- Os alertas de que o período mais longo de bull market (tendência de alta no mercado) em anos está prestes a perder força estão ficando mais fortes
- O Morgan Stanley rebaixou as ações dos Estados Unidos para "underweight" e as ações globais para "equal-weight" em 7 de setembro, citando "risco acima do habitual" para o crescimento até outubro
(Anchalee Worrachate, Abhishek Vishnoi, Bloomberg) – Os alertas de que o período mais longo de bull market (tendência de alta no mercado) em anos está prestes a perder força estão ficando mais fortes.
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Estrategistas do Goldman Sachs, do Morgan Stanley e do Citigroup divulgaram novas mensagens a respeito de possíveis impactos negativos interromperem uma maré de ganhos. A disseminação da variante Delta, um enfraquecimento da recuperação do crescimento global ou movimentações dos bancos centrais para abandonar os programas de auxílio financeiro no período da pandemia, tudo isso apresenta riscos.
“As altas avaliações aumentaram a fragilidade do mercado”, disse Christian Mueller-Glissmann, diretor-gerente de estratégia de portfólio e alocação de ativos do Goldman Sachs, em uma entrevista. “Se houver um novo desdobramento negativo, isso poderia gerar abalos no crescimento que levam a um rápido de-risking (redução do risco).”
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O posicionamento se tornou ultraotimista, com as compras no S&P 500 superando as vendas em aproximadamente 10 para 1. Metade dessas apostas provavelmente enfrentará perdas com uma queda no índice de apenas 2,2%. E mesmo uma pequena correção poderia ser amplificada por uma liquidação forçada de longo prazo, alertaram os estrategistas do Citigroup liderados por Chris Montagu.
O Morgan Stanley rebaixou as ações dos Estados Unidos para “underweight” e as ações globais para “equal-weight” em 7 de setembro, citando “risco acima do habitual” para o crescimento até outubro.
Enquanto isso, o Credit Suisse Group disse que mantém uma pequena posição “underweight” nas ações americanas devido a razões como avaliações extremas e risco regulatório.
Embora ninguém esteja prevendo um sell-off significativo, um grande número de vendas durante o verão do hemisfério norte deixou os investidores sobrecarregados e vulneráveis a qualquer sinal de más notícias. Após sete meses consecutivos de ganhos no S&P 500 – o período mais longo desde janeiro de 2018 – muitos veem as ações prontas para uma queda no sazonal mês ruim de setembro.
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“Teremos um período em que os dados serão fracos em setembro, no momento em que há um risco maior com a variante Delta e a volta das aulas presenciais nas escolas”, disse o estrategista de ativos do Morgan Stanley, Andrew Sheets, em entrevista à Bloomberg TV na semana passada. “Se os dados continuarem mesmo fracos, as avaliações de mercado apenas não se ajustaram como outras partes do mercado.”
Os investidores de varejo são vistos como a principal força por trás dos ganhos recentes. Eles investiram quase US$ 30 bilhões em dinheiro em ações e fundos de investimentos ETFs dos EUA em julho e agosto, a maior parte em um período de dois meses, de acordo com a JPMorgan Chase. Eles também poderiam ser o alicerce para manter o mercado estável, enquanto persistirem as políticas de dinheiro fácil, de acordo com a JPMorgan.
“Os investidores de varejo têm comprado ações e fundos de ações em um ritmo tão constante e forte que faz uma correção de ações parecer bastante improvável”, escreveram estrategistas globais da JPMorgan, entre eles Nikolaos Panigirtzoglou, em nota no dia 1º de setembro. “Ainda não se sabe se a próxima mudança na política do Federal Reserve (Fed) mudará o comportamento dos investidores de varejo em relação às ações.”
O comportamento deles será testado em algum momento pelos formuladores de políticas no Fed e no Banco Central Europeu, que estão lançando as bases para reduzir os programas de compra de ativos. Embora os traders não estejam esperando nenhuma novidade sobre a redução gradual do Fed, pelo menos até novembro, e um aumento das taxas muito mais para frente, não faz muito tempo que a elevação das taxas prejudicaram outro mercado em alta em 2018. Os sinais técnicos também indicam uma desaceleração, com velocidade e volatilidade sugerindo que o sentimento institucional está superaquecido, de acordo com análise da Bloomberg Intelligence.
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“O ponto fundamental aqui é que há muito pouco espaço para se proteger de grandes surpresas negativas”, disse Mueller-Glissmann. /TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA