Tire as crianças da sala, pois precisamos ter um papo reto. Pessoas de cristal não estarão prontas para ler as verdades a seguir. Com mais de mil mortes em um único dia no Brasil, está claro o estrago que o novo coronavírus (covid-19) está causando. Os hospitais, em muitos lugares, estão perto do colapso, o que deve ocorrer nos próximos dias.
Quais os impactos no mercado financeiro?
Do outro lado vem a crise econômica sem precedentes. Devemos ter um PIB (Produto Interno Bruto) recuando próximo de 10%, algo só visto em uma guerra. O desemprego deve atingir, pelo menos, mais 5 milhões de trabalhadores, que se juntarão aos 12 milhões já existentes. O auxílio emergencial de R$ 600 foi apenas para evitar um caos maior, ou seja, termos uma convulsão social, o que aumentaria demais o problema. O Ministro da Economia, Paulo Guedes, viu seu plano de recuperação econômica indo pelo ralo e se agravou a crise política em Brasília após a saída de Sérgio Moro, ex-Ministro da Justiça.
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O que podemos aprender com o coronavírus?
No meio deste caos, desta tempestade perfeita, existe algo de bom que podemos tirar? A resposta é sim! Toda dor provoca crescimento e, infelizmente, muitas vezes ela é necessária para escancarar a realidade e provocar a mudança. Uma guerra, uma epidemia ou uma revolução aceleram mudanças que já estavam em curso, mas levariam anos para que se consolidassem. Veja há quanto tempo existe o home office, mas poucas empresas acreditavam na sua eficácia. Agora, elas já enxergam uma oportunidade de dar melhores condições de trabalho para seus profissionais e economizarem com caros espaços de trabalho. Na área da educação financeira não será diferente. A mudança já vinha acontecendo, mas agora será acelerada.
O número de novos veículos de comunicação que falam sobre finanças, os diversos canais do YouTube como o nosso, que em meio à pandemia atingiu 1 milhão de visualizações em um único mês, além dos 200 mil investidores novos entrando na B3 por mês são apenas alguns dos indícios de que uma mudança está sendo realizada no Brasil. Isso sem falar nos bancos digitais como Nubank, Banco RCI Brasil e Banco Inter que democratizaram o acesso ao sistema financeiro. Porém, em um País com 210 milhões de habitantes, 2 milhões de investidores em ações ainda representa menos de 1% da nossa população.
O fato é que, apesar do ciclo de educação financeira estar se expandindo, éramos um país com 65 milhões de endividados antes do coronavírus. Acreditávamos que comprar a prazo é melhor porque “dói” menos no bolso. Éramos um País que se acostumou a falar que ter dívida é normal, afinal, quem não tem?! Nos acostumamos a achar normal gastarmos tudo o que ganhamos no mês, afinal, nós trabalhamos por aquele recurso e é natural fazermos dele o que nossa vontade mandar. Também vivemos durante muito tempo nos escondendo atrás do famoso “eu ganho pouco”, “nunca sobra nada no mês” ou ainda “tenho muitas contas para pagar”.
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Deixando de lado as pessoas em situação de extrema miséria, abaixo da linha da pobreza, que são um caso à parte, no fundo todos sabemos que a nossa falta de responsabilidade e de disciplina é que nos colocou na situação de acharmos normal não guardarmos dinheiro e ainda fazermos dívidas. Mas, de repente, a terceira guerra mundial provocada por um vírus muda tudo. Costumo dizer que, em grande parte dos casos, não é a crise que quebra uma empresa ou a vida financeira de uma pessoa. A crise apenas escancara um problema que vinha se arrastando por anos.
Vamos pensar de forma prática: se eu sei que meu primeiro objetivo financeiro é ter pelo menos 6 meses do meu custo de vida guardado, por que eu não fiz isso durante todo este tempo? Será que a mesma lógica não vale para uma empresa? É correto não termos uma reserva de dinheiro para o nosso CNPJ? Não, não é correto, mas escolhemos viver desta maneira, afinal, no fim das contas tudo se resolve, deu certo viver nessa bagunça até agora. Pois é, até agora.
Por que o coronavírus é a revolução?
O caos trazido pelo coronavírus está fazendo pessoas viverem em absoluto desespero. Através do nosso projeto social, o Seja O Milagre, presenciamos algo que ainda não tínhamos visto em São Paulo, apesar de visitarmos bairros de extrema pobreza. A fome voltou ao Brasil e a pandemia é apenas uma das causas, mas não é a única. Quem passa por uma situação de dor não quer viver isso de novo. Quem está experimentando da pior forma as consequências de uma vida financeira desregrada, sabe que precisará rever seus hábitos.
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Por isso, afirmo: o coronavírus, junto com o caos, provocará a maior revolução na educação financeira do Brasil. Se não aprendemos com o amor, nos restará aprender com a dor!
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Veja no vídeo abaixo como é o nosso canal no youtube e por que crescemos tão rápido. Divirta-se!
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