Como controlar as emoções ao investir

Marcelo Biasoli é executivo do mercado financeiro com experiência em liderar áreas de Inovação, Estratégia, Desenvolvimento de Negócios e Marketing. Também é coach com conhecimento e paixão pelo desenvolvimento humano e neurociência aplicada aos negócios, combinando as competências de future thinking, criatividade e intraempreendedorismo para impulsionar investimentos e acelerar negócios.

Escreve mensalmente, às quartas-feiras

Marcelo Biasoli

O dia em que entendi o peso da emoção nos investimentos

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(Foto: Evanto Elements)

Olá, Caro Investidor, com certeza muitos aprendizados têm batido a nossa porta nos últimos meses nos convidando a escutar o contraditório, observar os erros e acertos e a promover o despertar da nossa emocionalidade. Essas oportunidades têm gerado importantes reflexões para muitas pessoas sobre a forma como conduzem seus investimentos e, acima de tudo, a vida. Além disso, têm servido também de inspiração para as pessoas buscarem consigo mesmas uma experiência intensa, surpreendente e transformadora.

Essa reflexão me fez lembrar de uma história: era uma semana do mês de março e a bolsa havia começado a sua trajetória de quedas seguidas. Naquele momento olhei meu portfólio de investimentos e estava com uma boa parte dos recursos aplicados em Fundos de Investimento Multimercado e Ações. Sempre segui as orientações de meus assessores financeiros com base no meu perfil e, conforme os dias iam passando, comecei a notar um incômodo com aquele cenário que se deteriorava. Certo dia tive um alerta inusitado.

Terminei de cozinhar e chamei meu filho de 4 anos para almoçar. Enquanto ele levantava do sofá e se dirigia à mesa, abri o aplicativo para ver a situação do mercado financeiro e a bolsa havia anunciado mais um circuit breaker. Nesse momento, meu filho senta-se na cadeira, olha para mim e pergunta: “Papai, você está triste?”. Eu disse: “Sim filho, mas vai ficar tudo bem”. Ele levantou da cadeira, me deu um abraço e começamos a comer. Esse acontecimento me fez observar a minha emocionalidade. No início pensei que o desconforto era pela desvalorização dos ativos, e acabei encontrando um outro motivo após um período de avaliação. Percebi que era pelo fato de não ter liquidez para readequar a estratégia do meu portfólio no curto prazo. Isso tinha a ver com controle. Confesso que a partir do momento que entendi o motivo ficou muito mais fácil lidar com a situação e buscar alternativas para resolver esse problema.

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Já se perguntou o quanto você é curioso sobre você? Essa pergunta traz uma reflexão importante, pois não sabemos como as coisas são e sim como as observamos e interpretamos. Os caminhos para termos o entendimento vêm da história de cada um, da influência do meio e da capacidade de conhecer e lidar com a emocionalidade.

O artigo Investment Behavior and the Negative Side of Emotion, publicado pela Psychological Science, relata um experimento diferente e inusitado feito pelos professores BabaShiv, George Loewenstein, Antoine Bechara, Hanna Damasio e Antonio R. Damasio sobre como as emoções influenciam na aversão ao risco e a tomada de decisão.

O tema definido foi a simulação de investimentos, levando em consideração as incertezas e as recompensas intrínsecas na atividade. As pessoas convidadas a participar do experimento foram divididas em 3 grupos: o primeiro com pessoas que não possuíam nenhuma lesão cerebral, o segundo com pessoas que possuíam alguma lesão cerebral, porém que não tiveram impacto em áreas relacionadas à emoção e, por fim, o terceiro grupo com aqueles que tinham sofrido alguma lesão cerebral com impacto nas áreas do cérebro relacionadas à emoção.

Foram realizadas 20 rodadas de investimento e o que o experimento mostrou foi que as pessoas que possuíam alguma deficiência em componentes do circuito emocional (grupo 3) demonstraram menos aversão ao risco em decisões de investimento e, consequentemente, uma melhor performance nos resultados.

Desta forma, o experimento sugere que, ao isolar as emoções, temos uma maior probabilidade de obter melhores resultados.

É fato que não conseguiremos e nem devemos isolar as emoções do nosso dia a dia, afinal elas são inerentes à vida. A reflexão aqui passa a ser, então, sobre a importância de olharmos para nós mesmos a fim de compreender e lidar melhor com os sentimentos.

O estudo das emoções vem evoluindo bastante com o passar dos anos e não é à toa que a competência da Inteligência Emocional está na lista das principais competências dos profissionais do futuro. Tem uma frase de Alberto Caeiro, heterônimo criado por Fernando Pessoa, que diz: “Preciso despir-me do que aprendi. Desencaixotar minhas emoções verdadeiras. Desembrulhar-me e ser eu! Uma aprendizagem de desaprendizagem”. E você, se recebesse uma mensagem sua do futuro, quais seriam as dicas e conselhos para ressignificar as suas atitudes?

Aqui vai uma dica: acesse o site da Futureme e escreva uma carta para você no futuro. É simples, rápido e fácil. Você escolhe o tempo para receber a sua mensagem.

Não perca tempo. Faça o seu próprio Canvas, arrisque e diversifique o seu portfólio de investimentos para investir no seu principal ativo, VOCÊ.