Investimento não é cassino

Fabrizio Gueratto tem quase 20 anos de experiência no mercado financeiro. É especialista em investimentos, professor de MBA em Finanças, autor do livro “De Endividado a Bilionário”, fundador da Gueratto Press e criador do Canal 1Bilhão, com quase 21 milhões de visualizações no YouTube

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Fabrizio Gueratto

Dividendos: como escolher ações para montar uma boa carteira?

Ter ações que pagam dividendos é uma excelente opção para quem quer investir visando o longo prazo

Definir as porcentagens da carteira de investimento é importante para maximizar os ganhos e reduzir os riscos de perda. (Fonte: Shutterstock)
  • Existem diversas estratégias dentro do mercado financeiro. O investidor pode optar por montar uma carteira focada em renda fixa, fundos imobiliários (FIIs) ou até mesmo apenas com ações
  • Dentro da renda variável, existe também a opção de investir em empresas que pagam bons dividendos. Ou seja, que distribuem uma determinada quantia de seu lucro para os acionistas
  • Conversei com Louise Barsi, economista, fundadora do 'Ações Garantem o Futuro' e filha do grande investidor Luiz Barsi, para saber sobre como montar uma boa carteira com foco total em distribuição de proventos

Existem diversas estratégias dentro do mercado financeiro. O investidor pode optar por montar uma carteira focada em renda fixa, fundos imobiliários (FIIs) ou até mesmo apenas com ações. Dentro da renda variável, existe também a opção de investir em empresas que pagam bons dividendos. Ou seja, que distribuem uma determinada quantia de seu lucro para os acionistas.

Particularmente, eu acredito que ter uma carteira de dividendos é uma excelente opção para quem quer se arriscar no mercado de ações, pensando no longo prazo ou até mesmo na aposentadoria. Sendo assim, resolvi convidar uma grande figura do mercado brasileiro, Louise Barsi, economista, fundadora do ‘Ações Garantem o Futuro’ e filha do grande investidor Luiz Barsi, para conversar sobre como montar uma boa carteira com foco total em distribuição de proventos.

Por onde começar a carteira?

Para quem quer montar esse tipo de carteira, seja só com ações ou outros ativos, o importante é fazer um bom filtro. Quando o investidor está buscando dividendos e olhando o longo prazo, ele precisa encontrar empresas que fundamentalmente sigam algumas premissas básicas. Isso quer dizer que essas companhias devem estar de pé daqui a pelo menos 10 ou 20 anos, ou seja, totalmente perenes.

Outro ponto muito importante que deve ser levado em conta é o setor de atuação da empresa. Desta forma, pode-se levar em consideração a seguinte pergunta: você viveria sem tal produto ou serviço que aquela empresa presta? Se a resposta for que você é capaz de viver sem aquilo, então nem adianta pensar em investir na mesma para obter bons dividendos.

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A Sabesp (SBSP3), por exemplo, oferece serviços de saneamento básico para o estado de São Paulo. Então, seu papel é fundamental para a sociedade dessa determinada região. Você não vive sem os seus serviços e, se escolher não pagar a conta de água, o fornecimento será simplesmente cortado. Então, é uma empresa que geralmente consegue repassar o custo inflacionário muito facilmente no boleto do mês. E ninguém pode reclamar sobre isso.

Setores mais recomendados para obter bons dividendos

Sendo assim, quais são os setores que geralmente têm as características citadas acima? Bancos, energia, saneamento, seguros e telecom. Não tem muito para onde fugir, essas empresas são ótimas opções para começar a montar uma carteira de dividendos. O segundo passo é tirar aquelas que não fazem parte da estratégia do investidor. Afinal, é muito mais fácil começar a montar um portfólio quando você sabe o que não quer ter.

Mesmo assim, desses cinco, um grande setor para analisar é o de energia. Dentro da carteira dos Barsi, tem a AES Brasil (AESB3), que agora vai passar por um período mais de crescimento do que pagamento de dividendos. Isso porque a empresa pretende investir em projetos eólicos. Mesmo assim, pode ser que ela volte a pagar bons proventos no futuro.

Telecom e empresas de transmissão

De acordo com Louise, eles não investem em nenhuma telecom agora. No entanto, Luiz Barsi já teve Oi (OIBR3 e OIBR4) em sua carteira. Isso foi um pouco antes da crise que a empresa passou, quando ela era uma excelente pagadora de dividendos. Afinal, antigamente, ela era uma das grandes empresas brasileiras que eram fomentadas pelo governo. No entanto, eles tiveram que vender o ativo e, com o valor, compraram outro.

Louise explica que não enxerga o ativo como um erro total, mas seu pai acabou comprando mais dele quando falaram que iam pagar bilhões de dividendos e não acreditou que a empresa pudesse entrar em recuperação judicial. Contudo, não dá para saber aquilo que ninguém sabe.

Atualmente, a empresa tem grandes chances de se recuperar. Isso porque tudo o que Rodrigo Abreu, CEO da Oi (OIBR3 e OIBR4), falou, virou realidade. Grande parte por competência, mas um pouco de sorte também. Além disso, o BTG Pactual (BPAC21) entrou pesado com o investimento na V.tal (antiga InfraCo), que é a parte de fibra óptica da empresa. A mesma deve atender não só a rede de internet da Oi, mas da Claro, Vivo e Tim, já que tem um formato White Label. Portanto, as telecom ainda têm chances de serem boas pagadoras de dividendos.

Por fim, um setor que todos precisam prestar atenção é o de transmissão de energia. Se você quer segurança, é lá que deve estar. No ano passado, no auge da crise, várias casas de análises recomendaram esse tipo de ação.

Leia mais sobre a Oi (OIBR3 e OIBR4) e assista ao vídeo exclusivo com Louise Barsi: