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Criptomoedas

Bitcoin (BTC): o que esperar para maio após queda de 14,7% em abril?

Após período de correção especulativa, o ativo tende a subir e deve puxar o segmento

Bitcoin (BTC): o que esperar para maio após queda de 14,7% em abril?
(Imagem: 24K-Production em Adobe Stock)
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  • O bitcoin recuou 14,7% em abril, em movimento visto como correção após saltar cerca de 70% no 1T24
  • Analistas dizem que maio pode ser outro mês turbulento, mas com alguns gatilhos de alta

Muitos investidores esperavam que o bitcoin (BTC) fecharia abril em alta como consequência do halving, evento que reduz pela metade a recompensa aos mineradores de criptos, os responsáveis pelos registros das transações. Na prática, a medida limita ainda mais a criação de “novos bitcoins”, resultando em uma alta nos preços do ativo diante da queda da oferta no mercado.

Não foi o que aconteceu. O bitcoin encerrou abril em queda de 14,7%. A criptomoeda foi de US$ 71.332 para US$ 60.836 na terça-feira (30). Segundo Beto Fernandes, analista da Foxbit, a correção de preços do bitcoin no período é natural, ainda mais se o investidor lembrar que a criptomoeda subiu nos últimos sete meses, com uma forte alta no primeiro trimestre de 2024.

“A forte alta é alcançada alguns meses após o halving. Desta vez, ela veio antes. Isso mostra que os ETFs de Bitcoin à vista nos Estados Unidos abraçaram muito do capital institucional que estava disponível no mercado. Então, a partir desse fluxo de investimento e da expectativa do halving, houve muita especulação e o consequente aumento de preços. Sendo assim, com uma escalada de quase 70% só no primeiro trimestre, os investidores realizaram lucros de suas posições”, diz Fernandes.

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Já Francis Wagner, head de criptomoedas da Hurst Capital, comenta que as questões macroeconômicas dos EUA também atrapalharam o desempenho do criptoativo. A inflação americana medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,4% em março ante fevereiro, acima da mediana dos analistas consultados nas Projeções do Broadcast, que previam alta de 0,3%.

Com a inflação dos EUA acima do esperado com dados da atividade econômica mais acelerados que o previsto, o mercado passou a precificar uma nova postergação do corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de junho para setembro. “As declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, sobre a inflação nos EUA tiveram um impacto direto nos mercados financeiros globais, visto que manutenção de juros em um patamar elevado reduz o apetite dos investidores por ativos de risco, como o Bitcoin”, explica Wagner.

O que esperar do Bitcoin e das criptomoedas em maio

Para Virgílio Lage, especialista em criptomoedas da Valor Investimentos, abril foi um mês turbulento para o investidor, que deve pensar melhor quais são as melhores oportunidades para comprar criptomoedas. Segundo ele, o investidor deve esperar uma forte volatilidade da cripto após o halving. No entanto, após esse período de correção especulativa, o ativo tende a subir e deve puxar o segmento.

Francis Wagner, da Hurst Capital, lembra que os investidores podem esperar um cenário dinâmico no mercado de criptomoedas em maio, com uma série de desenvolvimentos significativos que podem influenciar os preços, como a estreia dos ETFs de bitcoin em Hong Kong, que ocorreu nesta terça-feira (30).

“A aprovação dos primeiros ETFs de Bitcoin e Ether spot em Hong Kong é uma notícia ótima que fortalece ainda mais a posição das criptomoedas no cenário financeiro global. Esses ETFs representam um passo significativo na direção da adoção institucional das criptomoedas e podem impulsionar ainda mais o interesse e o investimento no mercado de criptoativos”, aponta.

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Já Beto Fernandes, da Foxbit, comenta sobre prováveis gatilhos de baixa relacionados ao Oriente Médio. Ele conta que mesmo que as tensões na região tenham diminuído,  qualquer faísca pode escalar os conflitos novamente. “Por mais que não haja um impacto direto nas criptomoedas, isso desencadeia uma série de fatores macroeconômicos, desde o envolvimento diplomático e financeiro de outros países, como os próprios Estados Unidos, mas também no petróleo, que pode elevar o preço dos combustíveis e colocar a inflação global em jogo mais uma vez”, relata Fernandes.

De modo geral, os analistas dizem que o bitcoin e os demais criptoativos podem encontrar volatilidade em maio e assustar potenciais compradores do ativo. Mesmo assim, a recomendação dos três analistas é que o investidor vá comprando a criptomoeda aos poucos para formar um bom preço médio e aumentar a sua lucratividade no longo prazo.

“Considerando os ciclos históricos do Bitcoin e sua crescente adoção institucional, mantenho a perspectiva de que o Bitcoin poderá atingir a marca dos 100 mil dólares por unidade por volta de maio de 2025”, diz Wagner, da Hurst. Às 16h15 (de Brasília), o bitcoin era negociado em alta de 1,00%, em US$ 59.286,88, enquanto o ethereum tinha alta de 0,50%, em US$ 2.989,21.