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Mercado

Sucesso da Bolsa nas mãos do BC: veja a previsão do mercado para junho

Analistas apontam o que pode fazer as altas de abril e maio no Ibovespa continuarem no mês que começa hoje

O que este conteúdo fez por você?
  • O Ibovespa terminou maio com uma alta de 3,74%, aos 108.335,07 pontos
  • Já são dois meses de alta consecutiva, um sinal de uma melhora no humor do mercado brasileiro
  • O índice pode seguir o mesmo caminho em junho, mas depende de alguns fatores; veja quais

O Ibovespa terminou maio com uma alta de 3,74%, aos 108.335,07 pontos. Com uma melhora generalizada do humor no mercado brasileiro, já são dois meses consecutivos de alta na Bolsa. Um movimento de recuperação que quase zerou as perdas acumuladas em 2023, especialmente durante fevereiro e março, e que tem tudo para continuar acontecendo ao longo de junho, dizem analistas.

Como mostramos nesta reportagem, a inflação do País dando sinais de arrefecimento e a aprovação do novo arcabouço fiscal no Congresso ajudaram a fortalecer a expectativa de que o Banco Central (BC) finalmente terá espaço para reduzir a taxa de juros brasileira no segundo semestre.

“O mercado já começou a precificar o início de redução da Selic provavelmente no segundo semestre, em agosto ou setembro. Por isso alguns papéis tiveram variações bem fortes no último mês”, explica José Cataldo, estrategista de análise da Ágora Investimentos. Veja aqui as ações que mais subiram no último mês.

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Agora, para junho, a expectativa é de que a possibilidade de redução dos juros continue a beneficiar o Ibovespa, especialmente os ativos ligados à economia doméstica e que estavam sendo amassados na Bolsa nos últimos anos. “Junho dependerá das notícias, mas uma parte do cenário já está com risco minorado”, diz Cataldo.

Se não houver novos grandes acontecimentos no mês – positivos ou negativos – há ainda a possibilidade de um Ibovespa caminhando de lado, digerindo as altas conquistadas recentemente. Um movimento natural depois de períodos de alta acelerada, afirma Phil Soares, chefe de análise da Órama. “Não necessariamente temos a perspectiva de um junho muito forte, mas também não esperamos uma volta violenta. Pode ser um mês mais de lado, sem grandes novidades”, diz.

Veja alguns fatores que podem ajudar o mercado ao longo do mês:

Olho no Copom

O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para o último encontro do semestre nos dias 20 e 21 de junho. Embora o consenso de mercado não espere nenhuma grande novidade, com a Selic permanecendo em 13,75% ao ano, há certa expectativa quanto às sinalizações do colegiado sobre os movimentos futuros.

Boa parte dos analistas e economistas esperam que o BC inicie o ciclo de cortes nos juros já no segundo semestre, nas reuniões de agosto ou setembro. Um movimento que, além de muito aguardado, é tido como um dos principais direcionadores para a recuperação do Ibovespa. Qualquer sinalização nesse sentido deve ajudar a Bolsa em junho.

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“A reunião do Copom fica no radar, especialmente se sinalizam que o corte dos juros está mais perto”, diz Fernando Siqueira, head de Research da Guide Investimentos. “Dado que o Ibovespa está com valuation (valor dos ativos) muito baixo, os resultados têm surpreendido positivamente e a expectativa de que os juros caiam está cada vez mais consolidada. Tudo isso deve abrir espaço para que o índice continue subindo nos próximos meses.”

Na mesma data, o banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), também se reúne para decidir sobre o futuro da taxa de juros na maior economia do mundo – o dia 21 será mais uma “super quarta”, termo que indica decisões sobre juros no Brasil e nos EUA. Por lá, a missão de combater a inflação enfrenta alguns desafios, especialmente dado a um mercado de trabalho ainda aquecido.

Por causa disso, não está descartada a continuidade do aperto na política monetária americana, explica José Cataldo, estrategista de análise da Ágora Investimentos. “Isso pode ser um fator que, se continuar acontecendo, pressionará o mercado brasileiro também.”

Commodities no radar

Apesar da alta generalizada vista na Bolsa em maio, alguns papéis de grande peso no Ibovespa passaram por momentos turbulentos no mês, com destaque para a queda das commodities no exterior. A Vale (VALE3), ação de maior representatividade no índice, sofreu uma desvalorização mensal de 11,86% ocasionada principalmente por conta do recuo da cotação do minério de ferro no exterior.

Como mostramos nesta reportagem, o preço da commodity metálica cedeu cerca de 25% nos últimos 12 meses. Veja quem mais caiu em maio, além da VALE3.

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“Não fosse a queda da Vale no mês, o desempenho do Ibovespa poderia ter sido mais forte. Para junho, o preço do petróleo e do minério de ferro também será um driver (direcionador) importante”, afirma Phil Soares, da Órama.

O mês também foi marcado pela queda do preço do petróleo, pressionado por incertezas em relação à demanda depois de um Índice de Gerentes de compras PMI, na sigla em inglês, um dado de atividade econômica) mais fraco na China e de discussões sobre o teto da dívida nos EUA.

No primeiro fim de semana do mês, nos dias 3 e 4, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) fará sua primeira reunião formal de 2023. O grupo já havia anunciado uma redução significativa na produção da commodity no início deste ano e, se a decisão se repetir, deve mexer com a cotação do Brent em junho. “O debate em torno da Opep+ é um ponto a ser dado atenção”, destaca Kleisom Sabino, CEO da Investplus.

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