Falando de dinheiro

CEO da Atom Educacional e sócia fundadora do Instituto Êxito. Está há mais de 11 anos atuando no mercado financeiro. Desde sua primeira operação, até hoje seu foco sempre foi no day trade. Carol é uma das poucas mulheres que se arriscaram nessa profissão e vem encorajando centenas de mulheres a começar a investir na bolsa de valores. Desde 2020 faz parte do elenco do game show Shark Tank Brasil.

Carol Paiffer

Como fazer sua alocação de recursos de maneira inteligente

Colunista mostra como fazer gerenciamento de risco na carteira de ativos. Veja os detalhes

Alocação de recursos é uma peça-chave dentro do gerenciamento de riscos. Foto: Envato Elements
  • A palavra “risco” dentro do mercado financeiro está muito ligada à volatilidade de um ativo
  • Mas, ao meu ver, o verdadeiro risco é não saber o que está fazendo ou o por quê está investindo em determinado ativo
  • É nesse momento que entra o tal do “gerenciamento de risco”

A palavra “risco” dentro do mercado financeiro está muito ligada à volatilidade de um ativo. Em teoria, quanto mais volátil um ativo é, maior é o risco que ele apresenta. Ao meu ver, o verdadeiro risco é não saber o que está fazendo ou o motivo de investir em determinado ativo. Mais do que isso, não saber como o fazer.

É nesse momento que entra o tal do “gerenciamento de risco” na alocação de recursos. Hoje vou mostrar para vocês como fazer isso de maneira inteligente!

O que é gerenciamento de risco?

O próprio nome já diz: são atitudes, precauções para diminuir os riscos. Dentro do mercado, parte desse gerenciamento de risco é feito por meio das estratégias automáticas de ganho e perda que cadastramos em nossas plataformas operacionais.

Podemos dizer que, na bolsa de valores, o gerenciamento de risco é pequeno quebra-cabeça: para dar certo, todas as peças precisam se encaixar da maneira correta. Uma estratégia bem definida com uma meta de ganho e um limite de perda funcional é uma peça. Vamos entender as outras.

Alocação de recursos

Outra peça importante e indispensável no quebra-cabeça é a alocação dos seus recursos por ativo negociado (ou por operação). Não é recomendado que você coloque 100% do seu capital em um único investimento ou operação. Nem que você fique apenas em renda fixa ou apenas em renda variável.

A depender do seu perfil de investidor, é óbvio que você terá uma preferência por mais ou menos risco. Mas, algo que eu e meu irmão gostamos de fazer (até com os investimentos da Atom), é usar uma base de alocação 90-10:

  • 90% para investimentos de baixo risco;
  • 10% para investimentos com certo “risco”.

Mexemos nas proporções conforme o ciclo da economia se movimenta. Ou seja, se as taxas de juros estiverem altas, os títulos de renda fixa são mais atrativos do que papéis ou negociações com mais volatilidade. E vice-versa.

Ter em mente essa distribuição de recursos é importante principalmente quando negociamos contratos futuros, visto que as corretoras permitem uma alta alavancagem e um stop mal calculado pode custar todo seu dinheiro. Além disso, essa alocação permite que você saiba o quanto você pode se expor em operações mais longas e como será a distribuição do seu lote total pelas regiões de preço.

Limitando o risco ao se expor

A terceira peça do gerenciamento de risco tem a ver com a escolha dos ativos que você vai negociar e investir. No livro “O Mais Importante Para o Investidor”, dos capítulos cinco a sete, o autor discorre sobre entender, reconhecer e controlar os riscos ao investir no mercado de ações. É interessante que ele explica como a percepção de risco pode variar de uma pessoa para a outra e como isso é espelhado na sociedade.

No exemplo dado pelo autor Howard Marks, ele cita algo que acontece muito: pessoas compram quando o ativo X já se valorizou demais, acreditando em um otimismo infundado. Quando o mercado corrige seus preços e essas pessoas perdem dinheiro, dizem que o mercado ou aquele ativo é muito arriscado.

No entanto, do outro lado da moeda, os investidores que compraram as ações X a preços baixos, quando a ação era “desconhecida”, lucram com a valorização do papel e, ao perceber que ela voltou a preços baixos, podem retomar a compra – se o estudo fundamentalista aponta uma oportunidade de valorização.

Percebe a diferença?

A ação segue sendo a mesma. Porém, as percepções são diferentes e a grande massa acredita num risco que parece grande demais, quando na verdade, era apenas uma questão de estar bem posicionado.

Ao escolher papéis para investir olhe atentamente os gráficos e complete o estudo com a análise fundamentalista. Não tenha preguiça de estudar. Quanto mais você entrar em preço atrativo em uma empresa saudável, mais lucrativo o mercado financeiro será para você.

Planejamento

E a última peça desse quebra-cabeça, é o planejamento. Ou seja, pegar tudo isso e colocar organizado numa planilha do computador ou caderno. Isso é um mapa, uma orientação para te dar tranquilidade quando estiver fazendo suas operações – seja day trade ou um swing. Isso fará total diferença nos seus resultados ao final do mês.

Lembre-se de manter a diversificação, respeitar seus limites operacionais, estudar bem os ativos que pretende negociar e seguir fielmente o plano que foi traçado durante todo esse processo.