O que este conteúdo fez por você?
- Estudo do Expedia Group com 30 mil pessoas, de 13 países, mostra que os viajantes mudaram algumas preferências nas viagens após o impacto da covid-19, sobretudo envolvendo orçamento, avaliações das experiências e medidas de limpeza e higiene
- Em escala global, o preço dos hotéis é a principal preocupação para decidir se fica em casa ou faz as malas
- Veja algumas dicas de como se organizar para viajar mais barato depois da pandemia
Uma das principais preocupações de quem decide tirar uns dias de folga para viajar é o preço. Desde que dediquei mais tempo ao planejamento financeiro dos meus destinos, esse tem sido o norte da minha estratégia para fazer os planos saírem do papel. Afinal, nada melhor do que voltar de férias e não ter nenhum boleto esperando em casa.
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Como a pandemia do coronavírus reduziu o poder de compra de todos os viajantes, tanto no Brasil como ao redor do mundo, essa percepção foi agravada. E te explico o por quê.
O Expedia Group compartilhou comigo um levantamento inédito feito com 30 mil viajantes, de 13 países, onde avaliou o comportamento e os fatores que devem inspirar as próximas viagens. A maior parte dos entrevistados (73%) relatou mudanças nas preferências após o impacto da covid-19 no dia a dia, sobretudo envolvendo orçamento, avaliações das experiências e medidas de limpeza e higiene. E adivinha qual é o maior receio atual na hora de começar as reservas?
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Ele mesmo, o preço. Em uma escala global, cerca de 40% reforça que o valor dos hotéis é o principal elemento para decidir se fica em casa ou faz as malas.
Ainda que o resultado seja um reflexo das incertezas com a situação econômica, o Expedia mostra que, aos poucos, os brasileiros estão retomando a confiança em viajar. A busca por viagens para os meses de agosto a outubro cresceu cerca de mais de 30% no último mês. E nem preciso dizer que mais da metade (52%) tem planos de ir à praia.
Independentemente se o seu próximo destino fica no litoral doméstico ou no exterior, em tempos de insegurança é fundamental cuidar das finanças e organizar a viagem com calma para não se tornar refém do preço alto. Mas como se planejar para garantir valores melhores? Junto com Caco Santos, planejador financeiro certificado (CFP) pela Planejar, deixamos algumas dicas:
Preço e prazo são as palavras de ordem
O planejamento de uma viagem deve começar sempre com duas perguntas: qual é o local que eu desejo visitar e o preço que preciso desembolsar para fazer isso acontecer. Se a intenção é ir para fora do Brasil, por exemplo, você já sabe que precisa pensar em câmbio, seguro viagem, passaporte e visto. Tudo isso entra na sua conta.
Se o foco é em uma cidade local, as duas perguntas são tão importantes quanto. O transporte, a acomodação e o estilo da viagem que você quer fazer também devem entrar no checklist de preço.
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O segundo passo é pensar no prazo. É a data da viagem que vai definir a quantia que você tem de separar por mês até o dia do embarque. ”Se a conta não fechar é necessário olhar para o fluxo do caixa para entender se há gastos que podem ser cortados e como gerar renda extra”, diz Santos, da Planejar. “Tendo um objetivo claro, fica tudo mais fácil;”
Falar sobre cortes no gastos pode soar um pouco assustador, mas pode confiar que enxugar alguns excessos vai gerar menos dor de cabeça do que parece. E garanto que um papel e uma caneta serão suficientes para evitar que você cometa um dos principais erros das finanças pessoais, que é não saber com o que está gastando no dia a dia.
Na última coluna, contei um pouco sobre a minha primeira experiência internacional e como percebi que precisava desapegar de algumas coisas para a minha renda caber no orçamento mensal da viagem. Não deixei de sair e fazer as coisas que eu gosto, mas abri mão do que não me faria tanta falta e poderia acelerar a minha reserva, como menos idas ao bar ou cinema, por exemplo. Ou seja, identificar todos os seus custos fixos do mês é essencial para saber para onde o seu dinheiro vai e com o que é possível cortar alguns excedentes.
Antecedência faz toda a diferença
Uma das perguntas que mais recebo é quando começar o roteiro e o planejamento financeiro das férias. Neste quesito, eu e Caco Santos temos uma posição unânime: o melhor dia é hoje.
“Quanto mais tempo você tem para a viagem, mais tempo há para monitorar preços e guardar dinheiro”, diz Santos.
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Essa é uma das estratégias mais eficazes para quem está com o dinheiro contado. Saber que a jornada está programada para daqui um ano ou dois, por exemplo, permite mapear a faixa atual da passagem aérea e das hospedagens. O preço do transporte e dos passeios é mais estável e costuma ser ajustado uma vez ao ano.
Isso significa que você pode criar alertas de preços para esses hotéis ou pousadas e, com o valor médio em mãos, fazer uma programação melhor para evitar custos abusivos. Vale lembrar que as próprias companhias aéreas liberam as vendas das passagens com mais de seis meses de antecedência – do ponto de vista financeiro, pode ser uma boa ideia para distribuir o pagamento sem pesar tanto no bolso.
Termine uma e comece outra
“A melhor viagem é aquela que você volta sem nada para pagar. O tempo de curtição é ainda maior”, desabafou Santos durante o nosso bate-papo sobre viagens e finanças. O planejador diz que sempre recomenda aos clientes fazer uma organização que permita embarcar com todas as despesas já pagas.
Além do sentimento de missão cumprida ao ver que o plano de meses deu certo, a sensação de voltar para casa sem preocupações com boletos da viagem é impagável. Pode parecer difícil se você ainda não colocou a mão na massa, mas fazer tudo com antecedência vai garantir que esse seja o seu resultado final.
É por isso que seguir esse passo a passo é tão importante. Se você já tem uma reserva financeira para emergências, a única preocupação no retorno das férias é decidir o próximo destino. E assim o ciclo todo se renova: a organização ficará mais fácil com o passar do tempo e isso vai permitir viajar mais barato.
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