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Crise política deve alterar estratégias de carteiras

Bolsa americana, ações globais e dólar são vistos como opções de diversificação

Crise política deve alterar estratégias de carteiras
Foto: Pixabay
O que este conteúdo fez por você?
  • É muito difícil prever o desdobramento da atual crise política, incerteza que afeta os mercados
  • Investidor deve redobrar a cautela nesse momento de incertezas
  • Para investidor conservador, ideal é não tomar nenhum risco nesse momento

A escalada da crise política vista no fim da última semana deve alterar as estratégias dos gestores de fundos de investimentos, segundo a avaliação do superintendente executivo da Bradesco Asset Management (Bram), Sérgio Magalhães, em entrevista ao Broadcast.

“Todos os eventos da semana passada provocaram um movimento extremamente rápido e negativo no mercado. Um dos nossos principais fundos, o Absoluto, que vinha em forte recuperação ao longo do mês, praticamente devolveu todo o ganho hoje”, diz.

O executivo contou, por exemplo, que antes de Sérgio Moro anunciar sua saída do governo, a maior parte do mercado trabalhava com a possibilidade de uma queda da taxa básica de juros (Selic) de 0,75 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central a ocorrer entre 17 e 18 de maio.

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“Agora, com toda essa perda de capital político do governo, as incertezas aumentaram. É muito difícil prever os desdobramentos disso e já estava difícil com a imprevisibilidade de pandemia de coronavírus. E sem nenhum juízo de valor sobre o presidente ou sobre o agora ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, não dá para saber como isso (a crise política) vai terminar. A demissão de Moro repercutiu no meio político, no judiciário, e teve a abertura de um inquérito pela Procuradoria Geral da República”, afirma Magalhães.

Para Marcelo Nantes, superintendente da área de renda variável da Bram, até a quinta-feira (23/04), o que estava “fazendo preço” no mercado era o embate entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o Congresso Nacional na questão fiscal. “O Congresso quer gastar mais que o necessário e há uma preocupação com o déficit fiscal”, diz.

Cautela redobrada

Para o investidor de fundos, Nantes orienta que o momento é de cautela redobrada.

“Para o investidor de perfil conservador, o ideal é não tomar nenhum risco nesse momento. Já para o investidor de perfil mais arrojado, agressivo, há algumas oportunidades. Uma opção de diversificação para diminuir a volatilidade do mercado doméstico seria um fundo com a bolsa americana e ações globais, ou o dólar, via fundos cambiais. As bolsas nos EUA estão reagindo”, afirma Nantes.

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