa proprietária possui um gerenciamento de risco muito alto, até mesmo pelas travas pela tecnologia da plataforma. Quando a gente fala de potenciais prejuízos não é da bolsa, dos nossos traders, não é da mesa proprietária e, sim, um lançamento de um educacional que não vigou ou uma situação em que acabamos acreditando chegar uma informação para o cliente, assinante, aluno de uma forma, mas que não foi rentável – na hora de criarmos um produto novo, na hora de trazer uma informação que mudou. Por exemplo, tivemos várias oportunidades e estratégias diferentes na pandemia. Investimos para que essa informação chegasse para as pessoas e elas viessem até a gente. Um erro de direcionamento pode trazer um prejuízo. E, no final das contas, o que pode alavancar de fato esse movimento foi o que acabou de ser feito com a Exame, onde a gente atinge um público muito maior. Acabamos chegando para mais pessoas e, naturalmente, a receita da companhia nessa parte educacional tende a ser muito maior.
E-Investidor – Quanto a sua empresa está alinhada aos critérios ESG?
Cunha – A gente vem se preocupando cada vez mais. Hoje, na parte de governança, a nossa presidente Carol Paiffer vem direcionando muito e prezando muito por esse tipo de conteúdo . E a nossa editora, junto à área educacional, também traz muito conteúdo gratuito de inserção no mercado financeiro. Quando falamos do Brasil e a não educação financeira desde a base, estamos nos preocupando cada vez mais em gerar esse conteúdo gratuito para que as pessoas consigam ter acesso a essa informação, além de nos preocupar com a governança. Também está saindo do forno um educacional para criança – estamos criando um desenho para distribuir essa informação em massa e as crianças e adolescentes começarem a entender dinheiro e bolsa de valores desde cedo.
E-Investidor – Qual foi a pior coisa que falaram/escreveram sobre a sua empresa? Por quê?
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Cunha – Quando a gente fala de bolsa todo mundo acha que é só para ganhar. As pessoas vêm com um propósito muito bacana de ‘vou aprender e vou ganhar dinheiro na bolsa’, mas numa adversidade as pessoas tendem a achar um culpado. Na maioria das vezes esse culpado é o mentor, é a estratégia, nunca vai ser a pessoa que estava lá, de fato, clicando. As pessoas gostam muito de falar assim: ‘pô, vendedor de curso’. Essa é a mais agressiva na internet: ‘o pessoal é vendedor de curso’. Sim, nós somos vendedores de curso e traders. Temos um aprendizado e uma técnica bem bacana que a gente consegue replicar. Mas pessoas batem muito de frente nessa informação de só vendem curso etc e tal. E esquecem do propósito educacional e do risco que a bolsa realmente tem. As pessoas vêm numa vontade muito grande de ganhar dinheiro, mas quando surge qualquer tipo de adversidade elas esquecem do risco da bolsa e querem achar culpados. Quando você vai buscar uma reclamação da Atom, por exemplo, não é que a pessoa não teve o atendimento, não teve todo o suporte, não teve um educacional de ponta sendo entregue, e sim porque ela achou que ia ser só ganho. E quando falamos de um ambiente de renda variável, sabemos tem dias que não vai ser possível fazer uma operação e dias que o resultado também não vai ser positivo.
E-Investidor – O número de traders na mesa de operação caiu de 288 no primeiro trimestre de 2019 para 63 no quarto trimestre de 2020. Como reverter esse cenário e impulsionar essa área do negócio, ao lado do educacional?
Cunha – Esta resposta você só encontra no vídeo acima.