(Estadão Conteúdo) – O Credit Suisse iniciou cobertura do papel da Azul com recomendação ‘outperform’ (acima do desempenho médio do mercado) e preço-alvo de R$ 50, potencial de alta de 32% em relação ao fechamento de segunda-feira (30). Por outro lado, rebaixou a Gol para ‘underperform’ (abaixo do desempenho médio do mercado), mas manteve o preço-alvo de R$ 19, representando uma possível queda de 5,61% ante o encerramento mais recente.
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No caso da Azul, a tese de investimento é baseada, entre outras coisas, na forte execução da companhia apesar da pandemia e sua liderança na recuperação entre os pares brasileiros, aumentando sua participação de mercado de 21% em 2019 para 34% no segundo semestre deste ano.
A posição de liquidez, com 38% da posição de caixa livre em relação à receita normalizada e o forte histórico de crescimento de 13% da taxa de crescimento anual composta na capacidade entre 2014 e 2019 são outros pontos favoráveis destacados pelos analistas Alejandro Zamacona, Diego Serrano e Regis Cardoso.
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Eles citam ainda a “disciplina impressionante sobre o balanço patrimonial e índices de alavancagem tornando-se um competidor mais forte no Brasil”, assim como a estrutura de custos mais enxuta entre seus pares regionais e potenciais oportunidades de fusões e aquisições.
Já sobre a Gol, consideram que a empresa pode ser a principal beneficiária da potencial recuperação do tráfego no segmento de negócios no Brasil, dada sua forte posição de rede em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. No entanto, a geração enxuta de fluxo de caixa livre, aumento da concorrência da Azul, fraca posição de liquidez, pesada estrutura de custos e o foco ESG pouco claro reduzem as expectativas dos especialistas.
Setor
Em relação às perspectivas para o setor, a equipe do Credit avalia que as aéreas têm sido uma das mais afetadas, senão as mais, pela pandemia. No entanto, enxergam algumas oportunidades entre as companhias da América Latina que devem se beneficiar da penetração das viagens aéreas em relação a outras economias globais.
“Além disso, a maioria das economias latino-americanas parece destinada a se beneficiar dos preços mais altos do petróleo, uma vez que são consideradas produtoras líquidas, levando a uma maior renda disponível e a potenciais voos per capita mais elevados”, escrevem os especialistas.
Somado a isso, preços mais altos de combustível geralmente trazem disciplina de capacidade, permitindo que as companhias aéreas alcancem um ambiente de rendimento mais saudável, complementam.
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