- No final de 2023, das 87 ações que compõem o Ibovespa, as Top 3 concentraram 28,72% do índice, o segundo maior registro da década
- O papel campeão do Top 3 na década é o Itaú Unibanco PN (ITUB4), seguido pelo Vale ON (VALE3)
- A consequência de empresas concentrando o mercado de ações, principalmente se elas pertencerem a um mesmo setor, é a vulnerabilidade
Em 2023, cinco setores concentraram 66,45% do Ibovespa: bancos, exploração, refino e distribuição, minerais metálicos, energia elétrica e serviços financeiros diversos. Trata-se do maior valor registrado nos últimos dez anos. Tal movimento apresenta crescimento contínuo desde 2020, quando os Top 5 responderam por 57,35% do Ibovespa.
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Além disso, oito setores dominam o recorte, com bancos e exploração, refino e distribuição sempre presentes na década. Minerais metálicos e serviços financeiros diversos marcam presença em nove anos, energia elétrica em seis, cervejas e refrigerantes em quatro. Carnes & derivados e serviços médico-hospitalares entraram para a lista uma única vez.
O ranking dos Top 3 também mostra crescimento contínuo nos últimos três anos. Em 2020, a concentração era de 47,63%. Em 2023, fechou em 52,02%, a segunda maior marca da década, só perdendo para a de 2018, que chegou a 56,24%. A menor foi a de 2015, com 44,17%. A lista dos TOP 3 é um clube exclusivo. Só quatro setores participam dele: os onipresentes bancos; exploração, refino & distribuição e minerais metálicos — carnes e derivados com um único registro na década é quase um “intruso”.
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A concentração que o Ibovespa apresenta no Top 3 e no Top 5 deve ser interpretada com um bom ou mau sinal? A título de comparação, no final de 2023, o S&P 500 apresentava uma concentração de 24,3% no Top 3 (quase 50% inferior a do mercado brasileiro) e de 36,7% no Top 5, valor também significativamente inferior ao nosso. Voltando à pergunta acima, a resposta, como quase tudo que envolve análise do mercado financeiro, é uma moeda de duas faces.
A face é reluzente se a concentração das ações tem lastro em empresas sólidas, de trajetória regular e positiva. Nesse caso, além de garantir um desempenho satisfatório do índice geral, a concentração pode levar a uma maior liquidez, facilitando a compra e venda de ações das empresas líderes, servindo como fator de atração para investidores estrangeiros, por exemplo.
A consequência de empresas concentrando o mercado de ações, principalmente se elas pertencerem a um mesmo setor, é a vulnerabilidade. Um evento adverso setorial, por exemplo, pode impactar negativamente o desempenho geral do índice e provocar volatilidade acentuada. Além disso, a concentração não é atrativa para investidores que buscam uma carteira diversificada.
No final de 2023, das 87 ações que compõem o Ibovespa, as Top 3 concentraram 28,72% do índice, o segundo maior registro da década. A mediana ao longo desse período foi de 27%. Em comparação, o S&P 500 concentrava 17% nas Top 3, no final do ano passado, dez pontos percentuais abaixo da mediana do mercado brasileiro.
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O papel campeão do Top 3 na década é o Itaú Unibanco PN (ITUB4), seguido pelo Vale ON (VALE3), presente sete oportunidades. A ação preferencial do Bradesco (BBDC4) é a terceira mais representativa, com seis registros. Petrobras PN (PETR4) aparece em quatro anos, enquanto a Ambev ON (ABEV3) está presente em três oportunidades. Vale anotar que, entre 2014 e 2019, a ação do Itaú Unibanco PN (ITUB4) foi a de maior peso no Ibovespa, sendo substituída pela Vale ON (VALE3) a partir de 2020.
Em 2023, as Top 5 concentraram 36,61% do Ibovespa, o maior registro desde 2020. A mediana da década é de 36,3%. No S&P 500, as TOP 5 no final de 2023 acumularam 22% do índice, um valor bem inferior à mediana dos 10 anos do Ibovespa.
Nove ações estão entre as TOP 5 nos últimos 10 anos: Itaú Unibanco (ITUB4) e Petrobras PN (PETR4) são os campões, seguidos de Bradesco (BBDC4) em 9 anos, Vale (VALE3) em sete oportunidades, Petrobras ON (PETR3) em seis, Ambev (ABEV3) em quatro, BRF (BRFS3) em dois anos, e Banco do Brasil (B3SA3) e Eletrobras ON (ELET3) em um ano cada.