- Muitos relatam dificuldade até mesmo para iniciar uma conversa, afinal, para muitas famílias, o dinheiro ainda é um tabu.
- Principalmente se o caso de endividamento for grave, pode ser interessante direcionar a pessoa a alguém que realmente entende do assunto. Um planejador financeiro.
Se você tem uma vida financeira minimamente organizada e paga as contas em dia, certamente deve ficar agoniado só de ouvir aquele amigo ou familiar contar sobre a série de dívidas que tem e a falta de perspectiva sobre a resolução do problema. Estou certo?
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Pior ainda é quando o endividado é o seu parceiro amoroso. Afinal, estar com uma pessoa que não tem controle financeiro pode, sim, impactar na relação: vocês não conseguem seguir planos juntos, fazer viagens e passeios e por aí vai.
Uma coisa que escuto muito dos meus alunos da Multiplicando Sonhos é que eles gostariam de ajudar seus pais a resolverem suas dívidas, mas não sabem como fazer isso. Muitos relatam dificuldade até mesmo para iniciar uma conversa, afinal, para muitas famílias, o dinheiro ainda é um tabu.
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Confira 5 dicas sobre como ajudar aqueles que você ama a limparem o nome e viverem uma relação mais saudável com o dinheiro:
1. Evite julgamentos e tente se colocar no lugar da pessoa
É inevitável: tendemos a julgar as pessoas endividadas e não entender como elas deixaram a situação chegar ao ponto em que está, principalmente quando são muitas dívidas acumuladas.
A verdade é que a forma como lidamos com o nosso dinheiro está intimamente ligada à nossa criação, nossas experiências pessoais e nossas emoções. Por isso, o que é fácil para um, pode não ser fácil para o outro.
Nesse sentido, é importante avaliar o comportamento da pessoa e tentar entender o que pode estar atrapalhando. “Pesquisas acadêmicas mostram que é comum a relação entre depressão e situações graves de endividamento”, afirma Julio Cesar Leandro, professor do Mackenzie, pesquisador da FGV e professor voluntário da Multiplicando Sonhos.
“Se a pessoa estiver muito vulnerável emocionalmente, não vai conseguir negociar, então, talvez precise de um apoio psicológico antes”, completa Julio. Afinal, para que ela quite as dívidas e mantenha uma vida financeira saudável no longo prazo, é preciso uma mudança de dentro para fora.
2. Ofereça ajuda concreta
Você até consegue conversar e convencer a pessoa a rever as dívidas, mas isso nunca evolui para uma ação efetiva. Você espera que ela tome uma atitude sozinha e isso não acontece. Ou até toma as rédeas da situação, mas depois o outro não colabora. Acertei?
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É comum que os seres humanos evitem atividades desconfortáveis, procrastinando-as ao máximo. Além disso, padrões comportamentais não são fáceis de serem mudados de um dia para o outro.
Com o planejamento financeiro e a quitação de dívidas, não é diferente. Por isso, é importante oferecer ajuda objetiva. Marque data e hora para sentar com a pessoa e listar todas as dívidas que ela tem, avaliar quais são as possibilidades de renegociação e quais são as prioridades. Assim, fica mais difícil que ela fuja da responsabilidade.
3. Mostre o que ela está perdendo por conta das dívidas
É comum que pessoas entrem no modo automático, achando que viver com dívidas é algo normal, principalmente quando crescem em famílias endividadas. Por isso, é preciso fazer a pessoa enxergar que de fato há um problema e quais são as consequências disso.
Com cuidado, procure conversar sobre como as dívidas estão atrapalhando a realização de sonhos. Evidencie o estresse que elas causam no dia a dia e como afastam de uma vida mais tranquila e confortável.
Estimule a pessoa a sonhar e lembrar quais são os seus desejos de longo prazo. Depois, aos poucos, mostre como as atitudes que ela toma hoje, se endividando, a afasta desses sonhos. E mais: como é possível mudar isso.
4. Trabalhe a autoestima da pessoa e crie metas realistas
A maioria das pessoas endividadas não se sentem capazes de sair das dívidas. Por isso, ter alguém que acredite nelas e as apoie pode fazer toda a diferença.
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Você pode incentivar um trabalho extra sugerindo e reconhecendo uma atividade para a qual a pessoa tem talento. Ela cozinha bem? Aconselhe a vender bolos ou marmitas. É boa com redes sociais? Diga que pode oferecer ajuda a um pequeno comerciante.
Outro ponto importante, segundo Leandro, é ajudar a criar metas realistas na hora de renegociar as dívidas. Para isso, é preciso estudar a fundo a sua situação e ir para a conversa com o gerente do banco sabendo quais são as condições ideais de pagamento e o que é prioridade.
“As renegociações precisam ser sustentáveis para que a pessoa consiga cumpri-las até o fim”, diz. Caso contrário, o sentimento de frustração pode fazer com que a pessoa se sinta menos capaz de mudar de vida.
5. Se necessário, busque alguém que realmente entende do assunto para
ajudar
Principalmente se o caso de endividamento for grave, pode ser interessante direcionar a pessoa a alguém que realmente entende do assunto. Um planejador financeiro pode analisar toda a situação minuciosamente e apresentar quais são as melhores alternativas.
De toda forma, é importante que a pessoa participe de todo o processo e aprenda com ele. Assim, a situação tem menos chances de se repetir.
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Bora colocar essas dicas em prática e ajudar quem precisa multiplicar sonhos?
Colaboração: Giovanna Castro e André Tavares