- O foco nas certificações de ESG tornou-se um diferencial para empresas que buscam um compromisso com práticas éticas e responsáveis
- As certificações ESG, indiretamente, trazem um valor agregado ao empreendimento
- Hoje em dia, existe o comprometimento das empresas de formalizar seu compromisso ESG
Nos últimos anos, uma tendência tem emergido no mundo dos negócios: empreendimentos corporativos que detêm certificações de sustentabilidade e acessibilidade estão ganhando cada vez mais atratividade para locação. O foco nas certificações de ESG (Ambiental, Social e Governança) tornou-se um diferencial significativo para empresas que buscam um compromisso com práticas éticas e responsáveis.
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Os primeiros projetos certificados no Brasil nasceram em 2008 e hoje já são mais de mil empreendimentos certificados com LEED (Leadership in Energy and Environmental Design, na sigla em inglês), que significa Liderança em Energia e Design Ambiental. Essa é uma das certificações mais focadas em Sustentabilidade, contudo, há outras importantes tomando abrangência no mercado e, abordando todas as esferas do ESG.
A redução da vacância dos empreendimentos é um dos benefícios mais tangíveis e importantes para um portfólio de renda recorrente. As certificações ESG, indiretamente, geram um valor agregado ao empreendimento, pois trazem a confiança ao potencial locatário sobre a qualidade do ativo. No entanto, é crucial não apenas certificar o projeto inicial e a respectiva construção, mas também garantir a continuidade da operação e manutenção do prédio nas mesmas premissas e sofisticação.
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Assim, muitos empreendimentos vêm buscando o LEED O&M, que certifica a sua operação e manutenção. A cada cinco anos o empreendimento precisa certificar novamente a operação, garantindo que os padrões e quesitos de sustentabilidade estão mantidos ao longo do tempo, gerando impactos positivos para o meio ambiente e para a comunidade.
Uma certificação LEED recente e que vêm ganhando atenção do mercado é o LEED Zero, que formaliza o compromisso dos ativos com três vertentes: Zero Energy para alta eficiência energética, Zero Carbon para uso apenas de energias limpas e Zero Water para uso de água não potável (ex. reuso de águas de chuva) ser maior que potável nos empreendimentos (apenas para consumo humano).
Outro aspecto crucial é a acessibilidade. Certificações que garantem ambientes adequados para pessoas com necessidades especiais são não apenas uma questão de conformidade legal, mas também de inclusão e respeito à diversidade. Garantir que os espaços corporativos sejam acessíveis a todos promove uma cultura de igualdade e abre portas para talentos diversos contribuírem plenamente para o sucesso das organizações.
Um exemplo é a Certificação Guia de Rodas, que não só traz melhorias estruturais para os empreendimentos, em termos de acessibilidade, mas capacita o time de operação nas melhores práticas para atendimento mais inclusivo a todo o público que frequenta o prédio, melhorando a experiência do usuário. Hoje, segundo o site do Guia de Rodas, existem 5 empreendimentos corporativos certificados e, 4 em certificação no Brasil.
Além disso, não podemos ignorar o papel dos investidores institucionais nesse cenário. Eles estão cada vez mais atentos a todo tipo de certificação, especialmente aquelas relacionadas à sustentabilidade e à responsabilidade social corporativa. Empresas que possuem essas certificações tendem a atrair mais investimentos, refletindo o reconhecimento do mercado financeiro da importância de práticas empresariais éticas e sustentáveis.
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Hoje em dia, existe o comprometimento das empresas de formalizar seu compromisso ESG, no mercado de gestão de recursos, frequentemente vemos as companhias assinado o compromisso PRI (Principles of Responsible Investment, na sigla em inglês). Atualmente, são mais de 5 mil empresas no mundo signatárias do PRI, sendo que, aproximadamente, 20% dessas empresas são dos EUA. Companhias brasileiras somam 124 instituições comprometidas com o PRI, 12% das instituições brasileiras são Fundos de Pensão ou de Previdência e, 82% dos signatários brasileiros são gestores de recursos.
Especificamente para Real Estate, existe o GRESB (Global Real Estate Sustainability Benchmark, na sigla em inglês), plataforma que analisa o quão bem posicionada uma empresa está em relação as demais do setor. Através de diversos KPIs analisam anualmente quais são os principais pontos que os investidores e a indústria acreditam essenciais ao analisar um investimento junto a uma empresa. Compara-se a sua performance com o benckmark do mercado Global e, da região em que a sua empresa está inserida. Em 2023, havia quase 2.100 empresas participando do GRESB, sendo apenas 18 no Brasil.
Em suma, as certificações ESG não são apenas uma tendência passageira, mas sim um requisito essencial para os empreendimentos corporativos modernos. Ao investir em práticas sustentáveis, empresas não apenas fortalecem suas reputações, mas também desempenham um papel significativo na construção de um futuro mais inclusivo e, ambientalmente consciente, o que atrai locatários estratégicos para os empreendimentos e, investidores renomados para o portfólio de gestão de recursos.