(Reuters) O novo primeiro-ministro do Peru, Guido Bellido, afirmou à Reuters no sábado, 7, que, sob uma nova administração esquerdista, o Estado planeja participar em indústrias chave, como gás natural e projetos hidroelétricos.
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Bellido, principal assessor do recém-empossado presidente Pedro Castillo, afirmou que o governo também buscaria criar novas empresas públicas, o que representa uma mudança de política para o país andino que nas últimas décadas se concentrou no desinvestimento de suas corporações controladas pelo Estado.
Castillo, ex-professor de ensino fundamental, e Bellido devem virar o Peru à esquerda se conseguirem obter aprovação de um Congresso liderado pela oposição, o que representa um desafio significativo.
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Eles também estabeleceram um comitê para manter a inflação controlada, disse Bellido, e fortalecer a moeda local em declínio, que está em um patamar historicamente baixo em relação ao dólar, em grande parte devido ao risco político maior, dizem analistas.
O ministro da Economia mais moderado do Peru, Pedro Francke, estará no comando do comitê, afirmou, acrescentando – “Precisamos interromper a alta do dólar” em relação ao sol.
Francke inicialmente se recusou a servir o primeiro-ministro mais linha dura do partido recém-eleito, o que gerou um impasse de última hora antes do momento em que ele deveria ser empossado ao ministério. Bellido afirmou que se espera que Francke consulte o resto do ministério.
“Tudo é um diálogo, ninguém pode ter uma ilha, a economia não é uma ilha”, disse.
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Bellido era pouco conhecido nos círculos políticos de Lima antes de Castillo vencer a eleição presidencial em junho em campanha com o partido marxista-leninista Peru Livre.
Ao contrário de Castillo, Bellido é um membro longevo do Peru Livre e se define como socialista.
Suas outras prioridades, disse, incluem garantir que as indústrias busquem uma relação melhor com as comunidades onde operam e investir em proteção ambiental.
Em uma ampla entrevista no palácio ornamental do governo, Bellido disse que não estava muito preocupado com potenciais desafios do Congresso, e disse que Castillo não sofreria impeachment, ao contrário do seu predecessor, Martin Vizcarra.
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Castillo é o quinto presidente do Peru em cinco anos, devido a uma contínua agitação política. Ele ainda não deu entrevistas desde que assumiu o poder.
“É uma lição que um camponês agora seja presidente da república, é uma lição cultural”, disse Bellido, referindo-se ao passado de Castillo em uma aldeia pobre na zona rural do Peru.
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