A maioria dos brasileiros tem alguma noção sobre o que é preciso fazer para ter uma vida financeira saudável: poupar uma parte do dinheiro, não gastar tanto em coisas supérfluas e investir em algo que, no longo prazo, vai te trazer algum rendimento. Mas, então, por que tanta gente continua endividada ou vivendo no limite?
Leia também
A resposta é simples: entre a teoria e a prática, existe um grande caminho a ser percorrido. E esse caminho implica em mudar hábitos, o que nem sempre é fácil. É algo que requer disciplina, coragem e determinação.
O primeiro passo para mudar hábitos, depois de entender o básico sobre educação financeira, é identificá-los. E, aqui, a tarefa é extremamente pessoal. Cada pessoa tem o seu calcanhar de Aquiles e a autocrítica é o melhor remédio.
Publicidade
Para te ajudar neste processo, selecionei alguns comportamentos que, no dia a dia, podem estar te afastando de uma vida mais próspera e cheia de realização de sonhos. Quem sabe você não se identifica com algum deles?
1. Não acompanhar seus gastos ao longo do mês
Algum tempo atrás, uma jovem me disse que fazia planejamento financeiro mas, ao longo do mês, sempre acabava se perdendo e gastando mais do que devia. Ela até tinha uma reserva financeira, mas volta e meia precisava utilizá-la para cobrir gastos excessivos no cartão de crédito.
Isso acontece porque não basta planejar um orçamento, tem que acompanhá-lo. Se você separou R$ 400 do seu salário para gastos com lazer e esse dinheiro acabou na metade do mês, é preciso entender o que pode ser cortado ou se há espaço para um aumento desse valor. Só assim o problema não vai se repetir no próximo mês.
Você não precisa anotar todo e qualquer gasto, se não quiser. Mas pode criar mecanismos de controle, como separar uma conta bancária apenas para deixar o dinheiro que deve ser gasto no dia a dia e outra para o dinheiro das contas. Assim, a sua visibilidade sobre os valores que saem será maior.
2. Comprar por impulso
Você está no supermercado e um alimento que adora está na promoção. Logo, comprá-lo será extremamente vantajoso, correto? Errado!
Compras não planejadas podem até parecer um bom negócio ou algo que não impactará tanto no orçamento, mas, quando somadas, elas podem gerar um rombo na sua conta bancária. Por isso, é importante listar o que você precisa e manter o foco no essencial.
Publicidade
Nesse item é bom ficar bem atento, pois nosso cérebro geralmente nos impulsiona a aproveitar “promoções” e o marketing sabe bem como se aproveitar disso e sempre nos oferece com o viés da escassez com dizeres como: últimos dias para aproveitar, últimas peças, está acabando… Como não cair nessas ciladas não é mesmo?
Isso não quer dizer que você não pode aproveitar uma promoção ou se dar presentes. Mas sim que eles devem ser calculados. Deixe um valor da sua renda reservado apenas para esses gastos.
3. Gastar excessivamente em refeições fora de casa ou em delivery
Se chegar cansado do trabalho e pedir uma comida pelo delivery no lugar de cozinhar o que tem na geladeira fosse crime, todos nós estaríamos presos. Mas, convenhamos, tornar isso um hábito pode custar muito caro.
É importante ter disciplina para criar prioridades e seguir o cronograma financeiro proposto. Se você só tem dinheiro para pedir delivery uma vez na semana e para ir a restaurantes duas vezes, atenha-se a isso.
A comida é um prazer momentâneo. Já a casa própria ou a faculdade dos seus sonhos que podem ser conquistadas com foco e planejamento financeiro são duradouros.
Publicidade
Para ajudar nisso fazer o orçamento e estipular metas e objetivos futuros é primordial para dar gás e impulsionar a economizar e conquistar os sonhos.
4. Não se atentar a taxas, assinaturas desnecessárias e cartão de crédito cadastrados.
Cartões de créditos e serviços por assinaturas podem esconder grandes armadilhas para o nosso bolso. Isso porque muitos têm taxas e/ou cobranças automáticas que podem passar despercebidas na fatura do cartão de crédito.
Para evitar gastos desnecessários, revise suas faturas e avalie se há cobranças excessivas. Muitas pessoas mantêm assinaturas de serviços que mal utilizam. É o seu caso? Então é hora de cortá-las e investir em algo mais vantajoso.
Outra forma de fugir de gastos desnecessários é não deixar seu cartão de crédito cadastrado em sites e aplicativos que já é cliente. Geralmente, você é convidado a visitar esses ambientes e rever aquele produto que “amou” e comprar com um clique. A psicologia econômica mostra que o cartão de crédito estimula o gasto. Isso porque o cartão oferece prazer, como o consumo, o nos faz esquecer da transação de pagamento lá na frente, que é dolorosa. Isso possibilita ter o prazer imediato e postergar a dor. Isso funciona como um “analgésico” para o nosso cérebro.
5. Emprestar dinheiro para os outros
Todo mundo tem um familiar ou um amigo que vive com a corda no pescoço e volta e meia pede socorro. Nessas horas, o nosso coração pode falar mais alto. Mas é preciso cuidado.
Ajudar demais os outros financeiramente pode fazer com que você perca o controle sobre o seu dinheiro, além de desviar recursos que poderiam ser investidos no seu futuro.
Publicidade
Isso não quer dizer que você não deve ajudar a sua mãe, seu tio, seu primo ou seu filho. Mas talvez emprestar dinheiro não seja a melhor forma de fazer isso.
Incentive a independência financeira e a boa gestão. Uma boa conversa e orientações sobre como conseguir um emprego pode ser mais efetivo, no longo prazo, do que socorrer no momento de emergência.
E é em busca dessa mudança de comportamentos e atitudes que a Multiplicando Sonhos desenvolve nas escolas publicas iniciativas gratuitas de educação financeira para jovens do ensino médio. Se você também acredita que a educação pode transformar siga-nos no Instagram e veja como pode nos apoiar @multiplicandosonhos_
Colaboração: Giovanna Castro e Andréa Tavares