- Investir em ações exige foco em três pilares: visão de longo prazo, paciência e diversificação
- Uma alocação de sucesso envolve três etapas: identificar bons cases, ficar com eles enquanto fizer sentido e ser ágil para sair quando não fizer
- Saber compatibilizar seu emocional com seu planejamento financeiro será uma tarefa para a vida toda
Se você deseja investir em ações, precisa focar em três pilares fundamentais: visão de longo prazo, paciência e diversificação. Com isso em mente, sua trajetória será mais consistente e vitoriosa.
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Um bom investidor em ações é aquele que dedica tempo para identificar os bons cases de companhias e, após fazê-lo, monta sua estratégia e se mantém nela enquanto os fundamentos da empresa permanecerem os mesmos que o levaram a investir.
Quais são os melhores hábitos financeiros para investidores?
Eu sempre enfatizo que não existe uma receita pronta quando se fala em hábitos financeiros e que sirva igualmente a todos os investidores.
Afinal, entre as mais de 400 empresas listadas na Bolsa de Valores há inúmeros exemplos interessantes que valem a pena estudar para identificar aqueles cujos fundamentos estão em linha com suas metas financeiras de longo prazo.
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Apesar de não existir uma “receita de bolo”, há algumas regrinhas de ouro que podem ajudar bastante o investidor iniciante.
Uma alocação de sucesso envolve três etapas: identificar bons cases, ficar com eles enquanto os fundamentos se mantiverem e ser ágil para sair daqueles que deixarem de fazer sentido.
1. Crie uma estratégia de investimento de longo prazo e seja fiel a ela
Como investidor você deve buscar sempre equilibrar crescimento e valor, focando em companhias mais sólidas e estáveis.
Outro ponto importante é abrir espaço também para negócios que ainda estão em uma fase mais desafiadora, mas que possuem grandes possibilidades de ampliar muito sua participação no mercado e seus lucros.
As primeiras vão trazer mais tranquilidade e as outras potencialmente trarão bastante valorização.
Empresas de crescimento tendem, ao longo do tempo, a registrar aumento do preço de suas cotas acompanhando o crescimento dos seus resultados.
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Não necessariamente na mesma proporção, mas dentro de uma consistência interessante para o investidor que adota a estratégia de alocação neste tipo de ativo.
Dessa forma, comprar barato envolve entender o potencial do negócio ao qual você está se associando e o quanto isso está alinhado às suas necessidades pessoais de crescimento patrimonial.
2. Diversificar seu risco é fundamental
A renda variável é volátil e está sob influência de um grande número de variáveis. Portanto, sua estratégia deve levar em conta a necessidade de preservação do capital.
Para isso, monte uma carteira que contemple alguns segmentos de mercado e monitore permanentemente o cenário para entender se a volatilidade segue dentro da normalidade ou se está ligada a riscos não sistemáticos (aqueles que afetam um único setor ou empresa) que justifique reavaliar o ativo em carteira.
3. Fique atento aos seus custos
Gerenciar os custos é uma etapa importante para quem busca sucesso nos investimentos. Logo, fique atento. Para começar, há os custos das transações em si, como taxa de corretagem e emolumentos.
Além destes, pode haver tributação conforme o tipo de operação executada e os custos de oportunidade.
Sua tarefa para ter sucesso no longo prazo se resume a buscar manter seus custos tão baixos quanto possível. Portanto, estude!
4. Pesquise as ações em que pretende investir
Investir em ações equivale a se tornar sócio de um negócio. Então, você precisa entender o que está comprando.
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É claro que não precisa se tornar especialista nas atividades de cada uma das companhias cujas ações integram a sua carteira, até porque você não irá fazer a gestão do negócio em si, não irá trabalhar na empresa.
Entretanto, para avaliar se determinada empresa faz sentido na sua estratégia de investimento é necessário que você entenda o mercado em que ela atua.
Verifique também seu modelo de negócio, como ganha dinheiro, quem são os concorrentes, a que tipo de riscos está submetida e como está sua saúde financeira da organização.
Esse tipo de informação está disponível no próprio site das empresas. Seja curioso, navegue, pesquise.
Se tiver dúvidas, faça perguntas ao setor de Relação com Investidores (RI) das empresas. Você está colocando seu dinheiro em um empreendimento, logo, tem direito de saber, em detalhes, de que forma ele será usado e qual retorno você terá.
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Vale ainda a ressalva: estudar empresas consiste em um trabalho que toma algum tempo e seu plano de investimentos deve levar isso em consideração.
É muito mais viável ter, por exemplo, uma carteira com cinco ativos que você estudou detalhadamente e entendeu o fundamento do que outra com dezenas de ações teoricamente muito boas, mas que no dia a dia você não terá tempo para acompanhar.
Estruture sua alocação com paciência e bom senso.
5. Perdas podem acontecer, seja ágil para mitigá-las
Um bom investidor estrutura sua carteira de longo prazo com base em fundamentos das empresas, mas sem apegos.
Se um determinado ativo está se desvalorizando por questões pontuais, mas os fundamentos da empresa permanecem sólidos, tudo bem manter a ação em carteira.
Afinal, nesta situação, não se justifica realizar prejuízo de algo que ainda está adequado à sua estratégia.
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Por outro lado, se o case perdeu fundamentos, ficar adiando a realização de um eventual prejuízo será um custo duplo: o prejuízo em si, que mais cedo ou mais tarde você terá de realizar, e o custo de oportunidade – enquanto o dinheiro está “preso” não consegue otimizá-lo com ativos mais adequados ao seu plano.
6. Gerencie suas emoções com pulso firme
Uma atitude que diferencia o investidor de longo prazo de sucesso é a sua fidelidade ao plano estabelecido.
Se você escolheu ativos com base em fundamentos sólidos e definiu um prazo para seu investimento, tenha muito cuidado ao se empolgar com valorizações expressivas que ocorram ao longo desse caminho.
Como eu disse, renda variável tem volatilidade. Pode acontecer de uma valorização elevada em determinada ação tornar tentadora a realização do lucro ainda no meio da jornada, bem antes do prazo que você definiu para o investimento.
Realizar ou não este lucro depende de estudo.
Avalie as tendências, entenda o quanto esse lucro irá colocá-lo ou não mais próximo de sua meta de longo prazo e só, então, execute a operação considerando todos os tópicos anteriores que abordei neste artigo.
7. Avalie prêmios de risco x objetivos
Uma estratégia de longo prazo bem estruturada comporta diferentes classes de risco.
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Conhecer bem seu perfil e mantê-lo compatível com suas metas irá ajudá-lo a compreender a necessidade de tomar mais ou menos risco em cada fase, além de manter você mais alerta às oportunidades.
Retornos maiores correspondem também a riscos maiores e vice-versa.
Saber compatibilizar seu emocional com seu planejamento financeiro será uma tarefa para a vida toda, mas a notícia boa é que quanto mais você praticar, melhor ficará nisso.